O Instituto de Socorros a Náufragos
precisa de ser mais conhecido
Quem passa pelo Jardim Oudinot não pode deixar de apreciar, mesmo de fugida, uma embarcação que ficou na memória de muitos como o Salva-Vidas Almirante Afreixo. Não terá tido a eficiência que os novos meios de salvamento oferecem a quem, por razões variadíssimas, naufraga no mar ou na ria, mas cumpriu as suas obrigações como foi possível. As condições de há décadas evoluíram imenso e hoje as técnicas de salvamento estão devidamente modernizadas. Tudo na vida é assim.
Sou do tempo em que, perante qualquer naufrágio, uma embarcação como a da imagem teria muitas dificuldades em enfrentar o mar alteroso e socorrer quem se debatia numa tentativa desesperada de fugir à morte. Daí as críticas que na minha juventude tantas vezes ouvi, perante a incapacidade de salvar quem quer que fosse. Felizmente, nos dias de hoje é tudo muito diferente.
O Real Instituto de Socorros a Náufragos foi fundado, como instituição privada, por insistência da rainha Dona Amélia, em 21 de abril de 1892, ficando como presidente a sua fundadora, até à implantação da República. A partir de 5 de outubro passou a designar-se por Instituto de Socorros a Náufragos, com dependência e ligação à Marinha de Guerra. Era formado por voluntários, ao jeito de bombeiros.
Trata-se de um organismo com fins humanitários e exerce as suas funções em tempo de paz ou de guerra, assistindo igualmente qualquer indivíduo, independentemente da sua nacionalidade ou qualidade de amigo ou inimigo.
Presentemente, está equipado com os mais eficazes meios de salvamento, sendo notícia sempre que há desastres na ria ou no mar, como aconteceu, recentemente, quando se envolveu na busca de desaparecidos, eventualmente por afogamento. E, diga-se de passagem, tem outras e diversas competências, que uma busca no site da Capitania do Porto de Aveiro esclarece mais ao pormenor.
Fernando Martins
Fonte: Capitania do Porto de Aveiro