António Capão
Faleceu no dia 6 deste mês, tanto quanto sei pelo que li no Facebook, o Dr. António Capão, que me interrogou no exame de Língua e Literatura Portuguesa (julgo que a cadeira se chamava assim) do 7.º ano do Liceu. Mais tarde, teve a gentileza de colaborar no Correio do Vouga, a meu pedido, sobretudo na época do Natal, onde assinava por norma um inédito, selecionando ainda poemas para o caderno especial da quadra natalícia. Mas também escrevia quer a pedido quer quando o considerava oportuno.
Na altura em que foi eleito membro da Academia Portuguesa de História, publiquei no meu blogue um pequeno texto, que aqui reproduzo, em jeito de homenagem:
«António Capão, homem da cultura, com estudos e publicações ligados à Literatura e Língua Portuguesa, Etnografia, Geografia Linguística, Antroponímia e Toponímia, foi eleito membro da Academia Portuguesa de História em 13 de julho, onde foi recebido solenemente na instituição a 12 de outubro. Assim li no Correio do Vouga, órgão oficial da Diocese de Aveiro, no qual colaborou inúmeras vezes, respondendo sempre a qualquer convite que lhe fosse dirigido nesse sentido.
No seu discurso de agradecimento, sublinhou, conforme o referido semanário: «Ora, esta criança que nasceu há mais de 80 anos, que descalça pisou solos macios e barros gretados, que atrelou bois aos tradicionais instrumentos agrícolas e os guiou, que pegou nas arrabelas da charrua e na rabiça do arado, que estudou e se licenciou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que investigou, registou e escreveu milhares de páginas, essa criança, sou eu: António Tavares Simões Capão que, se Deus me der vida e saúde, continuarei a contribuir para o prestígio da Academia.» Aqui fica, com os meus modestos parabéns, esta referência a um mestre, que foi e é também um cidadão exemplar, um professor ilustre e um estudioso incansável, merecedor de todas as honras.»
Apresento os meus sentidos pêsames à família do Dr. António Capão.
Fernando Martins