domingo, 31 de março de 2019

Bento Domingues: Confessar-se, pelo menos, uma vez por ano

Bento Domingues

"A queixa actual é contra a obrigação de se confessar antes de comungar. Tanta gente a comungar e tão pouca a confessar-se"

1. O título deste texto pode parecer ridículo por anacrónico. Quem desejar conhecer as posições oficiais da Igreja sobre os Sacramentos deve ler os textos do Vaticano II, o Código de Direito Canónico (1984) e as orientações de reforma da Igreja do Papa Francisco, expressas nos documentos por ele assinados. Se mantenho este título, é porque ele serviu para dar cobertura a uma história de terror, para distorcer a prática sacramental da Igreja e ocultar a própria essência do cristianismo. Por outro lado, a discussão actual, em torno dos ministérios ordenados, não se deve deixar polarizar, apenas, por carências funcionais da pastoral actual da Igreja, embora a situação seja calamitosa. 
O título desta crónica tem uma história. O IV Concílio de Latrão é assim chamado porque foi realizado em Roma, na Basílica de S. João de Latrão, a cátedra do Papa. Aconteceu entre 11 e 30 de Novembro de 1215. 
Esta iniciativa de Inocêncio III teve a maior participação de bispos de toda a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna. É considerado, pelos historiadores, como o ponto mais alto e importante do papado do século XI ao século XIII [1]. 
Compareceram 404 bispos, 71 primazes e metropolitas, 800 abades e priores. Além disso, cada bispo possuía uma numerosa comitiva. Os patriarcas orientais, embora convidados, não compareceram, mas todos os reinos cristãos enviaram representantes. 
Este concílio confirmou as magníficas orientações de reforma da Igreja do grande Papa Inocêncio III; deixou-se, porém, enredar nas obsessões da Quinta Cruzada e das medidas violentas contra os albigenses. Deu, no entanto, amplo espaço à doutrina sobre a Eucaristia e o sacerdócio ministerial, acolhendo o conceito de transubstanciação, cunhado pela primeira escolástica. A obrigação da confissão anual e da comunhão pela Páscoa foram as ordenações mais notadas do concílio e mais duradoiras. 

Anselmo Borges: O que queremos? Ser felizes. Decálogo para a felicidade

Anselmo Borges

1. Agora, há dias de tudo e para tudo. Certamente o dia mais universal é o dia 20 de Março, porque nele se celebra o Dia Mundial da Felicidade. Sim. O que é que verdadeiramente queremos? Não há dúvida sobre isso. Queremos todos ser felizes. O Papa Francisco acaba também de o reconhecer e dizer: “A busca da felicidade é algo comum em todas as pessoas, de todos os tempos e idades”, pois foi Deus que colocou “no coração de todo o homem e mulher um desejo irreprimível da felicidade, da plenitude”. “Os nossos corações estão inquietos e em contínua busca de um bem-estar que possa saciar a nossa sede de infinito”, desejo dAquele que nos criou e que é, Ele mesmo, o amor, a alegria, a paz, a verdade e a beleza. 

2. Precisamente por ocasião desse dia a celebrar a felicidade, Vatican News propôs, a partir de textos e declarações de Francisco, uma espécie de decálogo para a alegria e a felicidade. 

Ficam aí, em síntese, dez pontos sobre o tema, esse Decálogo. 

2. 1. O início da alegria é começar a pensar nos outros 

O caminho da felicidade começa pela necessidade de passar do egoísmo ao pensar nos outros. “Quando a vida interior se encerra nos próprios interesses”, sem “espaço para os outros”, não se goza da “doce alegria” do amor. Não se pode ser “feliz sozinho”. É necessário redescobrir a generosidade, porque, como disse São Paulo aos Coríntios, “Deus ama quem dá com alegria”. Jesus também disse: “Dá mais alegria dar do que receber”. “Se conseguir ajudar uma só pessoa que seja a viver melhor, isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida”. 

2. 2. Afastar a melancolia 

Hora de verão já está em função



Hora de verão já está em função. Apesar dos sonhos de alguns, nos quais me revia, a hora do verão continua a marcar os nossos ritmos. Durante uns dias vamos andar com os apetites trocados, mas logo depois tudo entra na normalidade. Ando nisto desde que me conheço como gente de pensar. E nunca, que eu saiba, morreu ninguém por cauda da mudança de hora. 
Bom domingo para todos.

FM;

sexta-feira, 29 de março de 2019

Anselmo Borges em Caminhos para a Liberdade

Feira de Março: E cumpriu-se a tradição…

A Lita prefere os doces...
Eu vou mais para os petiscos
Em maré de ensaios 

Onde saboreámos as farturas
Tendas para todos os gostos 
E cumpriu-se a tradição: Fomos à Feira de Março e comemos farturas. Apreciámos o ambiente e vimos caras conhecidas. Comes e bebes por cada canto, diversões em maré de espera e de ensaios. Sim… de ensaios, porque há equipamentos mecânicos que têm de funcionar com garantias a nível de segurança. Tendas de tudo e mais alguma coisa, da nossa região e de outras. Há gente, naturalmente, que governa a vida nas feiras de forma permanente. Do outro lado da rua, num espaço próprio, assentaram um bairro de “moradias” dos feirantes.
Nos pavilhões, lá estavam os mostruários de indústrias, não apenas do nosso distrito, mas de outros. Ou do nosso distrito que se expandem para além dele. “Passamos a vida nas feiras”, disse um. Vieram de outras regiões, percebemos nós. 
À chegada, foi difícil arrumar o carro perto dos portões de entrada, como aconselhava a nossa idade. E entrámos. Fomos, primeiramente ao que íamos: Ás farturas, está bem de ver. E entrámos no espaço habitual deste doce típico à moda de Lisboa, onde pontificavam rostos na confeção e no serviço que nos eram familiares. E comemos as ditas com apetite… redobrado, que isto é só uma vez por ano. Já agora, peço ao meu médico que me não ralhe por esta confissão livre e espontânea. Quem se confessa, pode contar sempre com a absolvição, porque estes pecadilhos não são mortais. Não passam de veniais, como aprendi na catequese da senhora mestra. 
A Feira de Março, que se prolonga até finais de Abril, tem programação adequada para animar a vida. A folia, com regra, não faz mal a ninguém. Os ensaios e afinações estavam a decorrer e prometia noite para aquecer o ânimo de algumas agruras. À entrada da Feira, quando saímos, já se cobravam os bilhetes de ingresso. Antigamente, lá muito para trás, que me lembre, as entradas eram livres. 
Os nossos olhares fixaram-se em sonhos e em memórias de outros tempos que voltaram à tona como se fora maré viva. Garantida está, se Deus quiser, a próxima visita, em 2020, número redondo, que trará outros prazeres, se a Câmara de Aveiro puder ajudar com algumas inovações, que não sei se tal será possível.
Cumprida a promessa, o regresso foi lesto, que a resistência física, na nossa idade, atingiu os limites. 
Boa Feira de Março para todos. 

Fernando Martins

Farol da Barra de Aveiro à vista


Para nós, os da ria e do mar, o Farol da Barra de Aveiro é uma das nossas grandes referências. E como assim é, julgo que indiscutivelmente, onde quer que estejamos, estaremos sempre com olho nele, tanto quanto for possível. De longe, aqui fica a foto que captei um dia destes, apesar de a minha máquina ter apenas o nível de um amador.

Georgino Rocha: Abraço do Pai acolhe Filho reencontrado



«“O meu filho voltou à vida. Foi reencontrado. Façamos festa”. O símbolo não podia ser mais rico. O rosto de Deus que Jesus anuncia fica bem desenhado. Captemos o seu sentido. Vivamos a sua misericórdia. Deixemo-nos envolver pelo seu abraço de reconciliação sanadora»

A parábola do “filho pródigo” atinge o seu momento mais expressivo no abraço do Pai que, pacientemente esperava o seu regresso. A narração é uma maravilha saída da pena de Lucas. A mensagem é um primor que Rembrandt visualiza de forma magistral. Os protagonistas apresentam traços humanos do rosto de Deus que Jesus insistentemente quer que os seus interlocutores acolham, admirem e apreciem. A Igreja prolonga na história a missão de Jesus e esforça-se por lhe ser fiel e por fazer brilhar em si e nos seus membros a ternura, o calor e a misericórdia que transparecem naquele gesto familiar. Os cristãos ficam constituídos em seus discípulos missionários pelo estilo de vida e pela prática de obras de justiça impregnada de amor de serviço generoso.
Assim o proclama o Papa Francisco que, no passado dia 25, no Santuário de Loreto, na Itália, assinou a exortação pós-sinodal sobre os Jovens e afirma que a preocupação do seu novo texto é ajudar as novas gerações no processo de “escuta da palavra-projeto de Deus”, discernimento e decisão, envolvendo os diversos campos da pastoral da Igreja – juvenil, vocacional e familiar”. E acrescenta: “A família e os jovens não podem ser dois setores paralelos da pastoral das nossas comunidades, mas devem caminhar juntos, porque muitas vezes os jovens são aquilo que uma família lhes deu, no período de crescimento”. Bela e oportuna coincidência!

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