segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Conselho de Cardeais solidário com o Papa



O conselho consultivo de cardeais, o chamado ‘C9’, manifestou hoje a sua “plena solidariedade ao Papa”, em comunicado divulgado pela Santa Sé, perante o que aconteceu nas últimas semanas, “consciente de que no atual debate a santa Sé vai formular os eventuais e necessários esclarecimentos”, li na Ecclesia. Li ainda que “os participantes apresentaram ao Papa a sua proposta para a reforma da Cúria Romana, após cinco anos de atividade”

Fonte: Ecclesia 

sábado, 8 de setembro de 2018

Cães e gatos vadios


Permitam-me que volte hoje aos nossos cães que morreram recentemente para tristeza de toda a família. A falta que eles nos fazem é notória porque a alegria que nos contagiava deixou marcas indeléveis. Posta de lado a hipótese de adotarmos outro ou outros,  por dificuldades inerentes à nossa capacidade de os tratar como deve ser, mas também por não percebermos facilidades futuras que garantam os mimos fundamentais na hora de deixarmos o mundo terreno, resta-nos a consolação de olhar pelos que nos batem à porta à procura de pão para a boca. Contas feitas à esperança de vida dos cães, não haverá certeza de que viveremos o tempo necessário para deles cuidarmos.
Tenho visto o que toda a gente pode ver: Cães e gatos vadios e abandonados ou nascidos destes, pululam por todos os cantos, podendo provocar problemas de saúde às pessoas e a outros animais, o que é de lamentar. As autarquias não terão capacidade para acolher, alimentar e tratar todos esses animais, de forma a garantir a sua sobrevivência condigna. Porque, logicamente, as famílias ainda terão prioridade nos programas e projetos camarários.
Eu sei que não falta quem mostre interesse acrisolado pelos animais, questão que nem ouso pôr em discussão. Mas como resolver o problema dos cães e gatos vadios, que chegam, alguns deles, sobretudo gatos, a entrar na nossa própria casa sem pedir licença, só porque a Lita, apaixonada por animais, lá os vai sustentando e tratando da melhor forma que pode e sabe?
Gostaria que as autoridades e os meus leitores se pronunciassem sobre este problema, porque é, realmente, uma questão de saúde e tranquilidade pública.

Fernando Martins

Os inimigos do Papa Francisco

Anselmo Borges


1. No meio desta tragédia da pedofilia do clero, que coloca a Igreja Católica numa crise sem precedentes, e quando se pode erguer a suspeita de que ela é um antro de anormais e pedófilos, parece-me justo esclarecer que, no mundo dos pedófilos, a percentagem dos padres é mínima.
Sinceramente, esta constatação não é para mim de modo algum motivo de consolação. Pelo contrário. De facto, este dado só vem confirmar que o número de crianças que sofreram e que sofrem é muitíssimo mais vasto do que aquilo que se poderia imaginar.
Depois, os abusos de menores e adultos fragilizados por parte do clero têm uma agravante terrível: as pessoas confiavam, diria que de modo incondicional, nos padres e na Igreja, e foi essa confiança que foi traída. Uma traição que envergonha os católicos. E a agravar ainda mais a situação: responsáveis, incluindo bispos e cardeais e a Cúria Romana, ocultaram e encobriram estes horrores, porque pensaram que o mais importante era defender e salvaguardar a honra e o prestígio da Igreja enquanto instituição. Evitar a todo o custo o escândalo era a palavra de ordem. Deste modo, o Evangelho foi ferido de modo brutal no seu núcleo, que é colocar a pessoa e a sua dignidade no centro, sobretudo quando se trata de vítimas inocentes. Uma catástrofe moral.
Sobre as crianças, há duas palavras essenciais de Jesus no Evangelho, que é necessário continuamente relembrar. A primeira: "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino de Deus. Quem quiser entrar no Reino de Deus deve ser como elas." Elas são simples e não discriminam... A outra palavra de Jesus é terrível: "Ai de quem escandalizar uma criança, ai de quem fizer mal a uma criança. Era melhor atar-lhe a mó de um moinho ao pescoço e lançá-lo ao mar."

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Sentidos abertos e atentos à realidade comunicam melhor

Georgino Rocha

Jesus vem para o mar da Galileia, depois de andar por terras de pagãos desconsiderados pelos judeus. Já não é a primeira vez. Quer afirmar por atitudes e palavras que a novidade de Deus é para todos, a salvação é universal. Afirmação que contraria directamente as convicções mais arreigadas dos fiéis observantes da lei judaica. E ergue-se logo a questão, tantas vezes repetida ao longo da missão pública de Jesus: De que lado está a verdade? Quem interpreta com mais fidelidade a tradição das origens e quer reajustar as práticas actuais àquele sentido criacional?

No caminho, apresentam-lhe um surdo-mudo e fazem-lhe o pedido de impôr as mãos sobre ele. São gente anónima, que faz sua a situação precária deste homem. São gente que, mesmo ali, se vê privada da presença de Jesus que se retira com ele para um local próximo, mas afastado. São gente que, paciente e confiante, aguarda o resultado deste encontro tu-a-tu, de diálogo pessoal e da possível acção curativa. É gente que, no regresso de ambos e perante o sucedido, reconhece o alcance do gesto de Jesus, exlamando “cheios de assombro: Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e os mudos falem”. Quer dizer: vêem o alcance do benefício alcançado por uma pessoa particular e abrem-lhe o horizonte universal.