A liberdade de ser…
Sónia Neves
Agência Ecclesia
As primeiras vezes que ouvi falar na palavra liberdade foi em jeito de recordação… Na minha cidade de Aveiro realizou-se o primeiro Congresso Republicano, em oposição ao regime do Estado Novo.
Não percebia bem o que era ser livre mas lembro-me de os meus avós contarem a agitação subtil, quase misteriosa, de uma ida a um congresso destes, num teatro conhecido da cidade.
“Não tínhamos liberdade para nada, havia medo e não nos deixavam falar. Íamos de fugida!”.
Aquela frase encerrava toda a minha primeira noção de liberdade. Eram longas as conversas a querer saber mais, onde a minha curiosidade se alinhava à vontade de agora falar do que passaram “noutros tempos”, como diziam.
Hoje pergunto-me o que é isso de liberdade?
Gosto da palavra, da forma como soa e dos valores que traz atracados. A liberdade é encarada numa forma extrema de “se fazer o que quiser” mas não a vejo assim. O dicionário diz que é o “direito de proceder conforme nos pareça, contando que esse direito não vá contra o direito de outrem”.
Acredito, mas vejo a liberdade de formas várias.