quarta-feira, 25 de maio de 2016

Festa do Corpo de Deus

Reflexão de Georgino Rocha


FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM

Jesus recomenda vivamente aos seus discípulos/apóstolos que façam o que Ele acaba de realizar. A ceia de despedida reveste-se de especial importância. Em breve, deixaria de estar fisicamente presente. A morte arrebatá-lo-ia violentamente. Mas o amor criativo “inventa” a maravilha de ficar. Por isso, toma o pão, parte-o e reparte-o. O mesmo faz com o vinho. Acompanha o gesto com as palavras clarificadoras: É o meu corpo entregue por vós; é o meu sangue derramado por vós e pela humanidade toda. E acrescenta: ”Fazei isto em memória de mim”.

O tesouro confiado por Jesus fica em “mãos de barro”. Já as primeiras comunidades cristãs o testemunham. Os cristãos de Corinto apresentam queixa a Paulo a propósito do que acontecia nas suas assembleias litúrgicas. A primeira parte era dedicada ao pôr em comum os dons pessoais para a refeição de todos e estava a gerar descriminação contínua, pois os ricos faziam grupo à-parte, deixando os empobrecidos abandonados a um canto. Apesar disso, participavam todos na celebração da eucaristia como irmãos, professavam a mesma fé, recitavam as mesmas orações e comungavam o mesmo corpo de Cristo.

terça-feira, 24 de maio de 2016

“Por entre poetas”

Um livro de Domingos Freire Cardoso



Li, serenamente e com prazer, o mais recente livro de poemas (sonetos) de Domingos Freire Cardoso, ilhavense, mais concretamente, como faz questão de sublinhar, chousavelhense, desde que nasceu, já lá vão sete décadas, «dez vezes o sete, por muitos considerado um número mágico». Assim se lê em “A origem deste livro”, no qual esclarece que este conjunto de 70 sonetos se destina a assinalar o seu 70.º aniversário. Contudo, o autor acrescenta, como muito importante, que este livro é, acima de tudo, «uma pequena homenagem aos poetas glosados cujos versos serviram de inspiração» ao seu trabalho.
O “Prefácio” de Maria Eli de Queiroz, escritora, jornalista e Mestra em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, enriquece o trabalho do autor de “Por entre poetas”. Reconhece o talento de Domingos Cardoso «como expoente na literatura portuguesa trovadoresca contemporânea, afirmando ainda que, por isso, não constitui para si tarefa difícil prefaciar o terceiro livro do autor.
«As poesias de Domingos Cardoso surpreendem pela brilhante imaginativa», afirma a prefaciadora, acrescentando que «o sonetista demonstra a capacidade de operar a fusão literária com vários parceiros que o inspiraram a compor novas estrofes, valendo-se de um processo artístico pouco usual nos meios culturais».
Maria Eli de Queiroz recomenda aos leitores que «o poeta foi capaz de valorizar ideias de novidade, de originalidade, embora obedecendo a regras impostas pelo entrelaçar de signos poéticos já existentes».
Tal como refere, importa não tardar a nossa surpresa, deixando «que a leitura do livro fale melhor sobre a obra, fale melhor pelo autor, fale melhor pela tradição de sonetar». E citando Cecília Meirelles finaliza assim o “Prefácio”:

«Um poeta é sempre irmão do vento e da água: 
deixa seu ritmo por onde passa.»

Para além do que foi dito e transcrito, permitam-me mais algumas, poucas, considerações, porque gosto de ler Domingos Cardoso, como aprecio o seu labor em prol das artes de escrever, animando e ajudando, quantas vezes, autores e editores. E fá-lo com gosto, tanto quanto sinto e pressinto.
O seu livro, que li de fio a pavio, registando a facilidade de inspiração e domínio da escrita do verso, que nasce dele espontaneamente, merece mesmo ser meditado. Com uma nota curiosa: os seus sonetos remetem-nos para outros tantos poetas, que apetece ler ou reler. Não os cito porque são muitos. E as ilustrações, a preto e branco, são um belo e oportuno complemento dos sonetos do Domingos Cardoso.



E o talvez e o depois e o nunca mais
Vieira da Silva 
in “Marginal (Poemas breves e cantigas), 
p. 33

E o talvez e o depois e o nunca mais
Vieram adensar os meus porquês
Dessa dúvida mórbida que fez
Não zarpar nunca o meu barco do cais.

Com receios do vento e temporais
E faltando no lastro a intrepidez
Prisioneiro da própria pequenez
Nunca teve o governo de um arrais.

Ficaram por fazer as travessias
Desde as áfricas às oceanias
Da água em turbilhão ou chão de prata.

Fantasma cadavérico no porto
Ninho da rataria é um nado-morto
À espera da mortalha da sucata…

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Vista Alegre em festa


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O amor


Eu gosto do amor e gosto de amar. E também gosto de ser amado. O amor é uma expressão do sublime. Não o canto porque estou longe de ser poeta. Mas não se julgue que o amor é só o que está a pensar. Há muito que amar e muitas formas de amar. Há imensa gente a amar e outra tanta à espera de ser amada. Há amor para todos os gostos e a falta dele causa desgostos. Há amor conjugal, filial, fraternal, paternal, maternal, e por aí fora, até ao fim do mundo. Há amor entre jovens e entre velhos. Entre homens e mulheres e até pelos animais. Pelos pobres e pelos infelizes, pelos felizes e pelos que procuram a felicidade. Há o amor a Deus e o amor de Deus. Mas este é do tamanho do Universo. 
Um dia destes passei pelo Centro Cultural da Gafanha da Nazaré e trouxe comigo esta marca indelével de quem ama. Se calhar até está a sofrer por amor. Não sei  quem escreveu “Amo-te”. Será rapaz ou rapariga, homem ou mulher? Será correspondido ou não? Talvez este gesto corresponda a um desabafo. Pode ser uma atitude de esperança. Ou um grito de mágoa?

Padre Américo, fundador da Obra da Rua

Nos 60 anos da sua morte 


No próximo dia 30 maio, pelas 18h30, no Auditório Mestre Hélder Castanheira [Universidade de Aveiro], por ocasião dos 60 ANOS DA MORTE DO PADRE AMÉRICO, FUNDADOR DA OBRA DA RUA, terá lugar a apresentação de dois livros, a saber:

PADRE AMÉRICO, Frei Junípero no Lume Novo
RAÍZES DO TEMPO, À Volta de Padre Américo

As obras, da autoria de Henrique Manuel Pereira, serão apresentadas por:
Pe. Manuel Mendes [Diretor da Casa do Gaiato de Miranda do Corvo]
Prof. Doutor Belmiro Fernandes Pereira [Faculdade de Letras da Universidade do Porto]

domingo, 22 de maio de 2016

Primeiros Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro

22 de maio de 1988
Da esquerda para a direita: Carlos Merendeiro, Fernando Reis,
João Casal, Afonso Henrique, D. Manuel, Augusto Semedo,
Sousa e Silva (não foi ordenado), Joaquim Simões, Fernando Martins
 e Daniel Rodrigues. Falta o Luís Pelicano.
Lita, Luís Pelicano, Afonso Henrique e Joaquim Simões

Fernando Reis e esposa Margarida
Padre Georgino,  nosso mestre de jornada
D. António Marcelino
Os primeiros diáconos permanentes da Diocese de Aveiro foram ordenados no dia 22 de maio de 1988 pelo nosso bispo, D. António Marcelino, estando presente como convidado especial D. Manuel de Almeida Trindade, Bispo Emérito de Aveiro. Completam-se hoje, precisamente, 28 anos. Desse primeiro grupo fazia parte eu próprio com a noção da responsabilidade plena da entrega ao serviço da Igreja, como Ministro Ordenado, para o serviço que o meu bispo entendesse por bem nomear-me. 
O grupo não era grande, mas percebi em todos a certeza de que se encontravam preparados para servir e não para serem servidos, máxima que continua a inspirar-nos. 
Para memória futura, permitam-me que refira os que assumiram a ordenação. São eles:

Afonso Henrique Campos de Oliveira, de Recardães
Augusto Manuel Gomes Semedo, de Águeda
Carlos Merendeiro da Rocha, da Gafanha da Nazaré
Daniel Rodrigues, da Glória
Fernando Reis Duarte de Almeida, de Óis da Ribeira
João Afonso Casal, da Glória
José Joaquim Pedroso Simões, da Gafanha da Nazaré
Luís Gonçalves Nunes Pelicano, da Palhaça
Manuel Fernando da Rocha Martins, da Gafanha da Nazaré

Destes nove, três já se encontram junto do Pai, decerto com outras tarefas ou no merecido descanso. São eles o Carlos Merendeiro da Rocha, o Daniel Rodrigues e o João Casal. O Carlos com a paixão pela catequese, o Daniel com o entusiasmo pela defesa de causas na comunicação social, em especial na área da Pastoral dos Ciganos, e o João Casal com o gosto enorme pela implantação de Grupos Cáritas nas paróquias. Foram para mim, e com certeza para muitos, exemplos de vida pelo testemunho de fé nas comunidades em que trabalharam com um dinamismo  que eu de perto bem conheci.
Aos restantes, que eu saúdo com muita amizade e a quem endosso votos de saúde, otimismo, paz, sentido de partilha e amor à Boa Nova de Jesus Cristo, na certeza de um mundo novo, quero prometer que rezarei por todos. 

Augusto Semedo 
Permitam-me uma palavra especial ao meu querido amigo Augusto Semedo, em recuperação pelo AVC que o atacou. Quero testemunhar-lhe a minha gratidão pela sua vida que ajudou a cimentar a minha fé. Em hora dolorosa para mim, deixou tudo para me acompanhar ao Hospital onde fui socorrido no momento exato de um enfarte. O Semedo foi e é um cristão de fé sem barreiras junto dos feridos da vida, integrado na Sociedade de São Vicente de Paulo e não só. Pela oração, pela exemplo, pela cultura, pela pastoral e pela ação sem alardes um muito obrigado, meu caro Semedo. 

Fernando Martins

Para saber mais sobre o Diaconado Permanente na Diocese de Aveiro clicar  aqui 

Figuras de santidade

Crónica de Frei Bento Domingues 

Padre Américo

Agustina escreve o hino mais belo sobre a condição humana, 
que deveria figurar em todas as escolas do mundo

1. A incerteza, sublinhada pelo Papa Francisco, acerca da sua vinda a Fátima, em 2017 - “Um momento, ainda não disse que vou, mas que gostaria de ir…” - não ajuda o apetecido desenvolvimento comercial da preparação de um evento marcante nos anais do Santuário mais rico do país. O investimento exige um quadro estável para os negócios. Fátima, com 55 hotéis disponíveis, não deixará os seus peregrinos sentir o que eram as agruras e privações de há cem anos!
O bispo de Leiria-Fátima está, no entanto, absolutamente convencido que o argentino virá, a menos que problemas com a saúde o impeçam [1].
Nesta vinda ainda não se fala de um programa para pôr a Igreja portuguesa a mexer, acusada, em alguns sectores, de estar muito parada e só reagir quando vê os seus interesses corporativos ameaçados. Como, porém, dispomos da imagem de Nossa Senhora a viajar pelo país e pelo mundo, compreende-se que os católicos lusitanos, no geral, não sofram de ansiedade com as propostas da nova evangelização. Esperam que a “debandada da juventude” se cure com a idade.
Oiro sobre azul seria que a presumível visita papal coincidisse com a canonização dos pastorinhos e a beatificação da Irmã Lúcia, embora haja outros casos bem colocados na fila de espera.

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