domingo, 15 de junho de 2008

"MAR de SONHOS"

Integrado nos festejos comemorativos dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro, realizou-se, ontem à noite, na Praia da Barra, um espectáculo piromusical. É um cheirinho desse espectáculo, "MAR de SONHOS", que aqui ofereço aos meus amigos.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 82


OS COMPANHEIROS

Caríssima/o:

Comum e comovedor quando encontramos companheiros do tempo da Escola: aquilo são abraços, abanar de cabeças, recordações infindas e uma que outra lágrima furtiva.
Quem está aí que não tenha passado por essa prova?
São muitos dias, muitas horas de convívio...
Falar disto é uma pura perda de tempo por demais evidente e conhecido.
Mas estou a ver a cara de alguns a dizer que não é bem assim: antigamente, etc e tal; agora, não...
Está bem, há sessenta anos, antes de irmos para a Escola, brincávamos com os nossos vizinhos e vizinhas nos caminhos, nas margens da ria, enquanto nossos pais e mães iam trabalhar. As brincadeiras desenrolavam-se perto dos mais crescidos, que nos deitavam os olhos, ou junto das mães enquanto elas cavavam,...
Criavam-se os primeiros laços de amizade...
O leque de amigos se alargará nos bancos da Escola, mas aqueles/as do nosso canto tinham, sempre a primazia. Lutas e rixas entre moradores de cantos diferentes provavam isso mesmo... A seguir virão os “encontros” entre freguesias vizinhas... [Uma nota avulsa: no nosso tempo, que “batalhas” verbais e não só travávamos contra os “da terra da lâmpada”!...]
Era notório, quando nos juntávamos para a preparação dos exames, a realização dos desafios entre as diferentes escolas. Só quando éramos confrontados com a saída para os estudos é que se dava a evolução e a integração...
Não era por esta via que gostaria de ter desenvolvido o tema; o teclado do computador traiu-me...
Que me desculpem todos os meus bons Amigos, gostaria de recordar o Oliveiros, o Silvério Oliveiros, o Amílcar Madail, o João Gandarinho, o Necas, o Manuel Roque, o Amadeu Vilarinho e o Arlindo... que andaram comigo na quarta classe. Um ou outro já nos deixou a saudade. Alguns tentamos a resolução de difíceis problemas de saúde... O hino à Amizade continuará!

Manuel

sábado, 14 de junho de 2008

AO VER A MULTIDÃO ENCHE-SE DE COMPAIXÃO


1. Jesus inicia a missão que pretende realizar. Percorre cidades e aldeias na região de Cafarnaúm. Provoca encontros nas ruas, entra nas sinagogas, detém-se na praça pública. Observa atentamente as pessoas, a organização da sociedade e as condições de vida. O seu olhar penetrante chega ao mais íntimo do ser humano. Os seus ouvidos escutam o inaudito que o faz vibrar. O seu coração estremece de emoção cheia de amor. E, sem mais demoras, dá largas à acção que liberta e à palavra que rasga horizontes. E numa ousadia, sem precedentes, chama pelo nome os homens que quer, começando assim a lançar os fundamentos da Igreja. Considera tão importante o que lhes vai pedir que reconhece a sua identidade pessoal, transmite-lhes a mensagem que hão-de anunciar, define-lhes as prioridades no agir e apresenta-lhes uma espécie de regras de actuação.
2. Outrora eram as multidões; hoje é o povo, de que fazem parte os indivíduos. O cansaço e o abandono espelham o seu estado de ânimo, mostram o seu desalento perante as condições de vida, a sem esperança com que encaram o futuro, prolongamento cego de um presente amargado. E, hoje como ontem, o cortejo dos abatidos integra os empobrecidos de bens indispensáveis, os solitários de todas as companhias, os explorados da dignidade inalienável, os ignorantes de todos os direitos, os “atirados” para as margens da vida como material descartável, os sujeitos às mais diversas formas de trabalho precário, os “mal vistos” pelas instituições do poder e pelos fazedores da opinião publicada: os rebeldes sociais e políticos, as mulheres libertárias, as vítimas das atrocidades autoritárias, os pesquisadores de energias alternativas e de organizações mais participativas da sociedade, os “cobradores” de outras economias que sabem fazer do lucro um meio para gerar bem estar social para todos. Os cansados da vida constituem presa fácil do desespero, da violência e do fanatismo, sobretudo quando abandonados e vilipendiados.
3. Hoje e sempre é Jesus que, de muitos modos, vai à frente na manifestação de reacções positivas, vencendo a indiferença e a distância, no apreço pela consideração de cada um e de todos, nas propostas inclusivas de humanização, nas atitudes de solidariedade, nos gestos de amizade, nas parcerias de acção. Se vai à frente, outros vão com ele, são seus companheiros desejosos de se tornarem discípulos, apóstolos e testemunhas. Outrora foram uns que têm o seu nome nos Evangelhos. Hoje somos nós os convidados para tão nobre e entusiasmante missão. Somos nós o “coração” de Igreja solícita e compassiva, o rosto sensível da humanidade nova, os artífices confiantes de uma sociedade inclusiva das pessoas e do bem integral para todos.
Georgino Rocha

Recordações

"O ti Atóino vinha da borda, onde andara ao moliço para o aido. Antes da maré, po-rém, deitara-se a descansar, com o corpo moído, na proa da bateira que ia à rola (à deriva). Sem saber como, e com uma nassa, apanhou uns peixitos para a ceia (o jantar de hoje). Já não era mau. Naquele dia não comeriam caldo de feijão com toucinho, com um bocado de boroa. Sempre seria melhor. Então ouviu a Ti Maria:"
Leia em Galafanha

Um poema de Sophia



LIBERDADE

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

O Felipão


Anda toda a gente triste com a saída de Luiz Felipe Scolari para o Chelsea, o clube de um multimilionário russo. O Felipão estava identificado com o povo português e o povo português gostava dele. Deu boas alegrias às gentes lusas, porque soube, como poucos, ser um líder autêntico, com rara capacidade para mobilizar multidões.
Muita portugueses até já pensavam que este brasileiro, que tem o bom gosto de apreciar a nossa comida e os nossos vinhos, ficava por cá. Esqueceram-se de que este mundo é dominado pela “grana” e que Scolari é um homem que também sabe cuidar do seu futuro. Por mim, ele pode ir. Mas, já agora, que nos traga a taça do Europeu de Futebol.
Mais uma palavrinha: vai ser muito difícil encontrar um seleccionador como este. Um homem que tem o coração perto da boca, frontal, que se comove e que se zanga; que sabe motivar os jogadores, que consegue criar um grupo de trabalho coeso. E que, dizem, até leva os jogadores a rezar o Pai Nosso antes dos jogos. O Felipão é mesmo um tipo fixe.

FM

FRAGILIDADES

As fragilidades da nossa economia têm-se feito sentir nos últimos tempos. E como a economia é a mola-real do nosso viver social, o pânico instalou-se entre nós. Portugal paralisou com o descontentamento dos camionistas, que obrigaram o Governo a avançar com regalias, em detrimento de outras classes sociais, também seriamente afectadas com a subida, em flecha, dos combustíveis. O Governo cede com esta classe social, alimentando o risco de ceder, a partir de agora, com os pescadores. Depois, um dia destes, com os agricultores e com todos os que tiverem capacidade de mobilização. E como as eleições não tardam aí… Há, contudo, uma classe que não pode pensar em reivindicar. Tem de se calar perante as sucessivas reduções no seu poder de compra. São os aposentados. O seu único poder está nas eleições. Aí, sim, pode mostrar o seu descontentamento. FM