Jesus está rodeado de pessoas com claras e diversas intenções: a multidão que, encantada com os seus ensinamentos e confiante, o segue por onde quer que vá; os discípulos que entusiasmados pelo sucesso da sua missão, o acompanham e escutam com desvelo e atenção; o grupo de fariseus e escribas que, fiéis funcionários do Templo, são enviados de Jerusalém a informar-se do que estava a acontecer.
Intenções diversas que oferecem uma grande oportunidade para Jesus afirmar o papel do coração na ética dos comportamentos, a relação profunda entre a verdade e a liberdade, entre a atitude e as convicções profundas que gerem a vida interior do ser humano. Só a coerência em harmonia garante a integridade honesta e transparente de quem se sente livre e quer servir por amor. “A felicidade só se alcança quando o que cada um pensa, o que cada um diz e o que cada um faz estão em harmonia”, garante Gandhi, o maior dos grandes pacificadores e libertadores da Índia do poderio da Inglaterra.
Marcos, o evangelista que a Liturgia faz proclamar nas assembleias dominicais deste ano, organiza a conversa em três momentos de acordo com aquelas categorias de pessoas. O tom é de grande franqueza e valentia. Por amor à verdade, Jesus quer provocar os enviados da cidade e, sem discordar das observações que fazem, abrir horizontes novos às práticas rituais e comportamentos de aparência. (Mc 7, 1-8. 14-15. 21-23).