Lá vêm outra vez as festas
Não me deixam indiferente as despesas exageradas das festas em nome de santos. Não digo, de propósito, em louvor dos santos, porque não estou convencido que seja isso que pretendam a maior parte das festas populares.
O problema tem agora menos sentido ainda, ao vermos as dificuldades de muitas famílias a recorrer às instituições de solidariedade social para enfrentar o seu dia a dia. É verdade que não se podem resolver todos os problemas, mas há que dar alguma atenção ao testemunho, ainda por cima à sombra da Igreja, de esbanjar como supérfluo o que para outros, muitas vezes a mesma terra, seria ajuda. Que ao menos as comissões de festa se limitem nas despesas e considerem os mais necessitados da paróquia ou mesmo de fora como alínea que pode dar valor humano e solidário à festa. Esbanjar parece ser para alguns a regra. Nenhum santo se pode sentir honrado sempre qual aconteça. As festas não podem servir para alienação do povo, quando existem para união do mesmo. Seio bem das dificuldades dos párocos em evangelizar esta actividade e as pessoas que nela intervêm. Mas há que aproveitar os sinais incómodos e não desistir.
António Marcelino