domingo, 13 de janeiro de 2019

Ano novo para a religião?



"A cooperação entre ciência, ética, religião e estética
pode criar um clima espiritual que nos defende de todos os simplismos,
irmãos de todos os fundamentalismos."

Nunca está em equilíbrio perfeito com a natureza. A lógica interna do seu mundo em crescimento, construído e governado pela ciência e pela técnica, leva-nos a pensar e agir como se todos os nossos problemas pudessem ser resolvidos pela ciência e pela técnica. Não é verdade. Mas só a estupidez pode dizer mal da investigação científica e das transformações tecnológicas. A sabedoria mais elementar descobre as suas espantosas vantagens e os seus quotidianos limites. É miopia esquecer que nenhuma actividade clarividente pode dispensar a interrogação filosófica, as linguagens da beleza e as exigências da ética.
Não é impossível descobrir, por outro lado, que não estamos apenas em face de problemas e enigmas que mais cedo ou mais tarde poderão encontrar soluções. Em todos os tempos e lugares há testemunhos de pessoas que despertaram para o mistério sem nome que resiste a todas definições e classificações, um não sei quê, uma noite luminosa que tudo envolve e sem a qual tudo se banaliza ou enlouquece. O fundamental na atitude religiosa é o espírito de atenção, de releitura constante do mistério do mundo. Isto nada tem a ver com o irracionalismo, pai da violência, seja em que domínio for. A própria religião, sem a vigilância ética, pode tornar-se uma abominação.
Dada a complexidade de tudo o que ficou dito, parece-me que a cooperação entre ciência, ética, religião e estética pode criar um clima espiritual que nos defende de todos os simplismos, irmãos de todos os fundamentalismos. Como diz o físico Antonio Rañada, os fundamentalistas religiosos e os ateus militantes têm algo em comum: acreditam que a geografia do mundo cabe toda num só mapa, seja na interpretação intransigente de um livro sagrado ou nos dados de uma ciência exclusivista e totalizadora.

A Igreja e o sexo


O Pe. Miguel faleceu há cinco anos


Faz hoje 5 anos que faleceu o Pe. Miguel Lencastre, que foi prior da Gafanha da Nazaré entre abril de 1973 e outubro de 1982. Antes, havia desempenhado as funções de coadjutor, de 13 de junho de 1970 a 30 de setembro de 1972.
Recordo-o com saudade pelo muito que deu à nossa paróquia e pela amizade com que sempre me distinguiu, numa colaboração intensa, que se prolongou para além das tarefas que exerceu na comunidade da Gafanha da Nazaré e  no Movimento de Schoenstatt, de que foi o grande impulsionador na Diocese de Aveiro.
O privilégio de colaborar com ele, os conselhos que me deu e a partilha de saberes ao nível espiritual, mas não só, justificam que a sua memória ocupe um cantinho especial no meu coração. Inúmeras vezes, a sua voz, o seu sorriso e o seu testemunho de fé, com Nossa Senhora permanentemente no seu horizonte, saltam da caixa das minhas  boas recordações para o presente, como aconteceu hoje, neste domingo, 13 de janeiro.
Que Deus o aconchegue no seu regaço maternal, como o Pe. Miguel merece.

Fernando Martins

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

TU ÉS O MEU FILHO AMADO, DIZ DEUS

Nova credencial de Jesus


Georgino Rocha
Jesus deixa a casa de Nazaré onde vive em família para iniciar a fase de missionário itinerante e anunciar a nova situação a criar com a chegada do reino de Deus. Na escola familiar de Nazaré, cresceu em idade, sabedoria e graça, apetrechando-se com os meios indispensáveis ao bom desempenho da sua missão. Em Nazaré, convive com os vizinhos e outro povo, escuta as histórias de um passado memorável, vê o realismo da vida em sobriedade digna e sonha com uma situação nova no futuro que se avizinha. Deixa a casa e encaminha-se para a zona do rio Jordão onde o primo João estava a baptizar. A abundância e a qualidade da água, o bom ambiente natural e a fertilidade dos campos, fazem do local um sítio atraente e simbólico de novas realidades.
Lucas, no seu estilo peculiar, faz uma narrativa tão viva que impressiona o leitor atento. (Lc 3, 15-16 e 21-22). A Igreja celebra hoje a festa solene do baptismo de Jesus. Em leitura litúrgica, são cortados os versículos que se referem à denúncia da vida marital de Herodes e a outras maldades. Vamos deter-nos em alguns pontos marcantes do texto proposto e reflectir sobre a mensagem que apresentam e nos pode interpelar, tendo em conta o nosso próprio baptismo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

“Honoris causa” ao “maior teólogo” português


Li no  7MARGENS 
em texto de António Marujo


«“O maior teólogo” da Igreja e uma “voz grande da cultura”, justifica Moisés Lemos Martins. Um reconhecimento de um itinerário centrado numa “teologia da periferia”, como diz frei Bento. Ou um nome “marcante na produção teológica em Portugal” e “um dos pilares da sociedade portuguesa”, como dizia há poucos meses, sobre Bento Domingues, o agora arcebispo Tolentino Mendonça.»

Congratulo-me com esta distinção atribuída a Frei Bento Domingues pela Universidade do Minho, lamentado que o seu contributo em prol de uma Igreja mais reflexiva e mais aberta ao mundo não tenha sido reconhecido há mais tempo. 
Admiro a sua frontalidade e o seu saber, há bastante tempo. Daí o interesse com que publico, semana a semana, as suas crónicas no meu blogue, editadas pelo PÚBLICO,  onde não faltam apreciadores. 

Ler escrito de António Marujo aqui

NOTA: Numa rápida procura no meu Pela Positiva, encontrei textos de Bento Domingues desde dezembro de 2004, mês e ano em que me iniciei no ciberespaço.  

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

"Não acredito em Cristo, mas acredito nos cristãos"

Ricardo Araújo Pereira no encontro
3 Milhões de Nós



«O humorista falou sobre viver a espiritualidade sem fé, partindo da sua experiência de, não sendo crente, ter frequentado escolas católicas. Destacou o impacto que para ele teve o “padre Joaquim”, um professor de Português do colégio dos padres franciscanos. Recentemente falecido, a sua recordação emocionou o fundador dos Gato Fedorento. Ricardo Araújo Pereira acrescentou que, enquanto ateu, está sempre a pensar no fim da vida e na sua finalidade ou propósito. Mas que, apesar disso, se considerava semelhante a quem tem fé: todos estão “à procura: não acredito em Cristo, mas acredito nos cristãos”.»

Ler mais aqui

Aquário dos Bacalhaus celebra aniversário



O Aquário dos Bacalhaus vai fazer anos no próximo dia 12 de janeiro, razão mais do que suficiente para todos o felicitarmos, desejando que continue   a ser  centro de atenções e de cultura para os ilhavenses  e para quantos visitam a nossa região. 
Segundo o comunicado do MMI, vai haver um conjunto de ações culturais de bom nível, nomeadamente, uma aula de musicomeditativa, oficinas para famílias e uma tertúlia, entre outras. O 6.º aniversário fica também marcado pela chegada de novos hóspedes ao Aquário.

 Ver programa aqui