quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Crise de valores

Crónica de MaDonA



Não busque ser um homem de sucesso, 
busque ser um homem de valor.” 

Einstein 

Todos os dias nos entram, pela casa adentro, as misérias que grassam no país e que os mass media nos apresentam, sem dó nem piedade. A sociedade assiste, hoje, ao que tem vindo a aumentar de dia para dia, uma crise de valores institucionalizada. 
Os portugueses, considerados, um "povo de brandos costumes", estão a acordar para esta realidade, que os leva a pôr em causa instituições e figuras nacionais, habitualmente consideradas acima de qualquer suspeita. 
Casos de corrupção nas forças de segurança, em figuras políticas, o escândalo da Casa Pia, e tantos outros são notícias que fazem as parangonas de grandes jornais. Há um desrespeito, pelos padrões éticos: hoje tudo é admissível e confunde-se liberdade com permissividade. Há uma grande falta de qualidade das elites nacionais: os portugueses não têm referências, o que é confirmado pela detenção de figuras públicas. 
Hoje domina o materialismo. Uma pessoa é identificada, pelos bens materiais que possui: uma mansão com piscina, uma casa de férias, um iate, um bom automóvel, roupas de marca, não por aquilo que é: um homem honesto, um bom amigo, uma pessoa íntegra. 
Vivemos numa sociedade que privilegia o ter em detrimento do ser. O dinheiro não deverá ser um objetivo, mas sim um meio de vida. Com isto, não pretendo fazer a apologia do despojamento total, da vida de eremita. O dinheiro deve proporcionar-nos conforto e bem-estar, não opulência e fausto. “O dinheiro é a raiz de todos os males, mas quão bela é a sua folhagem!”_ Dizia um amigo meu. 
Ainda hoje, veio a notícia da morte do homem mais rico de Portugal. Uma vida curta para a esperança média de vida, quase noventa anos. Terá Américo Amorim sido tão feliz, quanto foi rico? Foi justo no ordenado que pagou aos seus trabalhadores, distribuiu algum do seu património pelos mais desfavorecidos, enfim, foi benemérito? 
O meu pai, que foi feliz sem ser rico, sendo que rico não é o que mais tem, mas o que menos precisa, viveu até aos 93 anos de idade. E, mais viveria se eu tivesse sido dona de casa, e pudesse ter-lhe dado o apoio necessário, no final de vida. Antigamente, isto acontecia numa sociedade rural, em que os seniores eram acolhidos e acarinhados no seio familiar. Os valores da família, do trabalho, da honestidade existiam. Hoje estão démodé. 
Um exemplo de despojamento, a seguir pelos nossos políticos, foi o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, que afirmou "O que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, numa casa simples, que ando num carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco, porque o normal surpreende." 
Isso tudo nos mostra que, nos dias de hoje, as pessoas já não tem o ser humano como fundamental, mas, sim, o dinheiro, o lucro. A pergunta básica que se faz ao planear uma ação é “O que eu vou ganhar com isso?” Podemos compreender: acidentes que ocorrem em edifícios e matam pessoas porque houve algum tipo de “economia” na construção; pessoas que morrem em hospitais porque a verba atribuída pelo governo já não é suficiente, etc 
Como exigir que as crianças interiorizem os verdadeiros valores, se nós mesmos não damos o exemplo? 
E os meios de comunicação que visam o lucro e satisfação imediatos tiram partido disso. As novelas fazem apologia do sexo sem responsabilidade, glorificando o egoísmo, a vingança, a mentira e a truculência, nas relações humanas. 
O facto de alguns, pela prática de atos ilegais, demonstrarem uma ausência de padrões éticos, não significa que toda a sociedade padeça do mesmo mal. Eu ainda acredito no HOMEM. Apesar da onda de marginalidade, e outras doenças sociais, ainda há as boas exceções à regra. 
Quando, há dias, estacionava o carro, junto à Loja do Cidadão, dois senhores, em simultâneo, ofereceram os tickets de estacionamento, que não tinham esgotado o tempo, a quem se dirigia às máquinas. O meu tinha a duração de mais duas horas. “Eles já ganham muito!” — Disse-me o senhor de forma jocosa. 
Tal como Martin Luther king, eu tenho um sonho! De ver a harmonia entre as pessoas, sem haver exploradores e explorados, prepotentes e submissos, ricos e pobres. Utopia? O ativista americano também acreditava nela. 

MaDonA 

28.07.2017

Falar+ vai abordar o tema “Estudar é bom!”


No próximo dia 31 de janeiro, quarta-feira, pelas 15h, no Fórum Municipal da Juventude da Gafanha do Carmo, vai decorrer uma sessão aberta aos jovens, destinada a dar dicas capazes de aumentar a capacidade de aprendizagem, melhorando, através da concentração e da memorização, os resultados dos estudos, diz um comunicado da CMI.
No mundo frenético em que todos vivemos, com os jovens a serem bombardeados por inúmeras solicitações, é justo reconhecer que iniciativas deste teor são sumamente importantes. Portanto, aconselho os jovens a participarem nesta ação de FALAR +.
Um aviso pertinente: Desliguem os telemóveis para não serem incomodados.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

E que tal não ver má televisão?

Manuel Cardoso, no Sapo, 
atirou-me hoje com uma questão pertinente: 
E que tal não ver má televisão?



Há muito que tento descobrir o motivo por que perdemos tanto tempo com maus programas de televisão. Para além das notícias, que gosto de ver e ler, porque estou no mundo e sei que é importante estar informado, tenho de reconhecer que há outras formas de passar os serões: ler, escrever, conversar, trocar opiniões, discutir (no bom sentido) pontos de vista, ver filmes ou séries com substância, etc. 
O jornalista continua no seu escrito com mais perguntas, insistindo: "E aquele programa extremamente polémico com crianças que não se portam lá muito bem que é emitido no canal que se encontra na posição raiz quadrada de nove da grelha? Não vi. Podemos manter isto assim? Ou vão continuar a oferecer ao formato tanta publicidade gratuita que vou ser obrigado a ceder?"

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Morreu Germana Tânger

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Igreja “importa” padres para chegar a todas as paróquias

Reportagem de Natália Faria 
publicada no PÚBLICO de ontem

«Vêm da Ucrânia, Brasil, Angola, Itália, mas também Polónia, Espanha. À míngua de padres, a Igreja Católica entregou paróquias a dezenas de estrangeiros. Alguns, casados e com filhos. Trata-se — acusam os mais críticos — de mero remendo para um problema que reclama a ordenação de mulheres e homens casados.»

Vigário-geral da diocese de Aveiro


“Fujo à ideia do sermão”

«Na diocese de Aveiro, dividida em 101 paróquias, contam-se cinco padres estrangeiros, nas contas do vigário-geral, o padre Manuel Joaquim da Rocha. “Chegámos a ter uma irmã religiosa que fazia a celebração da palavra numa paróquia, mas agora não. O que temos agora são diáconos responsáveis pela celebração da palavra nalgumas paróquias.” Em tudo iguais a uma missa, as celebrações da palavra distinguem-se pelo facto de não serem evocadas as palavras de Jesus na última ceia nem serem consagrados o pão e o vinho (são-no previamente por um sacerdote). Os diáconos permanentes podem ser casados e ter filhos e podem baptizar, presidir a casamentos, baptizados ou funerais. Não podem é dar a santa unção, ouvir os fiéis em confissão nem chamar missa à missa que efectivamente celebram. Para serem reconhecidos enquanto tal pela Igreja, têm de ter mais de 35 anos, uma vida estável na comunidade em que se inserem e passar por uma formação que os habilita a exercer aquelas funções.»

NOTA: Texto transcrito do jornal Público. Foto do meu arquivo. 

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Mais de cem crianças na Corrida das Ecolinhas


As crianças são a garantia do futuro. E se elas forem acarinhadas, apoiadas e ajudadas a crescer, serão a garantia de um futuro risonho. Daí, esta iniciativa que dá pelo nome de Corrida das Escolinhas, inserida no 35.º Grande Prémio de Atletismo da ADC "Os Ílhavos" e promovida por esta associação, em parceria com a Câmara de Ílhavo.
Participaram 123 crianças das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Município. E quem ganhou? — hão de perguntar os meus amigos. Garanto-vos que ganharam todos. Os meus parabéns aos que organizaram a corrida e a apoiaram, mas também às escolas e aos alunos participaram. 

Vigário-Geral — Os projetos da Igreja são de todos nós

Dia do Diácono celebrado em Soza 
com a participação de algumas esposas

Diácono Permanente Carlos Nunes coordenou a reunião
Aspeto da assembleia

P. Rocha, Vigário-Geral da Diocese

P.e José Manuel, novo delegado 

Diácono Castelhano e esposa 

Os diáconos permanentes da diocese de Aveiro celebraram ontem, domingo, em Soza, arciprestado de Vagos, o Dia do Diácono, sob a proteção de S. Vicente. Nem todos puderam marcar presença por razões diversas, mas os que aderiram, alguns acompanhados pelas suas esposas, souberam conviver e partilhar preocupações, evocar alguns ausentes e confraternizar, como já vai sendo hábito.
Este encontro estava programado para prestar uma simples homenagem de gratidão ao P.e Georgino Rocha, que deixou as funções de delegado do nosso bispo para o Diaconado Permanente, cargo que desempenhou cerca de 30 anos, já que os primeiros diáconos permanentes da Igreja Aveirense foram ordenados em 22 de maio de 1988.

P.e Georgino Rocha

A receção ocorreu na Junta de Freguesia de Soza com um lanche, seguido de uma rápida sessão, na qual foi possível refletir sobre o apoio que o P.e Georgino Rocha nos prestou durante todos estes anos. Na altura, tive a oportunidade de sublinhar o que mais me sensibilizou no contacto próximo que mantive com ele, salientando quanto o apreciava, como homem e como presbítero. Disse que o P.e Georgino mostrou, ao longo destes anos, uma rara capacidade de ouvir e de dizer: Simples, objetivo, direto… O suficiente para as reflexões que importava fazer. 
Frisei que dificilmente se discorda do seu pensar assente nos livros sagrados, permanentemente atento aos alertas, desafios e apelos dos Papas e dos nossos bispos, mas também de outros bispos, teólogos e mesmo de humildes santos das nossas comunidades, que nos dão exuberantes lições de vida alicerçadas nos Evangelhos e demais textos bíblicos. Lições, exemplos e testemunhos que não chegam às parangonas da comunicação social, mas que ficam no coração de quem tem tempo e sentimento para as apreciar no dia a dia. E disso nos tem dado nota testemunhal o P.e Georgino, no muito que escreve, nas reflexões semanais que publica e nos livros com que nos brinda a um ritmo frequente. No dia 17 de janeiro, lançou mais uma obra — “Rostos de Misericórdia – Estilos de vida a irradiar” — que merece ser lida com urgência, tal é a sua oportunidade, o seu estilo e a riqueza do seu conteúdo.
Uma romagem à campa do diácono permanente José Luís Macedo, no cemitério de Salgueiro, foi motivo de reflexão e de homenagem aos colegas e esposas já falecidos, na esperança de que foram acolhidos no regaço maternal de Deus. 
No almoço, em ambiente de amizade franca, o P.e José Manel Marques Pereira, que assumiu a tarefa de delegado do nosso Bispo para o Diaconado Permanente, lembrou que «todos temos consciência do serviço a que somos chamados», naturalmente direcionado para «a Igreja e para os outros». E recordou: «O Senhor chama-nos para uma missão; e como corpo diaconal, também é bom celebrarmos o Dia do Diácono». É nestas celebrações que nos tornamos mais próximos, com a partilha de experiências, vivências, alegrias e algumas dificuldades.
O Vigário-Geral da Diocese de Aveiro, P.e Manuel Joaquim Rocha, em representação do nosso Bispo, ausente pelo falecimento de seu pai, falou da premência de cultivarmos o «sentido de comunhão, que ultrapassa todos as fronteiras». Referia-se à presença no convívio de um diácono permanente da diocese de Coimbra, Manuel Castelhano, de Seixo de Mira, acompanhado por sua esposa. E adiantou que importa reconhecer a necessidade do trabalho dos diáconos permanente [casados e com as suas vidas profissionais e familiares], na comunidade diocesana. 
O P.e Rocha referiu que «temos de estar atentos às respostas que em cada tempo e momento são necessárias, para que a Igreja responda aos desafios que vão surgindo». «Os projetos da Igreja são de todos nós», disse. 

Fernando Martins