sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Banco Alimentar: Recolha de alimentos nos dias 27 e 28 de Novembro



A próxima Campanha de Recolha de Alimentos em supermercados e superfícies comerciais realiza-se nos dias 27 e 28 de Novembro de 2010. Isto significa que cada um de nós deve colaborar, dentro das suas reais possibilidades. Os voluntários podem inscrever-se nos Bancos Alimentares das suas regiões. Em Aveiro podem telefonar para 234 381 192.
Em simultâneo, prolongando-se até 5 de Dezembro de 2010, terá lugar a Campanha "Ajuda Vale", que permite a recolha de alimentos sob a forma de vales que representam seis produtos básicos à alimentação. Esta modalidade de campanha, em que cada pessoa continua a decidir o que quer doar, permite uma simplificação dos procedimentos logísticos.

Cimeira da NATO em Lisboa

A Cimeira da Nato está no ar. A chegada dos grandes deste mundo, com todo o aparato que lhes está associado, faz-nos pensar que a paz não é tarefa fácil. Vêm para falar de estratégias de paz, mas se deixassem o povo falar e manifestar-se, os grandes sentiriam, ao vivo, o descontentamento que reina no mundo. Mas também sentiriam a falta de confiança que há em relação nos que mandam à face da terra.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Gafanha e Faganha

O meu amigo Zé tem tido um medo terrível das modernices dos computadores e da Net, sem razão lógica. Ele, que anda sempre na luta, há anos, pelo progresso social, cultural, político e económico… receia enfrentar coisas tão simples. Nem parece de um progressista!
Mas a história da nossa terra e das suas gentes está desde sempre nas suas preocupações, porque acredita que o exemplo de tenacidade dos nossos antepassados pode servir para nos estimular nos trabalhos de construção de um futuro mais fraterno e mais justo para todos.
Um dia destes teve o bom gosto de me enviar umas considerações sobre Leprosos, Gafaria, Galafanha, Gadanhar. E contou uma história que aqui transcrevo, das suas andanças pela Europa, onde contacta com gafanhões e outras gentes. Diz ele que participou num casamento, numa igreja de aldeia, onde foi levado por uma amizade antiga. Só não sei é se ele rezou pela felicidade dos noivos, mas julgo que sim. Mesmo que ele negue, por se declarar alheio a orações, estou convicto de que rezou. Alguém acredita que o meu amigo Zé já esqueceu o Pai-Nosso aprendido na infância?

Aqui fica a história:

«Leprosos? Gafaria?
Galafanha? Talvez.
Gadanhar? Por que não?

Mas já agora uma pequena história que me veio à lembrança, e que não posso deixar de juntar para aumento das dúvidas que nos assaltam!
Há 40 anos, fui a um casamento no Norte de Itália, na região do Friul.
A terra onde fui chama-se Nogaredo di Corno.
No dia em que chegámos, diz-me o noivo:
— Vais ter uma surpresa que nem te passa pela cabeça.
Já agora posso-te dizer que o noivo, embora a viver fora desta terra, praticamente desde o nascimento, continua a ser um gafanhão de corpo inteiro.
Nasceu na casa do Ti Torres, quase em frente à casa do Humberto. E embora naturalizado francês faz sempre questão de afirmar que é gafanhão e que jamais deixará de o ser.
Casou com uma italiana, na igreja lá da aldeia, e no fim diz-me:
— Agora é que vais saber.
A boda era numa outra aldeia, perto do Adriático, e lá fomos.
Ao chegarmos à aldeia onde ia ser feita a boda, estava o melro aos saltos em frente à placa que assinalava o nome da terra.
Claro que parei e, surpresa minha: A Terra chamava-se FAGANHA.
Claro que fiquei emocionado, e pensei: Queres ver que o nome da minha terra tem alguma coisa e ver com esta gente marinheira?
Meu caro, de vez em quando lá venho vigiar o teu Blogue (nem sei se é assim que se escreve, porque ainda não me adaptei a estas modernices), e lembrar que, apesar da tua proveta idade, ainda continuas vivo. (continuamos).
Já agora só uma achega: A mãe da noiva fez agora, no dia 5 de Setembro, 106 anos e nunca foi a um Hospital.
Tenho a impressão que se esqueceu de morrer.
José Alberto»

Confraria Camoniana vai matar um porco

Apostada em preservar e a continuar as tradições populares, que são uma das mais genuínas formas de Cultura,  a Confraria Camoniana de Ílhavo  tem o prazer de convidar alguns amigos para a matança de um porco, segundo o programa:

Dia 19 de Novembro – 6ª feira

15 horas – Matança
17 horas – Petiscos da matança

Dia 20 de Novembro – Sábado

13 horas -  Almoço típico da matança

Local – Mercado Municipal de Ílhavo

O preço, para os dois dias, é de 15 rojões e o dinheiro apurado destina-se à compra de cabazes de Natal a distribuir pelas Obras de Assistência Social da cidade.

Ouvir o Padre Américo em tempo de crise



OUVIR O PADRE AMÉRICO
Paulo Rocha

Foi com surpresa que, no meio do trânsito, ouvi a voz do Padre Américo.
Na rádio pública evocam-se, nos "27 mil dias de rádio", os 75 anos de emissões. Entre os muitos registos que agora se voltam a ouvir, os arquivos da RDP guardam alguns minutos com a voz do fundador das Casas do Gaiato.
São gravações de 1946. Não identificam as circunstâncias em que o Padre Américo falava entusiasticamente de projectos que levava por diante. Afirmava a urgência da iniciativa e a necessidade de se abrirem mais casas para acolher, educar e formar rapazes "sem nome" de meados do séc. XX.
"Muitos que batem à porta, não sabem identificar-se, não comeram nunca alimentos preparados ao lume, vêm totalmente despidos de hábitos humanos. São de terras de ninguém".

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O tempo está de má cara em todos os sentidos



Aventuras de um boxer: Regresso às aulas

Maria Donzília Almeida

Olá, Amigos!

Cá estou, depois de um longo interregno, a veranear por aí a esmo, para dar um ar da minha graça. Apareci num tempo que não está para graças, e num dia que não tem graça nenhuma! Andam por aí umas criaturas vestidas de bruxas e de diabretes, a pedir guloseimas de porta em porta. A minha dona não acha graça nenhuma, pois diz que isso não tem nada a ver com a nossa cultura. Chamam a isso Halloe’en. Os Portugueses só sabem imitar o que vem de fora, não sabem ser criativos!
Refiro-me a um tempo, no sentido lato, ou seja lato sensu, como ouço dizer à minha dona, num latinório que tenho dificuldade em entender. Ah! Mas ela que quer ver-me instruído e faz-me a tradução para português! Pois o tempo está de má cara, quer no sentido meteorológico, quer noutros sentidos, como..................... o tempo político! Este anda pelas ruas da amargura e parece que não se vislumbra uma aberta no horizonte. A política é mesmo complicada para o meu cerebrozinho de cão! Mas não é só p’ra mim! É o que ouço dizer aos amigos da minha dona, quando se reúnem em tertúlia e discutem longamente o estado da nação. Parece, se é que eu entendi o que eles comentam, que os políticos têm andado a portar-se muito mal e não sabem fazer as contas! Até já ouvi dizer que vão tirar dinheiro à minha dona! Será que também irei ser afectado e ficarei sem a minha paparoca?

Só quem tem flores e cultiva flores pode oferecer flores


A resvalar para a lixeira e para o atoleiro

António Marcelino

Há na nossa sociedade realidades positivas que não se podem esquecer, porque nunca o pessimismo que mata a esperança é porta de saída para qualquer problema. Há decisões políticas e inúmeras e louváveis iniciativas privadas em prol do bem comum. São estas iniciativas de pessoas, grupos e instituições, que travam os presságios de um fim doloroso. As preocupações com o Orçamento e afins varreram para segundo plano ou fizeram sair do tablado das responsabilidades um mundo de problemas concretos que tocam a vida das pessoas e tornam o ambiente social mais problemático e grave. A interdependência é uma lei da natureza que não se pode esquecer. “Há vida para além da crise”, advertiu um político sensato, para dizer que uma fixação de quem governa arrasta sempre consequências sociais imprevisíveis. Para além dos problemas sociais que se vêm agravando, um deles é a lixeira, imoral e amoral, em que o país se está tornando, já a resvalar para um atoleiro, de onde não será fácil sair. Entretanto, multiplicam-se as vítimas da incúria e do silêncio. São pais amordaçados que podem cada vez menos, e crianças e jovens que, fascinados pelo abismo e com caminho abertos, são empurrados para usufruir o mais fácil, sem regras e à revelia.