quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Presente e Memória” no Museu de Aveiro

Encerra a 7 de abril 

Nossa Senhora do Rosário (séc. XVII)

Sonho de um futuro novo para a Igreja 


Integrada na Missão Jubilar, comemorativa dos 75 anos da restauração da nossa Diocese, está patente ao público, gratuitamente, no Museu de Aveiro, mais conhecido por Museu de Santa Joana, uma exposição de arte sacra, com obras provenientes das diversas paróquias. Trata-se de uma iniciativa de muito mérito denominada “Diocese de Aveiro: Presente e Memória”, que deve ser visitada por todos os diocesanos e pelos amantes da cultura, em geral, e da arte sacra, em especial, até 7 de abril, de preferência com o catálogo como cicerone. 
No texto de abertura do catálogo, que precisa de ser refletido, D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, afirma, com propriedade, que esta exposição foi pensada como «elemento essencial da Missão Jubilar», e que teve como objetivo «trazer para novos átrios de contemplação o valor da arte e o testemunho da fé». 
D. António sublinha que esta mostra nos permite contemplar «as marcas do tempo», enquanto «nos revela a geografia da nossa terra, através deste olhar comum e simultâneo pelas cento e uma paróquias da Diocese», sendo «uma forma de evangelizar e um testemunho de missão». 
Mais adiante, no expressivo texto do nosso Bispo, pode ler-se que «O diálogo entre a Igreja e Sociedade passa necessariamente pelos caminhos abertos da Cultura, em que a Igreja soube tantas vezes ser pioneira». E acrescenta, em jeito de desafio: «Estejamos também nós disponíveis para fazer deste diálogo franco um serviço e um tesouro sem esquecer nunca que a arte transporta em si um mistério profético.» 
No final da sua mensagem, D. António Francisco dos Santos manifesta o desejo de «Que este valioso património da Igreja de Aveiro ofereça a todos os visitantes um momento de contemplação da beleza da terra, da memória do tempo e do sonho de um futuro novo para a Igreja e para a nossa terra, trabalhado pelo talento humano e abençoado por Deus!». 

Moliceiros no Canal Central

Moliceiros 

O Canal Central é, para quem vai ou passa por Aveiro, o ponto de encontro com a ria. É uma atração mágica sempre experimentada. E os moliceiros lá estão ao serviço do turismo, uns de crista ao alto e outros degolados. Pouco movimento, que o frio não permite tudo. Mas desta vez quero chamar a atenção dos serviços que superintendem na ria e que passam as licenças necessárias. Acho que devia haver um esforço para exigir o respeito pela imagem dos moliceiros. Mas hoje quero ainda acrescentar um pormenor. As ilustrações da proa e da ré deviam ser aprovadas pelas autoridades. É da história dos moliceiros que as ilustrações e respetivas legendas costumam ser feitas por artistas populares, com a malícia que só eles sabem transmitir. Pintura NAIF, é certo, com o seu encanto,  mas as legendas têm muito que se lhe diga, apesar da simplicidade. Em resumo: Qualquer moliceiro ao serviço do turismo teria de passar por um crivo que obrigasse ao respeito pelas tradições. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Bento XVI deixa a cadeira de Pedro



Bento XVI deixa a cadeira de Pedro, mas continua com a Igreja. Direi que continua a sofrer com os que sofrem e com os que, dentro dela, não conseguem fugir às tentações, mas também se alegrará com as alegrias dos heróis, dos santos e de todos os homens de boa vontade, que lutam pela verdade, pela justiça e pela paz.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

“Aveiro deve muito a Orlando de Oliveira”

Li no DA





Maria Filomena Moreira, filha de Orlando Oliveira, escreveu sobre a vida do pai que, nos 15 anos que passou em Aveiro, muito fez pela cidade

"A sessão de apresentação da obra, escrita pela filha de Orlando de Oliveira - Maria Filomena Moreira -, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, e do director do Conservatório de Música, Carlos Marques, que procedeu a uma descrição sintética das marcas deixadas por este aveirense na sua passagem pela cidade.
“É, com certeza, um privilégio ter sido filha de Orlando de Oliveira, mas também é um privilégio para ele ter alguém que escreva para perpetuar a sua vida”, afirmava Carlos Marques, felicitando a autarquia aveirense por ter patrocinado a iniciativa. “Esta cidade é o que é hoje muito devido à passagem de Orlando de Oliveira por Aveiro”, sublinhava o director do Conservatório."


sábado, 23 de fevereiro de 2013

A dor e a morte não são a última palavra

As bem-aventuranças de um crente afável e crítico

José Gómez Caffarena

Era um homem muito educado, afável e atencioso. Invulgarmente penetrante e culto, um dos maiores especialistas em Kant, foi o filósofo da busca do enigma do Homem. Morreu, lúcido até ao fim, no passado dia 5, o dia em que fazia 88 anos. O jesuíta José Gómez Caffarena.
Falei várias vezes com ele, sempre amável e atento, esclarecendo dúvidas e problemas. A última vez que o vi, há dois anos, sabia que era a despedida. Convidei-o uma vez para vir a Portugal para um Colóquio. E falou sobre dois temas, com textos, excelentes: "Antropologia Filosófica: fenomenológica ou objectiva?" e "A Filosofia da Religião, uma mediação teórica importante". O que aí fica são apenas dois apontamentos e quer prestar uma homenagem a quem passou a vida dedicado à procura da verdade, no diálogo aberto, leal e crítico: pelo seu Instituto Fe y Secularidad, em Madrid, passaram todos os grandes intelectuais espanhóis, crentes ou não, como Pedro Laín, J. Aranguren, J. Sádaba, F. Savater. É preciso dar razões da própria fé e da esperança, o que implica a escuta das razões do outro. "Se um crente afirma na sua fé que existe uma verdade absoluta, afirma com isso que ele não a possui nem a pode possuir, pois está sempre a uma distância infinita dela. Deve admitir que, onde quer que um ser humano alcance algo de verdade, nessa medida também participa da Verdade Absoluta."

Caminhada quaresmal

DESPERTA E VERÁS A GLÓRIA DE JESUS

Georgino Rocha


É o que acontece a Pedro, Tiago e João, os amigos de Jesus que o acompanham na subida ao monte da Transfiguração. É o que acontece àqueles que aceitam o convite para fazerem a caminhada quaresmal e celebrar a Páscoa da ressurreição. É o que acontece a todos os que, de coração sincero e consciência (in)formada, progridem no apreço pela vida humana digna e aberta a ideais nobres e felizes.
A tríada de testemunhas é atacada pela sonolência que lhe provoca o adormecimento. “Estavam a cair de sono” – afirma Lucas, o narrador do episódio que reveste características de manifestações solenes de Deus noutras passagens bíblicas. Jesus mantém-se em oração e sente que todo o seu aspecto se altera, ficando com um brilho refulgente. Ao mesmo tempo, aparecem Moisés e Elias, protagonistas maiores e símbolos máximos do Antigo Testamento, e conversam com ele sobre o que iria acontecer em Jerusalém.
Despertos, os amigos de Jesus vêem a glória que o envolve e dele irradia, dão conta que aquelas duas figuras vão desaparecendo, manifestam a sua alegria pela experiência gozosa que estão a viver e querem prolongar, sentem medo perante a nuvem que os cobre com a sua sombra e ouvem uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o meu eleito: escutai-O”.