quarta-feira, 15 de março de 2017

Passagem pelo Parque Infante D. Pedro









Hoje fui matar saudades ao Parque Infante D. Pedro, onde não ia há anos. De carro e mesmo a pé passei várias vezes, mas nunca me ocorreu entrar para apreciar a vegetação, o lago, os painéis cerâmicos com motivos aveirenses e a Casa de Chá que já serviu vários fins. Hoje estava com sinais de algum abandono.
Não subi as escadarias para apreciar o jardim superior, porque as pernas não davam mais. E então contornei o lago de águas esverdeadas, dois patitos marrecos ou de raça desconhecida, o arvoredo variegado. Mas nada de cisnes como antigamente. Um pombal no meio do lago servia de hotel aos pombos que decerto se deleitavam com árvores e arbustos para todos os gostos. Pouca gente por ali andava. Alguns estudantes à conversa, um grupo de idosos de chapéu amarelo lanchava sob os cuidados atentos de funcionárias, um ou outro, como eu, fotografava e nada mais.
As passadeiras superiores não estavam a ser muito frequentadas para conduzir as pessoas para o outro lado das rua de trânsito intenso. 
Segundo reza a história, o parque foi construído numa propriedade dos frades franciscanos a partir de 1862, na zona do Convento de Santo António. O coreto de Arte Nova fica no jardim superior onde desta vez não fui. Também pode ser apreciado nesse jardim uma homenagem ao insigne aveirense Jaime de Magalhães Lima.

 Fernando Martins

terça-feira, 14 de março de 2017

Tempos de Pesca em Tempos de Guerra no El Correo Gallego.es

A notícia  chegou-me há momentos. Xosé Cermeño publicou no El Correo Gallego.es uma reportagem sobre o livro "Tempos de Pesca em Tempos de Guerra" de Licínio Amador. O livro do nosso amigo Licínio está a chegar longe. E não ficará apenas pela Galiza. 



Submarino alemán U-94 del tipo VII C. Ofciais observan á tripulación de a bordo da nave

Licínio Ferreira relata como a II Guerra Mundial chegou ata os barcos bacalloeiros cando un submarino alemán afundiu o pesqueiro Maria da Glória.

Posiblemente as persoas poidan dividirse en dúas clases: a xente común e os homes que navegaron nos barcos bacalloeiros polos mares do norte. A pesca do bacallau no século pasado era en si mesma unha tarefa épica, máis propia de deuses mitolóxicos que de xentes normais. O frío, os temporais, a soidade no mar, os meses de reclusión en barcos inhóspitos, o traballo en durísimas condicións, a complicada convivencia en espazos reducidos... marcaron unha actividade de características lendarias.

Ademais, a historia deste traballo fora de calquera medida sumaba de cando en vez algún feito extraordinario con vocación de converterse en mítico. Nos últimos anos, historiadores do mundo da pesca e mariñeiros con boa memoria teñen verquido en libros e reportaxes as súas peripecias case inverosimis. E Portugal, os libros sobre a pesca do bacalhau forman xa un xénero en si mesmo, cultivado por profesores, navegantes, pescadores e científicos. Autores como Alvaro Garrido - desde unha perspectiva académica, Valdemar Aveiro -desde a lembranza persoal- , Manuel Luís Pata -cun enfoque local e etnográfico- e outros moitos, desde un punto de vista xornalístico e literario, ampliaron nos últimos anos o coñecemento e tamén a mitoloxía dos barcos e mariños bacalloeiros.

Ler mais aqui 

Saudades destes ambientes

Praia da Barra com data incerta

Peço desculpa por vir para aqui com as minhas saudades. Não sou muito exigente. Gosto de coisas simples, normalíssimas, muito terra a terra, Gosto sobretudo do sossego, da serenidade envolvida por horizontes largos e arejados. Sou assim.
Tenho andado por aqui com azáfamas que me envolvem o tempo quase todo. De modo que, se precisar de espairecer, não tenho, como nunca tive, dificuldades em me imaginar longe dos bulícios, sem sair de casa. Abro as janelas da imaginação e parto à aventura. Como hoje fiz.

domingo, 12 de março de 2017

Um conselho oportuno de Mandela



“Eu aprendi que a coragem não é a ausência de medo, 
mas o triunfo sobre ele. 
O homem corajoso não é aquele que não sente medo, 
mas aquele que conquista por cima do medo.”

Nelson Mandela

Li aqui 

Postal Ilustrado: Complexo Desportivo da Gafanha

Os mais pequenos em competição

Em boa hora batizaram uma rua da nossa terra com o nome de Complexo Desportivo da Gafanha. Esse gesto reflete a importância de uma estrutura desportiva que, presentemente, acolhe centenas de atletas de todas as idades, ligados ao Grupo Desportivo da Gafanha (GDG). Mas ainda reflete o esforço que diversas pessoas e entidades empreenderam para que o Complexo Desportivo fosse uma realidade.
Em 20 de Março de 1976 o Secretário de Estado da Estruturação Agrária assina e autentica o Alvará de Cedência Gratuita à Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, para usufruto do Grupo Desportivo da Gafanha, de uma parcela agrícola com 8,5 hectares.
As datas de 6 de Agosto de 1982, Outubro de 1983, 1988, finais de 1989 e Abril de 1991 foram importantes para um trabalho insano, entre os responsáveis do GDG, CMI e Junta de Freguesia, tendo em vista a concretização do velho sonho de substituir o campo de futebol do Forte da Barra.
No dia 11 de Fevereiro de 1986, após longo e significativo trabalho, foi possível inaugurar as torres de iluminação, o que constituiu uma meta extremamente importante para a atividade desportiva que se vinha a implementar. E de 1987 a 1989 decorreram as obras de construção da tão desejada bancada poente e sua cobertura.
O relvado do campo de futebol foi inaugurado precisamente em Fevereiro de 1999 e no dia 15 de Fevereiro de 2009 surge um outro marco histórico na vida do GDG, da Junta de Freguesia e do Município de Ílhavo, com a ampliação e remodelação do Complexo Desportivo, que integra dois campos de futebol, um pelado e outro com relvado sintético.  

A cada ano a sua Quaresma

Crónica de Frei Bento Domingues 





1. A Quaresma deste ano está marcada por dois movimentos opostos: o da intensificação da Reforma da Igreja, anunciada no programa do Papa Francisco e o da contra-reforma, organizada e com sinais visíveis que mostrem quem está com uma e quem está com outra. Sabíamos que o hábito não faz o monge, agora querem convencer-nos que o cabeção e a batina fazem o padre. Quem se apresentar sem estes sinais não sabemos se está com o caminho aberto por Bergoglio ou não. Terá de o mostrar pelas suas opções pastorais e de vida pessoal. Quem exige que os fiéis se ajoelhem na missa durante a consagração e para receber a comunhão parece que não gosta muito do Vaticano II nem das ousadias do Papa Francisco. Dizem-me que certos párocos tentam resgatar a memória de lugares marcados na igreja, anteriores ao Concílio, mediante genuflexórios forrados para joelhos delicados. Parece que ainda não está previsto dividir o espaço das celebrações colocando as mulheres atrás e os cavalheiros à frente.
Quando se participa em missas solenes, com bispo ou cardeal, uma das distracções possíveis é a contagem das vezes que lhes põem e tiram o solidéu, a mitra e o báculo.
As novas tecnologias, como por exemplo iPads, tablets e e-readers – coisas que me ultrapassam -, estão a substituir missais e breviários, livros antigos muito veneráveis e pouco portáteis, com muitas vantagens económicas, com recursos imagísticos e musicais e prontos a servir, sem ter de incomodar grupos ad hoc para baptizados, casamentos e funerais e, ainda, um reportório de homilias previamente adaptadas aos públicos e pregadores mais diversos. Haverá quem diga, como a nordestina brasileira, quando na missa substituíram o latim pelo português: tiraram-lhe a decência.
É muito possível que isto possa suscitar um novo debate sobre simbologia e ritualidade litúrgica e seus dignos e indignos suportes.

Oito razões a favor do Papa


Crónica de Bárbara Reis 


Francisco fala dos problemas de hoje 
com a linguagem de hoje e, para isso, 
nem precisa de ver televisão.

Uns dias depois do atentado contra o Charlie Hebdo, o Papa Francisco disse que “não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode ridicularizar a religião dos outros”. Na altura, escrevi aqui as oito razões que me levavam a discordar do Papa. Hoje, chegou o momento de fazer a crónica-espelho prometida ao Hugo Torres, então nosso editor de comunidades, que teve de gerir os leitores indignados. Crentes ou ateus, temos oito grandes razões para aplaudir este Papa.

1. Francisco é um reformista e enfrenta os católicos retrógrados. Com elegância e sem medo. Três exemplos. a) Abriu a possibilidade de os católicos divorciados e recasados poderem receber a comunhão, uma forma de reconhecer as novas família e não alienar (ainda mais) católicos. Para um ateu, os sacramentos são uma abstracção, mas esta abertura foi o que mais enfureceu os conservadores. b) Demitiu o grão-mestre da Ordem de Malta, o príncipe britânico Matthew Festing, que afastara um cavaleiro alemão que fechara os olhos ao uso de preservativos num projecto de saúde. c) E há anos faz frente ao cardeal americano Raymond Burke, um sonso e intriguista que trava um combate feroz contra os católicos progressistas. Burke é amigo de Steve Bannon (o amigo de Donald Trump), apoia a ideia de um muro a separar os EUA do México, e diz que o "feminismo radical" criou vários problemas à igreja, entre os quais os abusos sexuais de menores. É a ala radical de Burke que acusa Francisco de ter criado uma “confusão sem precedentes na Igreja Católica”. É caso para dizer: viva a confusão.

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