segunda-feira, 13 de julho de 2009

Cultura popular


No próximo domingo, dia 19, pelas 15 horas, no salão paroquial da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, vai ser apresentado um espectáculo por um grupo de seniores, do “Espaço de Convívio”, apoiado pela Junta de Freguesia, alusivo a tradições da cultura popular portuguesa, de conteúdo socioeducativo. Convidam-se todos os gafanhões, de todas as idades. A entrada é livre.

XXVI Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré

Miguel Almeida, à esquerda, cumprimenta o Grupo Etnográfico
"Os Esparteiros de Mouriscas", Abrantes
O século XXI vai ser uma grande desafio para a nossa identidade cultural
Miguel Almeida é visiense e conselheiro técnico da Federação do Folclore Português (FFP). Há 26 anos que apresenta o Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré. Tantos quantos os festivais organizados pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que nasceu, oficialmente, em 1 de Setembro de 1983. Miguel Almeida é habitualmente convidado para em palco falar das danças e cantares dos mais diversos festivais de grupos e ranchos folclóricos e etnográficos, denunciando um conhecimento muito grande da cultura popular do nosso País. Ouvimo-lo, no sábado, antes do XXVI Festival Nacional da Gafanha da Nazaré. E do muito que nos disse aqui deixamos algumas respostas a perguntas que lhe fizemos. - Qual a importância dos Festivais de Folclore no século XXI? - Estes festivais servem, sobretudo, para mantermos vivas as nossas tradições. Nós estamos inseridos numa aldeia global, que é a Europa, e somos um ponto no meio de uma imensidão de pontos. Mas este ponto pequenino pode ser um ponto grande, se mantivermos a nossa cultura. Penso que no século XXI se abrem perspectivas do alargamento da UE, que se torna mais globalizante, ainda. - Ficam mais diluídas as culturas… - Exactamente. Por isso, no século XXI, os grupos folclóricos têm de se manter unidos para mostrarem a esses países que nós somos diferentes. Estamos todos dentro do mesmo saco, mas somos diferentes e com direito a essa diferença. Mas essa diferença só será possível através dos grupos folclóricos que organizam estes festivais, que são encontros de culturas. - Culturas diversas dentro do mesmo País… - O nosso País, tão pequeno, tem culturas muito diferenciadas e essa diferenciação tem de se manter viva. Penso que o século XXI vai ser um grande desafio para a nossa identidade cultural. - Seremos uma reserva da Europa, a esse nível? - Somos, de facto, uma reserva da Europa, porque ainda estamos, neste aspecto da cultura popular, diferentes dos outros povos. Por exemplo, para dançar o Vira ou o Fandango, só gente portuguesa o faz. - Qual é a dança genuinamente portuguesa? - Para mim, o Vira é a dança que melhor caracteriza o povo português. É uma dança espontânea, que pode ser dançada apenas por um par e por todos os pares. Até pode ser dançada por uma multidão. - Onde nasceu essa dança? - O Vira nasceu em terras de Entre Douro e Minho, mas logo passou por Portugal abaixo. E por onde passou foi aculturado, isto é, as pessoas pegaram nele e adaptaram-no à sua maneira de ser. - Então há muitos Viras… - É verdade. Há o Vira de meia volta e de volta inteira, há o rodado e trespassado, há o falseado e outros. Tantos quantas as regiões de Portugal. - Para mostrarmos a nossa identidade, é importante, então, que os nossos grupos apresentem no estrangeiro o nosso folclore? - Pois é verdade. Mas nem sempre o Estado apoia essas saídas. De vez em quando patrocina uma ou outra. Contudo, nem sempre apoia os melhores grupos, os que se apresentam com coerência, com autenticidade, o que temos de bom. - Mas a FFP não dá o seu parecer? - Dá o seu parecer quando lho pedem. A FFP não é, infelizmente, parceira do Estado para a cultura; é um parente pobre. - E os grupos que andam nestes festivais são mesmo genuínos? - A FFP tem os seus grupos, que são a sua imagem de marca. Isto cria a concha, isto é, guardam as costas uns dos outros. Num festival de um grupo federado, normalmente, não entram grupos não federados, porque não têm, à partida, aquela segurança para entrar num festival de qualidade, com garantia de autenticidade do povo que representam. Fernando Martins

Uma Ideia para Portugal

“Nesta época em que muito se fala de identidade, de ser português, para quando um Tratado de Amizade com a CPLP para facilitar a ponte nos dois sentidos? Ou seja, quando é que os povos da CPLP terão o estatuto de igualdade similar ao que se fez com o Brasil? Isso iria mudar muita coisa. Há um grande número de pessoas da CPLP que têm interesses iguais e que se identificam com Portugal mas que, no entanto, não conseguem a nacionalidade.” Jorge Andrade, Jogador de Futebol No jornal i

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: obras de remodelação continuam

Obras no Centro Cultural

Inauguração provavelmente em Janeiro

As obras de remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré continuam. Hoje passei por lá e registei a azáfama que por ali anda, no sentido de nos oferecer um espaço cultural mais amplo e mais funcional. Também, obviamente, com mais dignidade. A garantia que há aponta para a sua inauguração no primeiro trimestre de 2010, provavelmente ainda em Janeiro, inserindo-se, assim, nas festas comemorativas do centenário da freguesia.

A Campanha do Argus em Roterdão

Museu de Roterdão

.Foi inaugurada no passado dia 4, no Museu Marítimo de Roterdão, a exposição "A Campanha do Argus", mostra itinerante do Museu Marítimo de Ilhavo, que assim se internacionaliza, com outras exposições, que irão decorrer em Espanha e Canadá. O Museu Marítimo de Roterdão é um dos mais visitados da Europa.

Foto de Afonso Duarte

domingo, 12 de julho de 2009

Diocese de Aveiro com mais um presbítero e seis diáconos permanentes

Na Sé de Aveiro
.
Crê o que lês;
ensina o que crês;
e vive o que ensinas
Participei hoje, na Sé de Aveiro, na ordenação de um presbítero e de seis diáconos permanentes, em cerimónia presidida por D. António Francisco dos Santos. Com o templo repleto de fiéis, vindos um pouco de toda a diocese, em especial das paróquias dos ordinandos, senti que a Diocese vai ficar mais rica para enfrentar os desafios pastorais do futuro. Ali estavam pessoas de Nossa Senhora da Assunção de Espinhel, S. Miguel de Oliveira do Bairro, S. Tiago de Vagos, Santo António de Vagos, Nossa Senhora do Bom-Sucesso e de S. Paio da Torreira e de Santa Marinha de Avanca. Experimento sempre alguma emoção em cerimónias destas, ao confrontar-me com testemunhos, concretos, de pessoas que assumem, com a radicalidade da sua entrega, o serviço de anunciar e viver a Boa Nova de Jesus Cristo, aos homens e mulheres do nosso tempo. Jovens e menos jovens aceitam o desafio de não se deixarem seduzir pelas interpelações de um mundo sem Deus ou à margem de Deus, dando-se em plenitude à Igreja e aos seus projectos de construir uma sociedade alicerçada na verdade, na justiça, na liberdade, na paz e no amor. Partindo do princípio de que é preciso construir o “bem comum” para um “mundo melhor”, o Bispo de Aveiro pediu aos que iam ser ordenados que fossem “humildes, constantes e generosos”, nesta igreja diocesana que tem de ser “formadora da fé e construtora da esperança”, em “espírito de comunhão, com bispo, presbíteros, diáconos permanentes e leigos”. Referindo que a ordenação de um presbítero constituiu, entre nós, o “primeiro momento do Ano Sacerdotal”, D. António recomendou a todos os presentes que sensibilizassem “as comunidades cristãs para a importância deste ministério ordenado”, enquanto lembrou o Santo Cura de Ars, que o Papa Bento XVI nos apresenta como modelo para este ano. No ritual da ordenação dos diáconos permanentes, na altura da entrega dos Evangelhos, há uma frase que sintetiza, de forma expressiva, um programa de vida muito rico: “Crê o que lês; ensina o que crês; e vive o que ensinas.” Para os diáconos permanentes, mas também para os presbíteros, para os bispos e para os leigos. O Bispo de Aveiro ainda manifestou votos de louvor para todos os que trabalharam, “generosa, dedicada e assiduamente” para que este dia acontecesse. FM

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 139

BACALHAU EM DATAS - 29
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GIL EANES
Caríssimo/a: 1924 - «No início de Janeiro de 1924, é fundada a Empresa Portugália, L.da e a Empresa de Pesca Bons Amigos, L.da. A Companhia Aveirense de Navegação e Pescas, em liquidação, vende todos os seus bens: a sede, o rebocador VOUGA, entre outros bens.» Oc45, 86
«Em 1924 o número de embarcações da frota bacalhoeira atinge as 65 . As capturas passam de valores inferiores a 2.000 toneladas de bacalhau para mais do dobro e o número de dóris ultrapassa os 2.000.» HPB, 76
«Outras vezes a pesca não chegava para as despesas. Diz Mário Moutinho, “quando foi à Terra Nova a maior frota desta época, a média de capturas não ultrapassou 100 toneladas por barco. Esta média manteve-se nos 20 a 25 e chegou mesmo a ser inferior em anos anteriores”.» Oc45, 88
1925 Dez 14- «Decreto do governo n.º 11.351 que se orientava para o desenvolvimento da frota e para a formação profissional do pessoal técnico dos estaleiros e oficinas de construções navais, a realizar na nova Escola de Construção Naval de Lisboa a qual nunca viria a ser construída. ... Este Decreto propunha a criação de um prémio de construção para os navios destinados à pesca do bacalhau que fossem construídos segundo os planos fornecidos pela Direcção da Marinha Mercante ou por ela aprovados... Não parece que estas medidas tivessem resultado, pois nos 10 anos seguintes apenas foram construídos 5 navios.» HPB, 73/74
1926 - Substituição do primitivo estaleiro da Gafanha por outro, situado mais para sul, pertença do mestre Manuel Maria Bolais Mónica. Aquele primeiro estaleiro, situado na margem esquerda da Ria, foi fruto da transferência, no séc. XIX, dos estaleiros localizados na Cale de S. João, em Aveiro, ocasionada pela subida dos fundos do canal da vila.
«Em 1926, pela primeira vez, pesca-se mais de 7.000 toneladas, assistindo-se a partir de então a uma quebra de produção.» HPB, 76/77
1927Abr08 - «O Decreto n.º 13.441 é sem dúvida a primeira peça fundamental da organização da indústria bacalhoeira promovida pelo Estado Novo, os assuntos tratados são muito variados, demonstrando uma visão globalizante dos problemas.» HPB, 74
«No art.º 27 do Decreto n.º 13.441 determinava-se que o Ministério da Marinha organizaria o serviço de assistência aos pescadores nos bancos da Terra Nova e promoveria estudos técnicos e científicos realivos à pesca do bacalhau. Neste quadro foi o «GIL EANES» à Terra Nova ainda em 1927.» HPB, 75
Finalmente o «GIL EANES»!... E falar em «GIL EANES» é falar em assistência aos bacalhoeiros; e pese embora todas as críticas e suspeições (e bem fundamentadas!) a outras atribuições do barco de apoio, temos de convir que foi positivo o seu “bem-fazer”! Será caso para dizer: tardou mas chegou!
Manuel

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