quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Faleceu Rosa Branca Torrão

Chegou-me agora a informação do falecimento da Rosa Branca, cujo funeral foi hoje, pelas 16 horas, em Vale de Ílhavo. Licenciada em História, dedicou grande parte da sua vida ao ensino. Mas a sua vida toda foi uma entrega absoluta à Igreja Católica, de que era membro empenhado. Ligada à Acção Católica, desde muito cedo, nunca perdeu a oportunidade de exercer uma militância exemplar, permanentemente na defesa dos valores cristãos em que acreditava, por convicção profunda e dinâmica, tanto pela palavra como pela intervenção concreta. Era, sem dúvida, uma mulher de causas e de projectos, em prol do homem todo e de todos os homens. Falava com serenidade e com saber, mas também, quando era caso disso, com calor, sobretudo quando importava testemunhar a sua fé na Boa Nova de Jesus Cristo, que considerava essencial à construção de um mundo muito melhor. Sofreu as agruras da doença, mas nunca me lembro de a ver triste nem desanimada. Dizia-me como reagia e como acreditava que melhores dias viriam. Curvo-me perante a sua memória, o seu testemunho de vida, o seu sentido de justiça, o seu espírito fraternal. Paz à sua alma. Fernando Martins

Miguel Guilherme em entrevista a Laurinda Alves, no i

Há pessoas mais criadas para a fé do que outras
Estás num processo de conversão e já deste testemunho sobre isso numa entrevista. Hoje em dia rezas? Sou um católico que não é lá muito católico [risos]. As pessoas têm uma noção muito errada do que é rezar, eu acho que rezar é falar, e a minha luta é constante, porque tenho imensas dúvidas. A fé é um processo de dúvidas, não é um processo de certezas? Acho que não sou dos que nasceram com fé. Há pessoas mais criadas para a fé do que outras. Para mim é uma luta. Mas essa luta agrada-me, porque a integro no resto da minha vida. Tens conversas intelectuais ou afectivas com Deus? Quem é esse Deus com quem conversas? [silêncio] Não posso dizer. Acho que é uma coisa tão íntima... Cada um tem de O encontrar à sua maneira. Foi muito importante para mim este caminho progressivo. Foi um caminho muito longo, porque sempre fui educado e me auto-eduquei no sentido oposto. Tive de fazer uma volta de 180 graus naquilo que pensava e isso não se faz de um dia para o outro. Tive de encontrar, através da razão, um processo que me levasse a um lado mais espiritual. Qual é a mais-valia desse processo interior? Uma inquietação enorme e uma consciência maior.
Laurinda Alves
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Leia a entrevista aqui

"Praia dos Tesos" é a estrela do novo Jardim Oudinot

"Praia dos Tesos", em Julho, na hora da baixa-mar
Nome depreciativo não afasta veraneantes. Pelo contrário, a praia fluvial de Ílhavo é o chamariz para um espaço lúdico recuperado que custou 3,5 milhões de euros
Chama-se "Praia dos Tesos", mas quem para ali vai não é porque não tenha dinheiro para ir de carro até à Barra ou Costa Nova (Ílhavo), como acontecia em meados do século passado com os habitantes da Gafanha, que, por isso, lhe deram o nome depreciativo. Hoje vai-se à Praia dos Tesos pela tranquilidade das águas da ria. Abrigada do vento que, habitualmente, faz na Barra e Costa Nova, a dos "Tesos" tem a água mais quente que nas praias atlânticas. São estas algumas das vantagens apontadas por quem utiliza esta praia, no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré.
PAULA ROCHA
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Comandante José Vilarinho, algures em cruzeiro

A conversa a bordo lembrava
os nossos bravos pescadores dos dóris
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Iceberg

A minha última estadia nestas áreas do Norte foi há cerca de dez anos. Agora, ao voltar a tantos Glaciares, já antes visitados, é realmente assustador ver o quanto eles estão recuados em relação a um passado tão recente, devido ao aquecimento global. Em algumas viagens, efectuadas até bem perto dos glaciares nos nossos Zodiacs, era possível ver e ouvir o constante desmoronar de grandes pedaços de gelo que se desprendiam do glaciar, para iniciarem a sua viagem em direcção ao Sul.
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Magdalena
Foi possível desembarcar em Magdalena Fiorde, uma reserva natural no norte dos Spitzbergen, onde tivemos o primeiro encontro com ursos polares, que cada vez se acercam mais de nós, devido à falta de comida. Uma baleia morta na baía servia de banquete diário a estes animais tão belos e tão perigosos. Como temos várias tripulações portuguesas, um dos momentos altos destas viagens ao Norte é sempre a passagem por áreas onde é possível encontrar o FIEL AMIGO, o Bacalhau.
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Pesca de bacalhau
A partir das ilhas Lofoten, é fácil pescar bacalhau em quase todos os portos. Num destes portos, organizei uma saída num dos nossos Zodiacs para umas horas de pesca. São sempre momentos de relaxe, mas, ao fim de algumas horas de pesca, a conversa a bordo lembrava os nossos bravos pescadores dos dóris. O dia era de sol, a temperatura 17 graus, mas mesmo assim as mãos e os dedos já davam indícios de cansaço e dor. A pergunta é: como era possível aguentar tantas horas, tantos meses, em condições tão difíceis, aquele trabalho da pesca do bacalhau à linha, efectuada no passado pelos nossos homens, verdadeiros heróis?
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Bacalhau
O resultado da nossa faina não foi má e houve bacalhau para toda a tripulação. Na Gronelândia foi fácil ver de muito perto os megaicebergs na sua navegação em direcção ao Sul, sinais claros dos degelos que se passam no Norte.
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Glaciar
Caro amigo, a conversa já vai longa, pois quando começo a divagar sobre estes assuntos, perco a noção do tempo. Como deve imaginar, é muito difícil seleccionar, em milhares de fotos tiradas, as melhores que possam retratar um pouco tudo isto. Muito gostaria eu de as poder enviar todas, mas não é possível. Um abraço para si e para todos os leitores do seu Blogue. José Vilarinho

Casa cheia no Centro Cultural de Ilhavo para ouvir Jacinta

Quem tem amigos não morre na cadeia
De férias, não pude ir ver e ouvir Jacinta, ontem, no Centro Cultural de Ílhavo. Os amigos também informam e eu gosto disso. Da informação, da disponibiliadade, da colaboração.
Carlos Duarte disse: Pela 3.ª vez Jacinta volta ao Centro Cultural de Ilhavo e enche a sala com o seu novo espectáculo Songs of Freedom. Com Jacinta, Pedro Costa ao piano e Paulo Gravato ao saxofone foram os componentes deste trio que durante todo o espectáculo prendeu o público com aplausos e algumas vezes dialogando com os artistas em palco.
Anunciado pela Jacinta foi o próximo lançamento deste trabalho em CD, no mês de Outubro, e que tem o apoio do Centro Cultural de Ilhavo.

Vou apagar o que de errado fiz...

Propósito Vou apagar o que de errado fiz Ao longo desta vida já passada Como este Sol que, em cada madrugada, Lava as trevas das noites que eu não quis. Esta minha vontade é o pau de giz Que deixa em cada linha desenhada Na lousa de uma vida renovada, A intenção de voltar a ser feliz. Nela vou escrever só o que eu quero, Recomeço a partir de um novo zero Perseguindo outro modo de viver. Não temo quaisquer ventos de revés Que trago, bem assente, nos meus pés, A sólida certeza de vencer! Domingos Freire Cardoso

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A nossa gente: Carlos Duarte na primeira pessoa

Carlos Duarte na sua mais recente exposição, na Costa Nova
Tanto gosto de umas rugas de um idoso
como de um sorriso de criança…
Tudo começou quando fui viver para casa do meu avô na baixa coimbrã, com cerca de dois anos. Meu avô era professor do liceu e tinha três paixões: jornais, fotografia e caça. Todos os dias entrava em minha casa o Diário de Lisboa. Ao fim-de-semana o jornal e mais tarde a revista Vida Mundial; ao domingo era o Primeiro de Janeiro, com a célebre banda desenhada O Reizinho. Todos os domingos, lá ia com ele até ao choupal, jardim Botânico ou jardim junto ao Mondego, sempre na companhia do seu caixote Kodak, com o qual fazia fotografias da natureza e, claro, do neto. Depois era vê-lo no corredor da casa a abrir a máquina, tirar o rolo de papel encarnado, revelar num tanque e pendurar o negativo com uma mola, enquanto os carretos de lata do referido rolo iriam servir para, juntamente com uma caixa de sapatos e os quadrados do Reizinho, fazer de máquina de "projectar cinema", para os putos da rua Corpo de Deus. Assim nasceu em mim o gosto pela fotografia, paralelamente com o gosto pelos jornais. Era a época do final da 2.ª Grande Guerra, com imagens espectaculares dos primeiros repórteres de guerra; as notícias eram lidas pelo meu avô, como se tratasse dum Telejornal! E assim nasceu o gosto pela fotografia e pelos jornais, que se mantém hoje da mesma forma. A vida foi vivida intensamente em Coimbra e na época de 65/69 tudo se alterou, não só pelas novas leituras que nos chegavam da França em ebulição, dos EUA e, mais junto a nós, das crises académicas que se viveram na Lusa Atenas. E é nessa altura que a fotografia surge de novo na companhia de alguns amigos do núcleo de fotografia da AAC [Associação Académica de Coimbra], tendo como grande entusiasta António Portugal, com quem mais tarde criei o núcleo de fotografia do Ateneu. Mas foi na guerra de África que a fotografia veio com mais força; muitas imagens foram publicadas na revista Tempo e no Diário de Notícias; recentemente, voltaram às páginas do meu livro. E assim, desde 1971, que não tenho parado, sempre a fazer fotografia e jornalismo, e raramente faço um artigo que não seja acompanhado de imagens. Para mim a fotografia tem sempre que me dizer algo, seja uma paisagem ou um rosto, e tanto gosto de umas rugas de um idoso como de um sorriso de criança ou, ainda, de uma paisagem, mas tento sempre destacar um pormenor que, normalmente, passa despercebido à maioria das pessoas. Desde 1978 que vivo nesta região e a paixão pela Ria surge porque sou um amante de tudo o que me rodeia; depois, aprendi com o Mestre Cândido Teles a "ver" a Ria da forma como ele a via e, na minha opinião, até agora, ele foi o único pintor que a "viu" como eu a "sinto e vejo". Fiz muita fotografia a preto e branco, em especial no "25 de Abril 1974", mas o custo dos processos laboratoriais e a demora, em contrapartida com os processos de revelação a cores, mais rápidos e baratos, fizeram com que as fotos a preto e branco fossem "esquecidas", até porque a minha colaboração com os jornais tinha de ser a cores. Claro que o preto e branco tem as suas características e eu costumo dizer que há fotografias que só "resultam" a cores e outras a preto e branco. A fotografia dos nossos dias nada tem a ver com a de há cinco ou dez anos atrás; porém, o principal continua, isto é, quem não tiver imaginação e não souber "ver", pode até ter o melhor equipamento do mundo, mas não conseguirá fazer fotos com arte, seja ela analógica ou digital. Sobre as minhas exposições, posso dizer que tenho tido boa aceitação por parte dos visitantes, e até o meu livro – "40 de fotografia" – já vai na 2.ª edição. Faço estas exposições com duas finalidades: mostrar o que faço e dar oportunidade a outros de possuírem trabalhos meus, o que me dá um grande prazer; depois, ajudar quem precisa, sendo o resultado das exposições entregue ao Rotary Clube de Ílhavo, para apoio à Obra da Criança. E como agora a colaboração nos jornais já é reduzida, devido às novas tecnologias, a fotografia vai ter um papel importante e já está na forja uma exposição sobre o tema VIDA! Texto elaborado a partir de uma entrevista via e-mail
Fernando Martins

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