quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia




A TRIAGEM DAS IDEIAS


1. No mundo da liberdade de mil e uma opiniões, visões, perspectivas, sugestões, convites, publicitações, é a cada pessoa que cabe a determinante opção. Péssimo seria o tempo, já ido, em que não existisse liberdade de opinião e de manifestação de suas ideias. Todavia, o reverso da medalha da liberdade exigirá uma capacidade de triagem que se afirme como valor fundamental na formação humana, onde existam razões conscientes que verdadeiramente iluminem as opções. É diante dos mundos-e-fundos de ideias, que se vêm na televisão ou se escrevem nos jornais e revistas, que importa não acreditar em tudo, mas possuir uma visão crítica do que nos entra pela porta dentro…e ajudar os novos nesta tarefa.
2. Pelo panorama da recente quadra festiva, neste particular, não estamos muito bem. Num país com dificuldades sócio-económicas, somos dos primeiros do mundo no embarque das novidades das comunicações móveis e no envio desmesurado de milhões e milhões de mensagens. Bom, sejam elas sempre manifestação dos melhores sentimentos para todo o ano!... Mas, confrontando com os países europeus, uma generalizada sedução fácil pelas “últimas modas” diz-nos que “algo” está por ajustar, um sentido crítico do essencial continua por apurar, uma capacidade de triagem de tudo o que se publicita (ferreamente, Lipovetsky) vai faltando, estando as novas gerações na encruzilhada de uma necessária (mas difícil) mudança de mentalidade.
3. Quer no âmbito, muitas vezes, dos debates políticos onde um contraditório discursivo vem à luz do dia, dependendo do lado em que se está (oposições versus governos), quer nos mediáticos colunistas de opinião dos variados órgãos de informação (daqueles que muitos criticam porque falam sobre tudo… mas se falarem só da sua especialidade são na mesma criticados que mais nada sabem além de sua área…!), será às pessoas, aos cidadãos, que cabe a essencial missão de discernir entre todo o alarido confuso aquilo que se afirmará como “o caminho” a seguir. Tarefa esta tanto mais difícil quando, muitas vezes, às próprias instâncias de comunicação, falta uma isenção informativa que forme na autocrítica as pessoas da opinião pública social.
4. Talvez, numa sociedade adulta, este seja um dos valores fundamentais: a capacidade de, com espírito crítico, discernir para diferenciar o prato certo no meio de tantas ementas que nos querem servir... Não falamos do criticismo descomprometido; e numa visão superior de liberdade social como acolhimento da opinião de cada pessoa, nada haverá a obstar para essa visão personalizada… Destaque-se é que “a faca e o queijo” está do lado dos cidadãos; se estes vão (vamos) pelo último grito da moda quase imposto pela publicidade é porque falta (re)formarmos as virtudes pessoais para o essencial de cada dia que não deixará naufragar o Ser em tantos supérfluo que atrapalham um saudável sentido de vida com os outros. É verdade, cada vez será mais difícil ser pessoa, e ao mesmo tempo mais fascinante. O que é preciso é fazer opções na triagem do essencial.


Alexandre Cruz

Pensões de reforma miseráveis



A propósito das pensões de reforma miseráveis, que muitos compatriotas nossos recebem mês a mês, já nem sei o que hei-de dizer, tal é o sentimento de revolta que me domina. O Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou, na sua Mensagem de Ano Novo, que é inconcebível a relação entre o que recebem certos gestores e alguns trabalhadores de muitas empresas. O mesmo se pode dizer das pensões de reforma: uns com milhares e milhares de euros por mês, outros com duas ou três centenas de euros. Entretanto, o Governo decretou alguns aumentos, ao mesmo tempo que decidiu pagar os retroactivos em dívida, cabendo, por mês, a cada um, 68 cêntimos. Agora, pressionado, e bem, pela oposição, resolveu pagar tudo duma só vez. Não estava para falar no assunto, mas não posso conter a indignação. Sei que o Governo não pode fazer filhós d’água, mas a sociedade, nomeadamente os políticos, tem de repensar a questão dos salários e das pensões de reforma.
Há dias, soube que uma idosa, que sofre imenso, não pôde ir para a Fisioterapia por falta de dinheiro para pagar a parte que lhe cabe. A sua pensão é tão baixa que nem para os mediamentos dá. E tem de sofrer.
Um comentador político, António Vitorino, disse que é verdade que os gestores ganham muito, mas, mesmo que lhe reduzam os vencimentos e as regalias, nada se resolveria. Tudo ficaria na mesma. É verdade, concordo eu. Mas ao menos ganharíamos em dignidade. O que choca e escandaliza é essa diferença abissal entre uns portugueses e outros. Todos filhos da mesma Pátria. Todos com família para sustentar. Todos com direito a viver os últimos anos de vida sem precisarem de esmolas.
Se não há dinheiro para aumentar os simples trabalhadores e reformados por que motivo há sempre para os grandes salários e para as grandes reformas?

FM

MAIS PRÉMIOS DO TURISMO

Museu Marítimo de Ílhavo



A Região de Turismo Rota da Luz distinguiu agentes ligados ao crescimento de oferta turística regional. O Museu Marítimo de Ílhavo e as Câmaras Municipais de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, a Fábrica de Ciência Viva, o Projecto BioRia e o Porto de Aveiro estão entre os galardoados. A entrega dos prémios está marcada para hoje, às 18 horas, no Mélia Ria Hotel & SPA.

SÃO GONÇALINHO, EM AVEIRO

Ilustração de Jeremias Bandarra para a capa do livro "Confraria de S. Gonçalo"


Um exemplo para muitas comissões de festas

Em torno da veneração que o São Gonçalinho suscita, em Aveiro, sinto vontade de partilhar com os meus leitores o bem que pode ser feito com as festas em honra dos santos.
Sendo certo que as festas que se vivem pelas nossas paróquias, na sua maioria, se ficam muito pelo banal, sem inovações significativas, acho que São Gonçalinho está a dar um mote de mudança.
Ao olhar para o programa, vejo que, entre a tradição das cavacas, atiradas do cimo da igreja em cumprimento de promessas, há acções que alinham noutro sentido: Lançamento de um CD-Rom, “São Gonçalinho contado às Crianças”; Exposição de Fotografia, na Galeria dos Paços do Concelho, dedicada ao santo da Beira-Mar, patente até 3 de Fevereiro; e uma Oficina Didáctica, de 15 de Janeiro a 7 de Fevereiro, no Museu da Cidade de Aveiro, denominada “São Gonçalinho Pés de Barro”, promovida pela Câmara Municipal, contando com a colaboração da artesã Alberta.Cultura, arte, movimentação de pessoas de todas as idades, história, tradição e devoção, tudo à volta de São Gonçalinho. Exemplo, afinal, para muitas comunidades, que se ficam, quase sempre, por banalidades.
FM

Prémio “Entidade Pública” para o Porto de Aveiro




O Porto de Aveiro recebe hoje, quinta-feira, dia 10 de Janeiro, pelas 18 horas, no Meliá Ria Hotel & Spa, em Aveiro, o Prémio “ENTIDADE PÚBLICA” que lhe foi atribuído pela Região de Turismo Rota da Luz. O galardão é justificado pela or-ganização como o “reconhecimento do mérito da actividade desenvolvida pelo PORTO DE AVEIRO ao longo de 2007 em prol do Turismo da Região”.
A atribuição dos prémios preten-de “manifestar público apreço a quem se distingue, anualmente, na valorização do Turismo na Região”.

Fonte: Porto de Aveiro
Foto: Paquete Athena

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

UMA PEDRADA POR SEMANA


Quem ficou de fora
da multidão solidária?

Um mundo de gente sentiu, mais uma vez, o coração mais voltado para os outros no tempo de Natal. Um outro mundo de gente, diariamente esquecida, humilhada e sofredora, sentiu, mais uma vez, que, afinal, apesar de tudo ainda está viva, porque outros, que nem conhece, se lembraram dela e tiveram para com ela gestos de carinho, de amor e de partilha.
No fim, fez mais e maior bem a si próprio quem fez bem aos outros, deles se lembrou e com eles partilhou amor, tempo, pão e algo mais. E, quem sabe, se esta sensação de fazer bem não vai mesmo deixar o coração para aí inclinado e para prosseguir…Numa sociedade que parece e aparece cada dia mais interesseira e menos gratuita, é consolador e positivo verificar quanta gente, neste tempo de graça, se movimenta a favor dos outros. É verdade que ainda fica muita outra de fora e sem se aperceber do que perdeu. Uns acham que não têm obrigação, outros que o seu natal tem programas mais aliciantes, outros ainda porque ninguém os ajudou a olhar para dentro de si e para lugares e pessoas para os quais nunca olham.
No fundo, as omissões dos que fazem alguma coisa podem ter sido ocasião para que outros tenham ainda desta vez ficado fora da cadeia longa do bem-fazer.
Pode ser de interesse que cada um de nós se examine sobre o que fez ou não fez neste Natal. Pobre não é só aquele a que falta muita coisa. Pobre é, também, o que só se preocupa consigo e precisa de ser acordado e incomodado. Por fim até agradece.

António Marcelino
Fonte: Correio do Vouga

Imagens da Gafanha da Nazaré









JARDIM 31 DE AGOSTO
Há dias passei pelo Jardim 31 de Agosto, no centro da cidade da Gafanha da Nazaré. Olhei à volta e registei algumas imagens para partilhar com os meus amigos. Em especial com os que, longe da terra, têm saudades desta região, que o mar e a ria tornam mais apetecível. Hoje, recebi um e.mail do Canadá, de alguém que não esquece a Gafanha da Nazaré, cidade que um dia a marcou, quando veio de férias com o marido. Quer ver imagens desta região. Aqui vão elas, com muito gosto.