Por António Marcelino
Passados quase quarenta anos da Revolução de Abril, ultrapassados os tempos do PREC, uma Constituição que oficializa a democracia participativa, o país integrado na União Europeia, as universidades a formarem novas gerações de licenciados, mestres e doutores, uma coexistência dos partidos políticos normal num país latino, as relações entre o Estado e as instituições civis normalizadas, o povo e os cidadãos com direito a opinar e participar livremente, ouve-se, agora, a torto e a direito, gente séria e sensata a perguntar-se se ainda estamos num país democrático ou a ser empurrados para uma empobrecedora e injusta estatização. Isto acontece sempre que não está bem clarificada e assumida a cultura democrática e o governo se encosta a políticos e doutores, mais presos a ideologias e interesses do que à promoção do bem comum, do bem dos indivíduos e do livro exercício das instituições fundamentais, dos Direitos Humanos e da própria Constituição, quando é lida e interpretada sem preconceitos.