segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

General Garcia Leandro com avisos sérios

“Já fui convidado para encabeçar movimento de indignação”; “Os regimes podem renascer. Este regime está gasto.” Estas foram afirmações do general Garcia Leandro, na SIC Notícias. Assim mesmo. Aliás, a sua indignação pode ler-se no artigo que publicou na última edição do EXPRESSO, intitulado "A falta de vergonha", onde alerta para a chegada de uma explosão social e para a ocorrência de movimentos de cidadãos insatisfeitos. Movimento de indignação pode ser um novo partido político, um grupo cívico de reflexão e de pressão ou o princípio de mais uma revolução. Com a evocação dos assassínios do rei D. Carlos e de seu filho, o príncipe Luís Filipe, que ocorreram em 1 de Fevereiro de 1908, podemos dizer que está na moda recordar que os portugueses até gostam de revoluções, quando estão descontentes com a governação. E o mais curioso é que algumas estão marcadas pelo apoio do povo, umas vezes com violência e outras com flores, como foi o caso do 25 de Abril de 1974.
Os escândalos à volta do maior banco privado português, o BCP, e das remunerações e mordomias dos seus administradores, bem como de outros, causam, como diz Garcia Leandro, "repulsa generalizada". É verdade que se diga que ninguém pode ficar indiferente a tudo isto, sabendo-se quanto sofrem tantos compatriotas nossos. Não sei se o general e o movimento para que foi convidado estão a pensar em revoluções ou se pretendem apenas avisar que é preciso governar com mais competência e com mais justiça. Eu penso que a democracia está enraizada entre nós. Mas nunca fiando.
FM

ARES DO INVERNO


Hoje nem parecia Inverno. O dia luminoso e até quente deixou-me vaguear com mar à vista. O doce mar da minha infância e juventude, ainda sem molhes a apertá-lo, batia-se na manhã desta segunda-feira de Carnaval contra as pedras que nos defendem das vagas fortes.
Por ali andei a vê-lo, a sentir a sua ânsia de galgar as dunas para nos molhar os pés, o rosto, o casario… Só não o fez, nem faz, porque os homens têm sabido contê-lo…

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Carnaval


Hoje e terça-feira, quer o tempo deixe ou não, não hão-de faltar as máscaras. Uns a brincar e outros a sério. Nunca as usei. O meu temperamento não dá para isso. Mas também não as uso porque, quando as vejo, nunca deixo de me questionar sobre o que pretenderá esconder quem as põe na cara. Uma coisa é certa: penso que, para além da brincadeira ou da representação teatral, quem usa máscaras desejará dizer, escondido, o que não terá coragem de dizer de cara levantada. Se calhar estou a exagerar. Por isso, desejo a todos os que gostam de brincar no Carnaval que se divirtam com alegria. E que depois dele, a partir de quarta-feira, voltemos à vida de rosto alegre e bem ao vento.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 63



O ENSINO PRIMÁRIO AO LONGO DO TEMPO

Caríssima/o:

Para satisfazer alguma curiosidade sempre vou desenterrar imagens desbotadas e até ratadas do baú do tempo.

1- “Na época da fundação da monarquia existiam clérigos e até bispos que não sabiam escrever; e há memória de factos semelhantes, embora mais raros, em tempos mais recentes.” [História da Igreja em Portugal, Fortunato de Almeida, Tomo I, pág. 492]

2- É comum saber-se que as escolas eram apenas frequentadas pelos jovens que seguiriam vida eclesiástica, junto dos conventos ou mosteiros e das sés. Ora, no Mosteiro de Alcobaça, surgiu um abade, entre 1252 e 1276, Estêvão Martins, que “permitiu que as pessoas de fora, estranhas à Ordem, pudessem cursar as lições”.[História do Ensino em Portugal, Rómulo de Carvalho, pág. 30]

3- Contudo, apenas em 6 de Novembro de 1772 se tenta organizar o ensino primário oficial com a criação de 479 lugares de “mestres de ler, escrever e contar”. Lei de Marquês de Pombal.
4- Depois Mouzinho de Albuquerque publica um projecto de reforma da instrução pública em 1823. Havia, em Portugal, uma taxa de analfabetismo que rondava os 90% e todos os políticos estavam de acordo: “havia necessidade de criar uma vastíssima rede de escolas de instrução primária que cobriria todo o país para reduzir o analfabetismo”.

5- Em 1835, a reforma do ensino de Rodrigo da Fonseca Magalhães foi considerada ”a mais perfeita e completa depois de Pombal”.

6- Bem, depois poderíamos enumerar as tentativas de reforma do ensino primário e seria interessante encontrar os nomes de Passos Manuel (1836), Costa Cabral (1844), D. António Costa (1870), António Rodrigues Sampaio (1878), João Franco (1894), Hintze Ribeiro (1901), João de Barros (1911), Leonardo Coimbra (1919), Alfredo de Magalhães (1927), Carneiro Pacheco (1936), Leite Pinto (1956), Galvão Teles (1964), Veiga Simão (1973)... e reformas depois de 1974...


Uns tentavam organizar e logo outros a seguir ...desorganizavam. Mas sempre alguma coisa foi ficando e, em 1947, havia uma escola mista, na Marinha Velha, a Escola do Ti Bola, onde o Olívio se esforçava por aprender o ABC...Como seria por toda a Gafanha?


Manuel

sábado, 2 de fevereiro de 2008

CAMINHOS DE FELICIDADE



Sentado perante a multidão, o mestre faz declarações espantosas. Alguns companheiros recolhem-nas em escritos memoráveis. Milhões de pessoas vivem a sua mensagem. Ninguém consegue varrer da história a felicidade que semeiam e fazem crescer. A humanidade inteira vai-as saboreando a conta-gotas e de muitos modos. Quando todos pautarem a sua vida pelo sentido profundo que encerram, acontecerá a felicidade plena, a harmonia universal, a paz cósmica, a realização acabada do sonho original da nossa matriz comum.
A cena ocorre num monte situado perto de Cafarnaúm, cidade menor próxima do mar da Galileia. A esta cidade do povo acorre Jesus, fazendo dela o seu centro de vida e missão. Aí encontra e chama os primeiros discípulos – mais tarde seguidores –, que labutam na faina da pesca. Aí e nas redondezas, realiza acções notáveis, mantém conversas cheias de sabedoria, pronuncia discursos solenes.
Em alguns destes sítios, aparecem vestígios e conservam-se monumentos evocativos de tais acontecimentos. São eles que constituem a “delícia” de quem pretende conhecer e viver a verdade histórica, ainda que a partir de ruínas menosprezadas.
A mensagem de Jesus é simples, clara e interpelante. Também é contracultural, sobretudo no mundo ocidentalizado. Mas proporciona experiências de felicidade qualificada a que todos os humanos estão chamados.
Felizes os que têm o coração livre das ataduras da riqueza e de todos os outros bens porque estão disponíveis para servir e prontos para amar. Felizes os que aceitam a condição humana comum a todas as pessoas porque fazem brilhar a dignidade de cada uma. Felizes os que vivem a solidariedade amiga interventiva porque enxugam lágrimas inocentes e aliviam sofrimentos injustos. Felizes os que cultivam a paixão da justiça e da paz porque hão-de ver o seu sonho realizado, curando feridas doridas e reconciliando inimigos de morte. Felizes os que acolhem com amabilidade os sem abrigo e os empobrecidos porque ampliam os horizontes do coração e ajudam a construir a fraternidade universal. Felizes os que são transparentes nas intenções e nas acções porque encontram a verdade das coisas, das pessoas e de Deus.
Jesus vive o que proclama. Com atitudes convincentes, testemunha e credita a palavra. Despoja-se da sua condição divina, chora perante o túmulo de Lázaro, enche-se de compaixão ao ver as multidões famintas e mata-lhes a fome, grava no coração dos discípulos a paixão pela justiça, confia-lhes o dom da paz, oferece o perdão e restitui a dignidade aos excluídos e miseráveis, entrega-se totalmente ao Pai que o ressuscita, enchendo de alegria e júbilo a toda a criação e todas as criaturas.
Por isso, ousamos pedir-lhe que nos ensine a ser felizes, a encontrar um ideal como o seu, a centrar a nossa vida no amor gratuito e generoso, a desfrutar e a saborear o que é bom e belo, a partilhar os bens com quem precisa, a acompanhar os que sofrem, a afrontar os algozes das vítimas silenciadas, a debelar as causas das injustiças organizadas, a dedicar-nos sempre a causas nobres, sem esperar outra recompensa a não ser a de sabermos que somos dignos da sua confiança e transmitimos fielmente a sua mensagem.

Georgino Rocha

Escuteiros zangados com a Media Markt



O CNE (Corpo Nacional de Escutas), escutismo católico português, está zangado com a Media Markt. A razão é simples: aquela multinacional resolveu fazer publicidade, utilizando um escuteiro para parodiar um eventual cliente. Claro que o Chefe Nacional, Carlos Alberto Pereira, não gostou e protestou. Em ofício dirigido aos responsáveis, diz que a campanha publicitária é “intoleravelmente ofensiva para os 80 000 escuteiros portugueses e suas famílias”. E acrescenta: “As afirmações feitas constituem uma ofensa ao bom nome e consideração devidas a quem diariamente contribui para uma sociedade melhor, educando os jovens para uma cidadania responsável, participativa, solidária.”
Solidarizo-me com este protesto do CNE. E é bom que se diga que o escutismo não é uma organização qualquer. Ele é, tão-só, a maior organização juvenil do mundo. Merece, por isso, muito respeito.
Estou em crer que a Media Markt saberá reconhecer que cometeu um erro, ao brincar com coisas sérias. E também acredito que a publicidade ofensiva recolherá aos armazéns da empresa, o mais breve possível, para aí morrer sem incomodar ninguém.

FM

A Carta das Águas




Ontem, no SEXTA, semanário gratuito, li um artigo interessante. “A água não serve só para matar a sede” foi assinado por Hugo Rodrigues e defende a ideia de que devemos escolher a água para beber conforme a comida. Isso mesmo é a aposta da Confraria da Água, cujo chanceler, Belmiro Couto, é um aveirense.
Diz ele, com razão, que nos restaurantes nos apresentam, normalmente, a Carta dos Vinhos. A da Carta da Água não existe. E a pergunta é sempre a mesma: com ou sem gás; fresca ou natural?
Ora, segundo Belmiro Couto, as águas não são todas iguais, tal como acontece com os vinhos. Sendo assim, há que saber pedir a água ideal para cada prato. Como recomenda o chanceler da Confraria das Águas, devemos consumir uma água “ácida e leve” para o cozido à portuguesa e “muito alcalina” e fresca para os pratos de bacalhau.
A meu ver, isto tem que se lhe diga. Como é que os consumidores podem conhecer essas diferenças? Talvez seja útil que os produtores passem a anunciar, nas garrafas ou por outra forma, os pratos que casam bem com as águas que comercializam.
Confesso que nunca tinha pensado nisso. Eu cá limitava-me a pedir a água natural e sem gás. Mas agora já tenho de pensar duas vezes, não me limitando a beber a água que me levam para a mesa, muitas vezes de marcas que não conheço de lado nenhum.
Estamos sempre a aprender.

FM

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue