quinta-feira, 5 de julho de 2018

Eu conheço aquela cara de qualquer lado

Uma saudação a todos os nossos emigrantes 
que passam férias este ano entre nós

Em férias, minhas ou de outros, há muitos encontros inesperados. Em qualquer esquina, há rostos que me levam a pensar: — Eu conheço aquela cara de qualquer lado. É o tal déjà vu, reação do cérebro, julgo eu, que o leva a processar a questão para chegar a uma conclusão sobre os tais encontros inesperados. 
Ontem aconteceu-me precisamente isso. Numa grande superfície, quando me sentei para ler uma revista sobre assuntos de história, o N. olhou-me tão fixamente que me levou  a questioná-lo sobre se me conhecia. Mesmo antes de lhe lançar a pergunta, disse-me: — É de… no Canadá! Respondi que não. E a esposa, à sua frente, que apenas tinha visto de costas, logo acrescentou: — Foi confusão, desculpe. 
O sol obrigou-me a mudar de lugar e agora, voltado para a senhora, tirei uma conclusão, fruto do tal processamento do meu cérebro, que, como todos os cérebros, deve funcionar como os computadores. Os psicólogos saberão explicar melhor o que se passou. 
De imediato, levantei-me e dirigi-me ao casal. — Estou cá a pensar que vos conheço mesmo. Por favor, digam-me: — Moram por aqui perto de Aveiro? E a resposta foi pronta e em simultâneo: — Somos da Gafanha da Nazaré e estamos cá de férias, pois vivemos no Canadá. 

Fernando Martins 

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