Nesta manhã de sol radiante, encontrei esta foto numa nuvem antiga dos meus arquivos. Partilho-a com desejos de ótima semana para todos.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2019
Cuidados com o Natal
Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO
«Este ano, ainda continuará a existir o Natal dos ricos e super-ricos e o Natal dos pobres com algumas sobras dos ricos e da solidariedade dos que partilham a mesa com os que vivem sós. Conheci uma pessoa, era eu um adolescente, que me dizia: “Só me faltou o que não dei.”»
1. O Natal é uma canseira, um mundo de cuidados, dizia-me há dias uma zelosa mãe de família, com alguns tiques da queixosa Marta do Evangelho [1]. É preciso pensar em tudo para que ninguém fique melindrado. As sensibilidades das pessoas são muito diferentes e a persistência de ressentimentos imaginários pesa.
Prefiro não tocar em histórias natalícias de família porque, além de outros motivos, as concepções culturais de família tornaram-se tão fluidas e controversas que é aconselhável alguma discrição para não aumentar o número dos que se julgam excluídos. Gosto de dizer e de ouvir dizer família humana. Embora desagregada, ofendida e esquecida, é a nossa realidade mais antiga e mais profunda.
Os cuidados com o comércio do Natal estão, pelo contrário, bem entregues e actuam sempre por antecipação. Nesta quadra, é ele que inunda de publicidade os grandes meios de comunicação. A eficácia das homilias contra essa orquestração da onda consumista é muito duvidosa. Não estamos, no entanto, proibidos de tornar o Advento, liturgicamente programado, uma excelente oportunidade para meditar e descobrir que não estamos condenados a uma concepção cíclica do tempo, a um eterno retorno do mesmo, como os calendários festivos podem sugerir.
domingo, 1 de dezembro de 2019
Francisco na Tailândia: o diálogo inter-religioso
Crónica de Anselmo Borges no DN
"O missionário não é um mercenário da fé nem um gerador de prosélitos. A evangelização não consiste em somar o número de membros nem aparecer como poderosos, mas em abrir portas para viver e partilhar o abraço, misericordioso e que cura, de Deus Pai, que nos faz família."
Papa Francisco
Era um sonho desde os tempos da juventude: ser missionário no Japão. A vida não o permitiu, mas Francisco acabou por realizar em parte, na semana passada, esse sonho, ao visitar durante sete dias (19 a 26 de Novembro) a Tailândia e o Japão. A partir da Ásia, Francisco deixou mensagens decisivas para o mundo, acentuando, na Tailândia, a importância fundamental do diálogo inter-religioso, e, no Japão, condenando como crime imoral não só a guerra nuclear mas também a simples posse de armamento atómico.
Hoje, incidirei na mensagem a partir da Tailândia. O próprio Francisco, após o seu regresso a Roma, na passada quarta-feira, na audiência geral, resumiu a sua estada na Tailândia. "Na Tailândia, prestei homenagem à rica tradição espiritual e cultural do povo thai, o povo do belo sorriso. As pessoas estão sempre a sorrir. Animei o impulso pela harmonia entre as diversas componentes da nação, para que o desenvolvimento económico possa beneficiar a todos e se curem as feridas da exploração, especialmente de mulheres, de meninas e meninos, expostos à prostituição e ao tráfico. A religião budista é parte integrante da história e da vida deste povo, por isso fui visitar o Patriarca Supremo dos budistas, prosseguindo o caminho da estima recíproca, começada pelos meus predecessores, para que cresçam no mundo a compaixão e a fraternidade. Neste sentido, foi muito significativo o encontro ecuménico e inter-religioso, celebrado na maior universidade do país."
Para haver Natal este natal
As mãos preocupadas
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor
Para haver Natal este natal
Para haver Natal este natal
talvez seja preciso reaprendermos
coisas tão simples!
Que as mãos preocupadas
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor.
Que os votos rotineiros que trocamos
calam conversas que nos fariam melhor.
Que os símbolos apenas se amontoam
e soltam uma música triste
quando já não dizem
aquela verdade profunda.
Para haver Natal este natal
talvez seja preciso recordar
que as vidas começam e recomeçam
e tudo isso é nascimento (logo, Natal!).
Que as esperanças ganham sentido
quando se tornam caminhos e passos.
Que para lá das janelas cerradas
há estrelas que luzem
e há a imensidão do céu.
Talvez nos bastem coisas afinal
tão simples:
o alento dos reencontros
autênticos,
a oração como confiança
soletrada,
a certeza de que Jesus nasce
em cada ano,
para que o nosso natal alguma vez, esta vez,
seja Natal.
P. José Tolentino Mendonça
(Pe. Tolentino é agora cardeal)
talvez seja preciso reaprendermos
coisas tão simples!
Que as mãos preocupadas
com embrulhos
esquecem outros gestos de amor.
Que os votos rotineiros que trocamos
calam conversas que nos fariam melhor.
Que os símbolos apenas se amontoam
e soltam uma música triste
quando já não dizem
aquela verdade profunda.
Para haver Natal este natal
talvez seja preciso recordar
que as vidas começam e recomeçam
e tudo isso é nascimento (logo, Natal!).
Que as esperanças ganham sentido
quando se tornam caminhos e passos.
Que para lá das janelas cerradas
há estrelas que luzem
e há a imensidão do céu.
Talvez nos bastem coisas afinal
tão simples:
o alento dos reencontros
autênticos,
a oração como confiança
soletrada,
a certeza de que Jesus nasce
em cada ano,
para que o nosso natal alguma vez, esta vez,
seja Natal.
P. José Tolentino Mendonça
(Pe. Tolentino é agora cardeal)
sábado, 30 de novembro de 2019
Livro de Jorge Arroteia: "Migrações Bíblicas"
O LIVRO
“Migrações bíblicas” (Ed. Tempo Novo; 400 páginas; PVP: 15 euros) é um estudo sobre os movimentos de pessoas e povos nas terras bíblicas (Médio Oriente).
“Através de uma narrativa dinâmica que nos coloca em contacto com o mistério insondável da natureza humana, escutando o ruído do homem nas rotas descritas na Bíblia, o autor analisa esses diversos percursos, levando-nos ao encontro de protagonistas individuais e coletivos, triunfantes e oprimidos; somos confrontados, através deste contributo analítico, com momentos dramáticos da história do povo hebreu, de uma história tecida de sofrimento e glória” (do Prefácio, assinado por Cassiano Reimão).
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