segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Violência doméstica




A vida decorria, sem sobressaltos, ali, na Quinta do Briol. O “sultão” AlGalarós dominava, na hierarquia dos sete galináceos, arrastando a asa e controlando as suas (apenas!) seis concubinas.
Era um regalo olhar para o espaço ensolarado e contemplar o macho imponente no seu traje vistoso de penas listradas de cetim branco e cinzento, cacarejar em chamamento das companheiras dispersas pelo pinhal. Estas acorriam, ao apelo cantante do “senhor” que encontrara algum verme e queria partilhá-lo com as fêmeas. Tê-las sempre debaixo de olho e sob controlo apertado, era o grande objetivo do galo apavonado!
Cumpria-se a velha e já ultrapassada (!) filosofia, “Onde há galos, não cantam galinhas” e tudo corria ao som da trombeta, isto é, da voz do chefe.


Dori(n)da
No entanto, a tradição já não é o que era e a velha filosofia começou a ruir, pois Camões sempre disse: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!” As galinhas, sempre atentas à evolução dos tempos, referida pelo grande vate, começaram a sublevar-se e oferecer resistência às investidas do “sultão”.
- Abaixo a ditadura! Fora a tirania! Derrubemos a prepotência! Seriam estas as ideias revolucionárias, em embrião, talvez do tamanho dum grão de milho, que começavam a ganhar forma, no cérebro minúsculo da meia dúzia de galinhas.
Estas e outras maquinações iam progredindo, na surdina, sem que a dona se apercebesse dos conflitos existentes ali, ao lado de casa.

Cristoteca na Costa Nova

Música ao vivo no próximo fim de semana



Entre a ria e o mar, na Costa Nova, a diocese de Aveiro organiza este fim de semana, entre as 18h do dia 10 e as 06h do dia 11 de agosto, uma Cristoteca, um espaço de animação e diversão e também de evangelização que terá a presença do grupo “One Time”, do “Rebelde Karaoke” e ainda dos djs H20, Peixinho e Electonic Grooves.

domingo, 4 de agosto de 2013

Os gafanhões vistos por outros — 6



«são denominados gafanhões os habitantes da Gafanha. O seu tipo fisionómico denuncia feição árabe. Os homens são robustos e de boas formas e as mulheres de mediana estatura, mas cheias e vigorosas. São de caráter expansivo e índole benévola. É raridade o casamento de um gafanhão, homem ou mulher, fora da colónia, que talvez por isso conserva imutável a sua feição primitiva.»


Em artigo de Rocha Madail, 
citado no livro “Gafanha da Nazaré — Escola e comunidade numa sociedade em mudança”, 
de Jorge Arroteia e outros

sábado, 3 de agosto de 2013

Igreja demasiado débil

No DN de hoje

Papa Francisco: uma revolução tranquila



«Aos eclesiásticos: "Fazem falta bispos que amem a pobreza e não tenham psicologia de príncipes." "Devem ser pastores, próximos das pessoas, pais, irmãos, pacientes e misericordiosos." "Reina a cultura da exclusão e do descartável." Que tenham a coragem de ir contra dois dogmas da sociedade atual, "eficiência e pragmatismo", e "sair ao encontro das periferias, que têm sede de Deus e não têm quem lho anuncie". Devem ir à procura dos "afastados, que são os convidados vip".

Aos políticos: condenou a corrupção e pediu-lhes que sejam humanos, que tenham "sentido ético" e pratiquem o "diálogo, diálogo, diálogo". É preciso "reabilitar a política", que deve estar ao serviço do bem comum, que "evite o elitismo e erradique a pobreza".

Porque é que tantos têm abandonado a Igreja, incluindo "aqueles que parece viverem já sem Deus?" A Igreja "mostrou-se demasiado débil, demasiado afastada das necessidades deles, demasiado fria, demasiado auto-referencial, prisioneira da sua própria linguagem rígida". Talvez tenha tido "respostas para a infância do homem, mas não para a sua idade adulta".»

Anselmo Borges

Multidões de mãos vazias

O valor dos bens e o sentido da vida




«Outrora como agora, a avareza tende a apoderar-se do coração humano que fica sem espaço para mais nada nem ninguém; a fazer-se centro de preocupações absorventes e de atitudes invejosas; a transformar os bens no deus da vida a quem se sacrifica tudo: amizades, família, profissão, honestidade e integridade, futuro que se reduz ao presente fugaz, consciência que se cala perante a conveniência. A erguer celeiros de prosperidade para alguns e a deixar multidões “de mãos vazias”.»

Georgino Rocha


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Curtir umas boas férias


Corroborando tudo o que o autor deste blog tem afirmado, (com uma pontinha de orgulho bairrista) sobre as belezas naturais da nossa boa zona balnear, hoje, constatei isso mesmo, na minha inauguração do período de férias. Foi, ali, na Barra, com o seu imponente farol, num tempo espetacular, em que as águas mal reputadas do nosso Oceano Atlântico, nada ficaram a dever às águas tépidas do Mar Adriático, na costa banhada por ele.
Foi o 1.º dia de Agosto, que começou lindamente, com uma praia a convidar a uns bons mergulhos e a uma fruição intensa das suas potencialidades.
A nossa zona é, de facto muito atrativa e oferece imensas formas de relaxar e curtir umas boas férias.

Férias em tempos difíceis — 2

Leituras




Se as deslocações são caras, se férias fora de casa se tornam incomportáveis para desempregados e profissionais de escassos rendimentos, podemos servir-nos do que temos à mão, relendo, por exemplo, algum livro, porventura capaz de nos guiar em viagens de sonho. As releituras oferecem-nos, à partida, momentos de gozo indiscutíveis. Garantimos isto por experiência própria. Contudo, se houver possibilidades de adquirir ao menos um livro, sugerimos um recente do padre e poeta José Tolentino Mendonça, “Nenhum Caminho será Longo”, uma obra que nos leva a refletir sobre a amizade. Diz o autor que «Gostaria muito que este livro nos colocasse a pensar sobre o significado e a pertinência da amizade nos vários âmbitos: vida pessoal, contextos comunitários e crentes, sociabilidades…A amizade é uma experiência universal e representa, para cada pessoa, um percurso inapagável de humanização e de esperança».
Ainda podemos recorrer às bibliotecas públicas, onde é possível requisitar obras para leitura domiciliária, ou ler jornais e revistas. Também podemos ver filmes, ouvir DVD e CD, bem como consultar enciclopédias.
Boas férias para todos.