sexta-feira, 6 de julho de 2018

Estranha reação ao chegar a casa

Georgino Rocha

"A fé faz-nos conhecer Jesus e acolher a sua novidade que nos abre os olhos à verdade da realidade, nos leva a descobrir a presença oculta de Deus nos sofrimentos e fracassos da vida, como afirma São Paulo; que nos mostra portas abertas e caminhos longos onde se fecham as portas da sinagoga."

Jesus, após a primeira experiência da missão pública, regressa a casa, à terra natal, a Nazaré, aldeia onde se havia criado. Vem acompanhado pelos discípulos e o evangelista Marcos ( 6, 1-6)  deixa em aberto o leque de hipóteses para este regresso. Saudades da Mãe? Dar uma justificação a José, seu pai segundo a lei? Rever amigos? Apresentar a sua nova família, a dos discípulos? Reganhar forças porque sentia já alguma rejeição da parte dos ouvintes? Ou ainda outra que provavelmente será a mais verdadeira e ponderada, como a de anunciar o reino de Deus aos seus conterrâneos?

Que indicação preciosa nos dá esta atitude de Jesus. De vez em quando precisamos de regressar a casa, de mergulhar na memória, de procurar o calor dos vizinhos e amigos, de rever com novo olhar rostos familiares e o espaço onde nos criámos, de libertar sonhos que, então, acalentámos e estão em realização. Que humanidade nos deixa e que desafio nos faz! Que forma admirável de viver o tempo de modo saudável! Regressar “ao berço” faz-nos encontrar a identidade e realimentar a esperança, faz-nos realinhar a imaginação e empreender novas ousadias.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Preservação dos oceanos e educação para o Mar


A defesa e a preservação dos oceanos e a educação para o Mar são o mote para a consciencialização ambiental que a Câmara Municipal de Ílhavo promove durante o mês de junho. O “Mês Azul” decorre entre os dias 8 e 30 de junho e tem um conjunto significativo de atividades projetadas pela Autarquia. Sendo a proteção dos recursos naturais uma preocupação central deste Município, que se reflete na oferta educativa regular do Museu Marítimo e do Centro de Educação Ambiental, o “Mês Azul” reforça esta preocupação pedagógica da Autarquia com a natureza, através de ações de sensibilização ambiental, tendo como público-alvo não só a comunidade escolar, como as famílias. A programação tem como tema central a preservação dos oceanos e é constituída por oficinas, concertos e circo contemporâneo, destacando-se ainda a 14.ª edição do seminário “As escolas e o Coastwatch”.

Nota: Texto e imagem da CMI

Ver programa aqui 

Andreia Hall, professora da UA

“Um bom professor faz os olhos dos alunos brilharem, 
provoca-lhes um sorriso nos lábios e ilumina-lhes o caminho”

Andreia Hall

Andreia Hall é professora do Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro. Atualmente, dá aulas na licenciatura em Educação Básica e no mestrado em Educação e Formação. O que mais a fascina na sua atividade é a “possibilidade de ajudar os outros no seu percurso de crescimento e aprendizagem”. A docente é também coordenadora do Circo Matemático da Universidade de Aveiro, iniciativa para tornar a Matemática uma ciência divertida. Andreia Hall deixa um conselho aos seus alunos: “Pensem bem nas qualidades que se esperam num professor e mudem de curso se não as reconhecerem em si próprio´"

Ler entrevista aqui 

Faltará muito?


Ainda não será esta semana... segundo rezam as crónicas. Eu sei que pode chover em Aveiro quando o sol brilha na praia. Ainda faltará muito para cenas como esta na Praia da Barra? Vamos ter fé, que o verão acabará por nos bater à porta. E se assim for, com que prazer lhe abriremos a porta da nossa alegria!

Flor que não dura


Flor do meu jardim

Flor que não dura
Mais do que a sombra dum momento
Tua frescura
Persiste no meu pensamento.

Não te perdi
No que sou eu,
Só nunca mais, ó flor, te vi
Onde não sou senão a terra e o céu.


Fernando Pessoa,

No "Cancioneiro"

O maior navio de sempre no Porto de Aveiro





NOTAS:

1. Para quem, como eu, viu nascer e crescer o Porto de Aveiro, com a estrutura das últimas décadas, é sempre um prazer ler notícias destas.
2. Pessoalmente, assisti, há 10 anos, ao primeiro maior navio de sempre no Porto de Aveiro.

Eu conheço aquela cara de qualquer lado

Uma saudação a todos os nossos emigrantes 
que passam férias este ano entre nós

Em férias, minhas ou de outros, há muitos encontros inesperados. Em qualquer esquina, há rostos que me levam a pensar: — Eu conheço aquela cara de qualquer lado. É o tal déjà vu, reação do cérebro, julgo eu, que o leva a processar a questão para chegar a uma conclusão sobre os tais encontros inesperados. 
Ontem aconteceu-me precisamente isso. Numa grande superfície, quando me sentei para ler uma revista sobre assuntos de história, o N. olhou-me tão fixamente que me levou  a questioná-lo sobre se me conhecia. Mesmo antes de lhe lançar a pergunta, disse-me: — É de… no Canadá! Respondi que não. E a esposa, à sua frente, que apenas tinha visto de costas, logo acrescentou: — Foi confusão, desculpe. 
O sol obrigou-me a mudar de lugar e agora, voltado para a senhora, tirei uma conclusão, fruto do tal processamento do meu cérebro, que, como todos os cérebros, deve funcionar como os computadores. Os psicólogos saberão explicar melhor o que se passou. 
De imediato, levantei-me e dirigi-me ao casal. — Estou cá a pensar que vos conheço mesmo. Por favor, digam-me: — Moram por aqui perto de Aveiro? E a resposta foi pronta e em simultâneo: — Somos da Gafanha da Nazaré e estamos cá de férias, pois vivemos no Canadá. 

Fernando Martins