segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa nasceu há 123 anos

Imagem Google de hoje


O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar, 

E disse: «Quem é que ousou entrar 
Nas minhas cavernas que não desvendo, 
Meus tectos negros do fim do mundo?» 
E o homem do leme disse, tremendo: 

«El-Rei D. João Segundo!» 
«De quem são as velas onde me roço? 
De quem as quilhas que vejo e ouço?» 
Disse o mostrengo, e rodou três vezes, 

Três vezes rodou imundo e grosso. 
«Quem vem poder o que só eu posso, 
Que moro onde nunca ninguém me visse 
E escorro os medos do mar sem fundo?» 

E o homem do leme tremeu, e disse: 
«El-Rei D. João Segundo!» 
Três vezes do leme as mãos ergueu, 
Três vezes ao leme as reprendeu, 

E disse no fim de tremer três vezes: 
«Aqui ao leme sou mais do que eu: 
Sou um povo que quer o mar que é teu; 
E mais que o mostrengo, que me a alma teme 

E roda nas trevas do fim do mundo, 
Manda a vontade, que me ata ao leme, 
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa 
“Mensagem”

domingo, 12 de junho de 2011

Moçambique: Missão Boroma


Caminho para Boroma: banca de venda



O  grande Rio Zambeze


Ainda bem que gosto de TT


O Salé pediu-me bolachinhas para a menina


Acesso à missão.
Inscrição: Borona 1885 S. José


Papaieira


Visto da Missão,  lá no alto, 
a toda a volta,  o terreno é plano


A Missão Borama ergue-se num alto o que servia de refúgio aquando das cheias. E agora,   o pior da estória, hoje, domingo, acordei sem luz e consequentemente sem água. Não pude carregar o meu telemóvel, que nestes dias tem servido mais de máquina fotográfica. Por azar, a bateria acabou quando ia a entrar na Missão, o local está semiabandonado e destruído; resta uma "escola-colégio” onde estudam rapazes. Ainda perguntei se não havia uma tomada para carregar o telemóvel, mas também aí a luz tinha faltado. Ao domingo há missa. Espero voltar lá com meios para registar esse local de culto e ensino que tinha escola de ofícios e apoiava a população em tempos idos.

Jorge Ribau, 
em Moçambique 

Alimentação errada, obesidade e sedentarismo provocam a diabetes





Enfermeira 
Madalena Cardoso 



A vida não termina 
com a aposentação 
ou reforma 

Madalena Cardoso, enfermeira, aposentada após 32 anos de serviço no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, assume a alegria de continuar, como voluntária, a fazer aquilo de que gosta. Depois de passar, como profissional de enfermagem, pelo Centro de Reabilitação de Alcoitão, fixou-se em Aveiro, onde se entregou a especialidades da sua preferência: ginecologia e obstetrícia, mas ainda, com mais fervor, à endocrinologia, na área da diabetes. No fundo, foi uma enfermeira sempre pronta para o que fosse preciso. 
Os últimos 20 anos foram em pleno dedicados à diabetes, colaborando com especialistas deste setor, envolvendo-se como enfermeira-educadora, quer nas consultas externas da Diabetologia, quer no Hospital-Dia de Diabetes. E com a aposentação não deixou o hospital abruptamente, pois por ali continuou dois anos, como voluntária, no mesmo serviço. Razões familiares, posteriores, levaram a enfermeira Madalena a suspender essa tarefa. O voluntariado na vida espera-a. E não se fica só pela diabetes. Presentemente, está a apoiar uma doente com Alzheimer, estimulando-a a manter, dentro do possível, a sua autoestima, fundamental para uma melhor qualidade de vida.

Antes & Agora, no PÚBLICO: O Jardim Oudinot voltou a honrar a sua história



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O que mudaria em Aveiro? Vassalo Lourenço, diretor da Filarmonia das Beiras, responde no PÚBLICO de hoje


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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Uma reflexão para este domingo



SUAVE FORÇA 
DO ESPÍRITO

Georgino Rocha

Há factos que valem mais do que a aparência. Sirva de exemplo a participação ou abstenção em eleições, a revolta ou resignação da geração à rasca, a renegociação ou manutenção da dívida, o entusiasmo ou esmorecimento de ânimo, o clima social saudável ou poluído pelas mais diversas confusões, as iniciativas apostólicas de renovação ou de involução, a cidadania activa ou a indiferença face ao bem de todos e de cada um.
Para crescermos em humanidade, precisamos de penetrar no sentido do que acontece, no segredo dos factos, no rumo das transformações em curso. É esta uma das funções principais da razão humana, dotada de capacidades a valorizar cada vez mais, e da fé em Jesus Ressuscitado que nos deixa o seu Espírito.
Fé e razão constituem as grandes asas do ser humano para voar em espaços de Infinito e mergulhar em regiões profundas de consciência adormecida.