domingo, 12 de junho de 2011

Uma reflexão para este domingo



SUAVE FORÇA 
DO ESPÍRITO

Georgino Rocha

Há factos que valem mais do que a aparência. Sirva de exemplo a participação ou abstenção em eleições, a revolta ou resignação da geração à rasca, a renegociação ou manutenção da dívida, o entusiasmo ou esmorecimento de ânimo, o clima social saudável ou poluído pelas mais diversas confusões, as iniciativas apostólicas de renovação ou de involução, a cidadania activa ou a indiferença face ao bem de todos e de cada um.
Para crescermos em humanidade, precisamos de penetrar no sentido do que acontece, no segredo dos factos, no rumo das transformações em curso. É esta uma das funções principais da razão humana, dotada de capacidades a valorizar cada vez mais, e da fé em Jesus Ressuscitado que nos deixa o seu Espírito.
Fé e razão constituem as grandes asas do ser humano para voar em espaços de Infinito e mergulhar em regiões profundas de consciência adormecida.
 A este vaivém contínuo alia-se o Espírito Santo, assumindo o ritmo humano e deixando-se captar pelas suas formas de proceder. É ele que está na brisa que pretende criar um clima social novo, limpar os vírus da corrupção, vencer as alergias da indiferença e do egoísmo. É ele que se faz presente na chama de fogo que queima vícios de desonestidade e erotismo, de lucro fácil e êxito imediato. É ele que reconstitui confiança, enobrece sentimentos, gera transparência nas atitudes e generosidade na doação.
É ele que nos dá um safanão forte e oportuno para abrirmos as portas e janelas da “nossa casa” e virmos para a praça pública, sem medos nem vergonhas, expor as razões da nossa esperança, fazer falar o testemunho da nossa vida, dar as mãos a quem se entrega a causas nobres e solidárias.
 Os discípulos de Jesus reunidos em Jerusalém mostram-nos que é possível fazer esta aliança de amor e de missão. Sobretudo em nós, nas famílias e nas comunidades cristãs. E a partir delas, nas associações cívicas, na sociedade e nos organismos do Estado. Se é possível, a humanidade exige que este compromisso seja assumido como um dever moral.

Sem comentários:

Enviar um comentário