segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mandela Day



67 minutos 
para ajudar os outros

«Assinala-se hoje o Mandela Day, o dia internacional dedicado ao líder sul-africano que conseguiu, através do diálogo e da integração, mudar o futuro da África do Sul, no dia em que o estadista completa 93 anos. Neste dia, a Fundação Nelson Mandela pede a todos os cidadãos que dêem 67 minutos do seu tempo a ajudar os outros.»

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***

Tão pouco de cada um, multiplicado por milhões, seria (ou será) uma revolução capaz de virar o mundo para melhor. O problema está nos nossos comodismos que nos impedem de dar seja o que for. Viver a solidariedade e experimentar  a caridade podem fazer  a diferença nas sociedades que temos e que desejamos mais abertas a quem precisa. 

Novo Bispo de Bragança-Miranda




Manuel Monteiro de Castro 
é o mais novo bispo português



Nasceu em Luanda em 29 Maio de 1967 e em 1975 entrou no seminário menor da Diocese de Bragança-Miranda. Prosseguiu os seus estudos na Universidade Católica no Porto, onde concluiu a licenciatura em teologia, antes de ser ordenado Padre, a 16 de Junho de 1991. Foi reitor do Colégio Português em Roma.
Sobre a crise por que estamos a passar, disse: “Os momentos de crise, eu creio que são sempre momentos de purificação, de confronto, de renovação. Eu acredito no presente e no futuro de Portugal. Não ficarmos passivos à espera que as coisas aconteçam, que os problemas se resolvam por si. Eu acho que todos nós temos algo a dar, como contributo para a resolução dos problemas, em ordem à construção de uma civilização nova.”

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GAFANHA em 1915




Na “Ilustração Portuguesa”, em 1915, 18 de outubro, António Maria Lopes escreveu um texto muito bonito e ilustrado sobre a Gafanha. Vale a pena lê-lo e apreciá-lo aqui.
Para despertar o interesse dos meus amigos, transcrevo três bocadinhos:

A Gafanha é uma «terra pacífica, meiga e alegre como um beijo de mãe, caído nos lábios d’um filho, forma como que uma pequena pátria n’nesta grande pátria nacional.»

A Gafanha «é uma povoação moderna, de tipos fortes, loiros, requeimados pelo sol, vendendo saúde.»

«o ativo e forte gafanhão não emprega o seu tempo apenas no amanho do veludo macio das suas areias, dando-lhes a consistência precisa para a cultura por meio do moliço.»

domingo, 17 de julho de 2011

Aldeias Históricas de Portugal

Piódão

Sortelha

Alma cheia e espírito renovado 

Maria Donzília Almeida 

Quem conheceu as Gafanhas em meados do século passado e compara com o aspeto que têm hoje, pode dizer, à boca cheia, sem margem para engano: — Qualquer semelhança é pura coincidência! 
Na verdade, a Gafanha foi, outrora, um aglomerado rural e piscatório. A agricultura de subsistência praticava-se, paralelamente, com alguma atividade piscatória e ambas constituíam o sustento da população. Esta vivia em condições precárias e tinha um padrão de vida muito humilde. 
Gradualmente a aldeia foi-se descaracterizando, podendo-se dizer, hoje, que nem é peixe nem carne! O tecido social perdeu a sua homogeneidade e integrou gentes de várias origens e múltiplas formações. A característica principal deste povo laborioso e persistente perdeu-se neste mar de gente que povoa as nossas escolas numa massificação problemática. 
Fica uma palavra de apreço ao nosso presidente da Junta de Freguesia, que tem posto o seu dinamismo e energia ao serviço da comunidade que serve. Bem-haja! 
Foi neste pano de fundo que surgiu a ideia do passeio escolar às Aldeias Históricas, habitual todos os anos. 
Na madrugada de 13 de julho, rumou a terras de Aguiar da Beira o autocarro cheio de docentes e “paradocentes”, em ambiente de descontraída confraternização. 
Seguindo pela A25, passámos por Viseu e a primeira aldeia que visitámos foi Linhares, situada na vertente ocidental da Serra da Estrela, de origem medieval. Com um passado rico em história é um autêntico museu ao ar livre. As pedras das ruas contam histórias fantásticas, e são um repositório da importância que teve no passado.

PÚBLICO: crónica de Bento Domingues


(Clicar na imagem para ampliar)

Poema para este domingo



Figueira da Foz: Torre do Relógio


AQUELE MAR

Aquele mar da minha infância,
bom camarada e meu irmão
a sua voz, o seu olor, sua fragrância
tanto os ouvi e respirei
que trago em mim o seu largo ritmo,
seu ritmo forte,
como se as praias onde espuma
quase me fossem
praias sem fim dentro de mim
ocultas praias, largas praias
do tumultuoso coração…
Aquele mar
meu confidente de horas idas
tudo escutava e adivinhava
do meu pueril e ingénuo anseio.
Nada sonhei que o não dissesse
– frémito de alma, grito ou prece –,
às madrugadas e aos poentes,
ao sol, às nuvens, ao luar,
ora nascendo, ora morrendo
nos longos, longos horizontes
em que se perdia o meu olhar…
Aquele mar
na calma azul, no temporal,
nunca mentia: era um só beijo,
hálito puro, largo harpejo
que me entendia e respondia
no seu inquieto marulhar…
Moço e menino, solitário,
rochas, falésias, areais
eu coroava-os de alegria
nos meus passeios matinais.
Ou nalgum barco pescador,
velas abrindo a todo o pano,
do oceano então era senhor,
largava a escota, navegava,
no vão desejo de aventuras,
que não chegava a realizar…
Mas era meu, e eu pertencia-lhe,
àquele mar,
era seu filho, escravo e dono,
sorria à sua Primavera,
amava a luz do seu Outono,
o vivo lume dos estios
a violência dos Invernos
longos clamores de temporais.
Aflito voo das gaivotas
junto das negras penedias,
também como ele me perdias,
nas tardes tristes e sombrias,
na bruma gélida das noites…
E a eternidade então ouvia
humano sonho sempre esquecido
na eterna voz que fala o mar.

João de Barros

NOTA: Edição de “Mar Alto” – Figueira da Foz,
1 de Junho de 1969, no dia da Festa da Cidade ao poeta.

Festas


Lá vêm outra vez as festas

Não me deixam indiferente as despesas exageradas das festas em nome de santos. Não digo, de propósito, em louvor dos santos, porque não estou convencido que seja isso que pretendam a maior parte das festas populares.
O problema tem agora menos sentido ainda, ao vermos as dificuldades de muitas famílias a recorrer às instituições de solidariedade social para enfrentar o seu dia a dia. É verdade que não se podem resolver todos os problemas, mas há que dar alguma atenção ao testemunho, ainda por cima à sombra da Igreja, de esbanjar como supérfluo o que para outros, muitas vezes a mesma terra, seria ajuda. Que ao menos as comissões de festa se limitem nas despesas e considerem os mais necessitados da paróquia ou mesmo de fora como alínea que pode dar valor humano e solidário à festa. Esbanjar parece ser para alguns a regra. Nenhum santo se pode sentir honrado sempre qual aconteça. As festas não podem servir para alienação do povo, quando existem para união do mesmo. Seio bem das dificuldades dos párocos em evangelizar esta actividade e as pessoas que nela intervêm. Mas há que aproveitar os sinais incómodos e não desistir.

António Marcelino

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