sexta-feira, 22 de março de 2019

Georgino Rocha: Dar fruto enquanto é tempo

Georgino Rocha
«Há que ‘cuidar do mundo’, cuidando ‘da qualidade de vida dos mais pobres’. A solidariedade não pode permanecer no abstrato. A missão da Cáritas é despertar para esta solidariedade no concreto”.»


Jesus toma conhecimento, por comentário popular, de duas trágicas notícias: a da matança de galileus ordenada por Pilatos e a do esmagamento de vítimas da torre de Siloé. Toma conhecimento e reage de forma estranha, fazendo perguntas e dando sentenças. Não se detém no que tinha ocorrido, mas centra-se na oportunidade que lhe proporciona: lançar um veemente apelo a estar atento ao que acontece, a saber situar-se no tempo, a cultivar a vigilância do espírito, a envolver-se com todas as energias para fazer dar fruto o que parece seco e estéril. A corrigir ideias falsas de Deus, que não é vingativo, mas paciente e misericordioso.
Lucas, o evangelista compositor, situa o diálogo na série de encontros em que Jesus com maior vigor interpela os ouvintes e apela à conversão. “Se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo”. Que impacto teria esta afirmação sentenciosa nos portadores da notícia funesta?! E que admonição deixa aos futuros discípulos persistentes seguidores dos passos de Jesus?! Vamos tentar encontrar alguns elementos que nos ajudem na caminhada quaresmal que estamos a percorrer.
A notícia espalha-se pela rede popular de comentários. É fruto da livre iniciativa de quem vê ou ouve e sente a urgência ou o gosto de transmitir ou propalar. E assim chega longe. Frequentemente reveste a forma do boato ou outro dito, semelhante ao “passe-a-palavra”, tipo “fofoca” ou murmuração. Jesus faz de ouvinte, e, mestre da escuta como é, resolve tirar partido da ocorrência. Deixa que os factos falem por si e o seu eco fique a ressoar para sempre.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Nó rodoviário das praias vai ser inaugurado

Foto da CMI

A Câmara Municipal de Ílhavo vai inaugurar, no próximo sábado, dia 23 de março, pelas 17 horas, o Nó Rodoviário das Praias da Barra e Costa Nova, convidando a população a estar presente nesta cerimónia pública. 

Aquando da construção do nó rodoviário das praias, de que fala o convite dirigido à população, no sentido da participação de todos na cerimónia pública, muito se falou sobre o projeto. Diziam uns que não seria a solução adequada para resolver o problema da fluidez do trânsito, sobretudo no verão. Acrescentavam outros que tudo estaria certo se a ponte suportasse o fluxo oriundo das praias no final do dia, clamando os críticos que essa era outra questão.

Depois da abertura, fui enumeras vezes às praias da Barra e Costa Nova, mas nunca encontrei dificuldades em circular, quer na ida, quer no regresso. Senti, isso sim, problemas no estacionamento na Barra, mas não sei como achar uma solução viável. Agora, fico para ver, se Deus quiser, o que vai acontecer na próxima época balnear. Será o tira-teimas para a fluidez do trânsito. Se tudo correr bem, tudo estará certo, se não houver complicações em circular,  terei de dar a mão à palmatória.

FM

Dia Mundial da Árvore - Um poema de Fernando Pessoa



D. DINIS

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.

Fernando Pessoa 

Miguel Esteves Cardoso: Moçambique


Segundo o PÚBLICO “a Unicef estima que sejam precisos 20,3 milhões de dólares para dar resposta à passagem do ciclone Idai”. Dos três países, Moçambique é o mais afectado, “prevendo-se que sejam necessários dez milhões de dólares para recuperar os danos causados”. 
Portugal começou por dizer vergonhosamente que iria ajudar através da União Europeia e da ONU, como se Portugal nada tivesse que ver com Moçambique ou fosse incapaz de ajudar sozinho como país soberano que é. “Portugal vai ajudar Moçambique através da União Europeia, que disponibilizou um financiamento de 3,5 milhões de euros.” Se há 28 países na União Europeia, isto dá uns generosíssimos 125 mil euros por país. 
Felizmente houve respostas de câmaras municipais que avançaram com mais do que esses 125 mil euros. Mesmo assim é preciso dizer o que parece mal referir: 20 milhões de dólares é muito pouco dinheiro para a União Europeia. O dinheiro necessário para reconstruir o que foi destruído em Moçambique pelas cheias também é pouco para Portugal. Podia-se fazer já a transferência. E deveria fazer-se já. 
Deveríamos saber quais foram as organizações que mais ajudaram os moçambicanos no terreno para podermos reforçá-las e apoiá-las. Deveríamos ouvir com a máxima atenção o que nos dizem os moçambicanos. Deveríamos ter mais humildade na maneira como falamos de Moçambique e na facilidade com que a diagnosticamos. Aprendi importantes lições de vida — de dignidade e elevação — graças à sorte que tive de conhecer moçambicanos. 
A altura é de ouvir e ajudar.

Miguel Esteves Cardoso no PÚBLICO

NOTA: Subscrevo e aplaudo.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Notas do meu Diário – Primavera, Vagueira e Lua

Aí estão as flores

Árvore jovem promete

Vagueira ao entardecer 

A lua, eterna sedutora

Primavera — Hoje, senti que o dia era diferente. A primavera deu um sinal auspicioso com sol a brilhar e temperatura a condizer com a nossa fome de bom tempo. O inverno cansa. Deu, então, para me libertar, de algum modo, do excesso de roupa, assumindo a esperança e quase certeza de que a vida nos trará tempos agradáveis, propiciadores de harmonia e encontros com gentes e natureza. 
No meu quintal, registei o renascimento da primavera, com flores a desabrochar e arvoredo a manifestar sinais de que está disponível para nos deliciar com fruta saborosa e sem vestígios de nutrientes artificiais. Assim espero. 

Vagueira — Ao final do dia, rumámos à praia da Vagueira. Um ventinho agreste, que o inverno insiste em ficar mais uns dias. É teimoso, nós sabemos, mas a primavera também possui capacidades mais do que suficientes para se impor entre nós. O sol mergulhava no oceano e nem vivalma topámos nos passadiços. Uma ou outra pessoas, agasalhada quanto baste, ao longe. E nada mais. Mas o sol quis ficar connosco. Seja feita a sua vontade. E aqui fica para mais tarde recordar. 

Lua — No regresso, a lua desafiou-nos. Apreciámos o seu rosto a sobressair entre as sombras das nuvens. Assistimos à sua subida, à nitidez da sua cara, num crescendo interessante e interpelante. E aqui fica ela para testemunhar o cuidado com que olho e contemplo o céu. 

FM 

D. Maurílio de Gouveia já está no regaço maternal de Deus

D. Maurílio de Gouveia faleceu aos 86 anos de idade. Madeirense e Arcebispo de Évora, ultimamente na situação de emérito, merece esta referência no meu blogue pela simplicidade que sempre patenteou quando me encontrei com ele. Em representação da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa), foi assistente e responsável pela comunicação social ligada à Igreja Católica, mas também partilhou sentimentos de proximidade com o Movimento Apostólico de Schoenstatt, na Diocese de Aveiro, tendo marcado presença em várias cerimónias. 
Durante um fim de semana, em novembro de 1995, participou, com inusitado interesse, num encontro nacional de diretores e outros responsáveis pela comunicação social de expressão católica, em Bragança, onde tive o prazer de conversar com D. Maurílio sobre assuntos de interesse jornalístico. E dele colhi o conhecimento e a serenidade com que abordava o que então nos preocupava. Essa imagem do seu interesse e reconhecimento da importância dos órgãos de comunicação da Igreja, em tempos vertiginosos de transformações a vários níveis, jamais esquecerei. 

FM 

Nota: A fotografia que apresento foi registada nesse encontro.

Dia Internacional da Felicidade para todo o mundo


Celebra-se hoje, 20 de março, o Dia Internacional da Felicidade. A sugestão veio do Butão, um pequeno reino budista dos Himalaias,  que adota como estatística oficial a “Felicidade Nacional Bruta” (FNB) em vez do Produto Interno Bruto (PIB), conforme li no Google. E será preciso lembrar, realmente, que toda a gente, mesmo a mais cética, aspira e luta pela felicidade? Julgo que não. 
Contudo, penso que, apesar de ser consensual o desejo universal de cada um se postar numa procura permanente da felicidade, é justo admitir que importa lutar e apoiar o esforço de quem ainda está longe dela, por motivos diversos. É claro que não há a felicidade plena em cada ser humano, mas quanto mais perto dela estivermos tanto melhor. 
Normalmente, associamos o conceito de felicidade a uma boa situação económica, mas tenho para mim que será redutor ficarmos por aí. Conheço pessoas ricas (economicamente falando) muito infelizes enquanto outras, com muito menos dinheiro, ostentam uma vida rica de sentimentos e de disponibilidade para os outros, dando-se, diariamente, a quem sofre, cultivando artes e cultura, espalhando harmonia à sua volta, estabelecendo pontes de diálogo e entendimento, promovendo o bem e a justiça social, valorizando a alegria, o bom humor, o otimismo e a esperança em dias melhores. 

FM

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