domingo, 16 de setembro de 2018

Acolhimento aos professores na área concelhia

Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Durante o  intervalo, jovens atentos num momento musical 

Li no Diário de Aveiro que a Câmara Municipal de Castelo do Paiva organizou uma receção aos professores que vão lecionar no ano letivo em curso, com o objetivo de os integrar na realidade daquele município do Distrito de Aveiro. 
Com a mobilidade constante de professores, por força do sistema de colocações em vigor no nosso país, é compreensível a importância desta iniciativa, tanto mais que, como é sabido, há professores oriundos de diversas regiões de Portugal completamente alheios às caraterísticas sociais das escolas onde terão de educar e ensinar crianças e jovens de estratos familiares variados e, porventura, problemáticos. 
Confesso que não sei o que se passa a nível geral do ensino em Portugal, mas admito que em alguns agrupamentos escolares já esse acolhimento é feito, no sentido da tal integração. Se assim for, ainda bem. 
Bom ano escolar para todos os professores que este ano foram colocados no Concelho de Ílhavo. Mas desde já aqui fica o meu apelo para que procurem, por todos os meios, conhecer a nossa realidade, que não é homogénea em toda a área do município de Ílhavo.

Fernando Martins

O Papa não está só!

Bento Domingues

"Em Portugal, mas não só, era estranha a atitude de distância de padres e bispos em relação ao Papa caluniado. Era o cisma do silêncio, de surdos e mudos. De repente, a partir do comunicado exemplar do bispo de Aveiro, António Manuel Moiteiro Ramos, incentivando toda a diocese a um apoio explícito ao papa Francisco, assim como várias cartas de leigos à própria Conferência Episcopal, esta sentiu que não podia continuar alheia à calúnia. Tarde, mas lá cumpriu o seu dever."

1. No mês de Agosto, não pude responder às muitas solicitações telefónicas para comentar os acontecimentos em torno do comportamento do papa Francisco perante a pedofilia clerical e nos começos de Setembro, também não. Ao agradecer a acolhedora hospitalidade deste jornal, talvez fosse oportuno esboçar um balanço das campanhas para difamar o Papa, desacreditar os seus objectivos e os seus caminhos de reforma da Igreja. Era urgente criar um clima que desse a impressão de que Bergoglio não era o remédio, mas o veneno. Tinha chegado a hora de o desmascarar.
O cálculo das oposições organizadas para derrotar o projecto reformador do papa Francisco não estava mal concebido. Impunha-se aproveitar os seus encontros com as Igrejas onde os clérigos pedófilos, padres, bispos e cardeais, fizeram mais vítimas. Era indispensável mobilizar os meios de comunicação para mostrar as dimensões não só da tragédia, mas a incapacidade do Papa em responder, com actos, à indignação das vítimas. O importante era encontrar algumas pistas para dizer que o responsável de tudo era o próprio Papa. Não tinha sentido que ele andasse a pedir perdão, quando, de facto, ele era conivente. Já tinha tido tempo para erradicar essa abominação eclesiástica e veio, afinal, a encobri-la, enchendo a boca contra o carreirismo de seminaristas, padres, bispos e cardeais. Como quem diz: anda a querer reformar a sociedade, a política, a economia que mata, a Igreja a todos os níveis, quando o mais urgente é reformá-lo a ele. Ou se demite, ou deve ser demitido, pois é um herético e anda a levar a Igreja para a catástrofe.

sábado, 15 de setembro de 2018

Um Plano Marshall para a África

Anselmo Borges

1. Desde a década de oitenta do século passado que me tenho manifestado favorável a uma espécie de Plano Marshall para África. A última vez que me pronunciei foi no passado dia 13 de Agosto, na RTP 3, em conversa com a jornalista Sandra de Sousa, a partir de declarações do cardeal António Marto, a propósito das migrações. 
Fica aí textualmente o que disse nessa conversa, no contexto da leitura dos jornais do dia. 
Sim, nós estamos perante uma questão dramática, que, no meu entender, será cada vez mais dramática. Estamos a tratar das migrações, dos refugiados. E eu quereria chamar a atenção para dois ou três pontos. 
Em primeiro lugar, é evidente que a Terra é de todos, o mundo é de todos e, por isso mesmo, há o direito de visita, de hospitalidade, de que já Kant falava. Mas a Europa, neste momento, está com este problema, que é um dos maiores problemas, o das migrações. Sobre isso gostava de chamar a atenção para os direitos humanos, e a defesa dos direitos humanos é qualquer coisa que está profundamente ligada à Europa - a Europa sempre se distinguiu por receber. Mas gostava de chamar também à colação que esta é uma questão da Europa enquanto União Europeia. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Seguir Jesus nos caminhos da vida

Georgino Rocha

"Seguir Jesus, o peregrino da proximidade e do bem-fazer, o companheiro e confidente de todas as horas, alegrias e dores, o guia que ilumina a tocha da nossa consciência e o farol da nossa liberdade, o homem tão humano que só pode ser Deus no amor de entrega e na coragem da confiança filial."

Jesus vai a caminho de Cesareia de Filipe, local distante do mar da Galileia uns 25 Km. Aqui se encontra uma das maiores fontes que alimentam o rio Jordão e, com a abundância da sua água, geram uma vegetação fértil e atraente. Outros motivos teria Jesus para se dirigir para lá, motivos de que faria parte o simbolismo da fonte e da abundância, da fertilidade e atracção, simbolismo que fica plasmado no diálogo com os discípulos, sobretudo com Pedro. Mc 8, 27-35.

No caminho, conversa-se sobre o que a experiência vivida na companhia de Jesus lhes proporciona, a esperança a despertar nos corações, a aventura em que se vêem envolvidos, o convívio amigo entre todos sempre animado pelo exemplo do Mestre. Também surgiriam os ecos dos comentários populares e das críticas, que iam surgindo, da parte dos fariseus e escribas. E as pretensões veladas de cada um vir a ocupar um lugar importante na organização futura que já se desenha em embrião.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro há quatro anos

D. António na Igreja Matriz 

D. António no Agrupamento de Escolas 

D. António na visita ao Porto de Aveiro  e Capitania

D. António no Grupo Desportivo da Gafanha

D. António Moiteiro celebra hoje, 13 de setembro, a tomada de posse como Bispo de Aveiro, em 2014. No dia seguinte, 14, aconteceu a sua entrada solene na Diocese aveirense. Felicito D. António pelas efemérides, na certeza de que continuará connosco a crescer na fé, rumo a uma sociedade mais fraterna, mais solidária e mais humana, sob as marcas indeléveis da Boa Nova de Jesus Cristo. 
Tanto quanto me é possível, tenho acompanhado o seu espírito de serviço, a sua entrega sem limites aos projetos que têm vindo a ser implementados, sem descurar a importância de permanecer próximo das pessoas. Atesto isto mesmo por observação direta aquando da sua visita pastoral à Gafanha da Nazaré. Falava com simplicidade com dirigentes associativos, dando a sua opinião e sugestões com delicadeza e oportunidade, quer na área do desporto, do ensino, dos departamentos paroquiais, cívicos e empresariais, quer das autoridades marítimas e portuárias. E nas cerimónias religiosas, senti como foi escutado e acarinhado. 
Tive a felicidade de conhecer todos os bispos da restaurada Diocese de Aveiro e em todos eles apreciei qualidades humanas e cristãs: o sentido de unidade e poesia de D. João Evangelista; o entusiasmo pastoral de D. Domingos; o fervor sinodal e a cultura teológica de D. Manuel; o espírito de entrega sem limites e a capacidade criativa de D. António Marcelino; a bondade e proximidade de D. António Francisco, elevadas ao expoente máximo; e agora, em D. António Moiteiro, valorizo o sentido de entrega à Igreja, de mãos dadas, sem complexos nem barreiras, com o povo de Deus que lhe foi confiado. Que Deus o ajude. Que todos saibamos estar com D. António Moiteiro. A unidade faz a força neste momento de crise. 

Fernando Martins

terça-feira, 11 de setembro de 2018

D. António Francisco: Um ano depois da sua partida para o seio de Deus


«Faz hoje um ano que o inesperado se apresentava na notícia da morte de D. António Francisco dos Santos. Afável, de sorriso pronto, bondoso… todos sabemos que os adjetivos definem esta figura da Igreja que não deixava ninguém indiferente. A sua memória não pode ser um dado de agenda, é desde logo uma interpelação a que o seu exemplo se concretize também em cada gesto do que somos. Pelas 19h00 será celebrada uma missa na Catedral do Porto, e a data passará a ser, na diocese, o dia anual de sufrágio pelos bispos, sacerdotes e diáconos já falecidos.»

Notaa:

1.Texto e foto da Ecclesia;

2. Associo-me a todas as homenagens que nos possam trazer à memória a bondade rara de um Bispo que soube, desde a primeira hora que o conheci, ainda no quarto de cuidados intensivos do hospital de Aveiro, depois de um enfarte que me prostrou à entrada da sé aveirense, cativar-nos e aproximar-nos de Deus. Um bispo próximo, afetuoso, acolhedor, sem pressa, com a palavra certa no conselho que delicadamente sabia transmitir-nos. Deus, que já o tem consigo há um ano, continua a permitir-lhe que permaneça connosco.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Um Olhar... (Sonetos) - um livro de João Alberto Roque


João Alberto Roque é, ao que julgo, o gafanhão que mais prémios literários conquistou, pelo que deve merecer, de todos nós, uma atenção redobrada. Atenção e leitura atenta do que escreve e publica. Desejo, sinceramente, que este livro — Um Olhar... (Sonetos) — alcance enorme êxito. O meu amigo João Roque merece todo o nosso apoio e estima.

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