terça-feira, 13 de novembro de 2007

Banco Alimentar


UM BOM ENSAIO
DE SOLIDARIEDADE


Quem nunca fez uma experiência de solidariedade não sabe o que perdeu. O facto de nos sentirmos com capacidade para partilhar o que temos, mormente o nosso tempo, é de uma riqueza interior que nem tem explicação. Por isso, acon-selho essa vivência, nem que seja, e já não é pouco, colaborar, simplesmente, num peditório.
O Banco Alimentar Contra a Fome está a organizar mais um peditório anual de recolha de alimentos junto das superfícies comerciais. É nos dias 1 e 2 de Dezembro que tal acção vai acontecer. E para isso precisa de gente que se disponibilize para colaborar, nas diversas tarefas que essa recolha impõe. Se tem um tempinho livre, inscreva-se no CUFC, junto à Universidade de Aveiro. Depois, tudo será fácil.

GAFANHA DA NAZARÉ: Subsídios para a sua história

A partir de hoje, passarei a publicar alguns escritos, que mais não são do que modestos contributos para a história da Gafanha da Nazaré. Serão escritos despretensiosos, objectivos quanto possível, já publicados em circunstâncias especiais. Outros resultam de intervenções em palestras, colóquios e encontros de jovens e menos jovens. Quem me ouviu ou quem me leu há-de verificar, no entanto, que não faltarão, agora, alterações aos textos, resultantes, naturalmente, da evolução dos tempos. Por norma, modifico bastante a minha escrita, sempre ao sabor da maré, mas faço-o no respeito absoluto pela essência do que primeiramente publiquei.
Penso que a história da Gafanha da Nazaré, como das outras Gafanhas, ainda está por fazer. Há muita gente que escreve, mas falta, indubitavelmente, uma recolha criteriosa do que há, publicado ou na memória de muitos gafanhões, porque as actuais gerações precisam desse trabalho. De diversas pessoas tenho recebido incitamento para tornar público os vários escritos que a vida dos gafanhões me suscitaram. Confesso, no entanto, que tenho andado um pouco indiferente a esses apelos. Por comodismo, sobretudo. Mas prometo que não deixarei de pensar nisso.
Hoje, portanto, aqui deixo a promessa de começar a publicar no meu blogue o que considerar importante para a história deste povo, na certeza de que estarei a homenagear quantos aqui nasceram e quantos, vindo de todos os recantos do País, fizeram as Gafanhas, à custa de suor e lágrimas. Mas também de alegrias, pela certeza de terem ajudado a dar vida a uma terra que fica no coração de quem um dia a conheceu.
Ainda quero deixar um pedido a todos: As contribuições dos meus leitores são indispensáveis.

Fernando Martins

Semana dos Seminários








Seminário de Santa Joana Princesa, uma jóia a preservar…

O Seminário de Santa Joana Princesa, em Aveiro, é uma jóia a preservar, para dar vida a projectos de formação, que enriqueçam quantos acreditam que nem só de pão vive o homem.
Estamos a viver, até domingo, a Semana dos Seminários, o que nos obriga a pensar um pouco na importância destes edifícios, onde há décadas a alegria esfuziante de muitos jovens, a reflexão e o estudo se tornavam imagens de marca. Desse ambiente e de quantos se envolveram nos projectos de formação dos Seminários nasceram os padres que hoje servem o povo de Deus, mas também muitos outros que, sentindo que a sua vocação não era o sacerdócio, partiram para a vida com hábitos de trabalho, cultura e valores humanos que são, sem dúvida, uma mais-valia para a sociedade.
Hoje, com projectos e formações muito diversos, mas também com menos jovens a aderirem à vocação da disponibilidade total para servir as comunidades católicas, os Seminários sentiram a premência de se reconverterem, sem, porém, abdicarem dos caminhos que levem a valorizar quantos desejam saber mais, para mais eficientemente contribuírem para a elevação moral, espiritual e cultural da sociedade. Por isso, se não há tantos jovens, eventualmente, a caminho do sacerdócio, há outros jovens, de todas as idades, à procura do saber. Em Aveiro, o ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas) assumiu a tarefa de dar mais vida ao Seminário de Santa Joana Princesa, proporcionando formação a clérigos e a leigos, da diocese e de outras regiões do País. Para além disso, os serviços diocesanos garantem ali a realização de várias acções abertas a todas as pessoas ou apenas aos seus membros, o que mostra, à evidência, que, afinal, o edifício do Seminário, com mais de meio século de existência, tem certezas de sobrevivência, na plenitude da razão de quem o sonhou.
Uma sugestão aqui fica, dirigida a todos: vale a pena passar por lá para apreciar o edifício, belo e típico exemplar da arquitectura dos anos 50 do século passado, mas também para sentirem e constatarem o palpitar de vida cultural e espiritual que enche claustro (há exposições permanentes e temporárias) e salas de aula.

Fernando Martins

Arte Nova


CASA MAJOR PESSOA VAI SER ABERTA AO PÚBLICO
Por notícia da Rádio Terra Nova, a Casa Major Pessoa vai ser aberta ao público, passando, em breve, a Museu da Arte Nova, em Aveiro. O empreiteiro, depois de ter concluído as obras de recuperação e restauro, já entregou as chaves à Câmara Municipal de Aveiro, pelo que num futuro próximo aquele edifício ficará à disposição dos aveirenses e dos turistas, sobretudo dos admiradores da arquitectura e da Arte Nova, em particular. Esta é, sem dúvida, uma boa notícia, ou não tivesse sido a Casa Major Pessoa, no Rossio, durante muitos anos, um triste exemplo do abandono e da degradação.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

AÇORES: Ilha de S. Jorge


FAJÃ DO OUVIDOR
Aqui está mais um postal que me chegou dos Açores, mais concretamente da ilha de S. Jorge. Fajã do Ouvidor fica em Velas e oferece, a quem por ali aparecer, vistas bonitas, que são um desafio a artistas, de várias áreas, para que as mostrem ao mundo... Por mim, limito-me a apresentar o que me vai chegando por empenho do meu leitor João Paulo, o que agradeço. Seria tão bom que outros leitores do meu blogue colaborassem... Mas esse dia há-de chegar, estou em crer.

Na Linha Da Utopia



“PORQUE NÃO TE CALAS!”

1. O original da frase é em espanhol. Este é mais um “refrão” que fica da diplomacia internacional destes dias. Na recente cimeira ibero-americana, diante da não respeitabilidade de regras civilizadas pelo presidente venezuelano, o verniz estalou; mas, ao mesmo tempo parece que tudo vai continuar na mesma, não se notando tanto qualquer mudança de atitude. Quem aplaude é o (pai Filed) presidente cubano que sente o legado garantido de uma linha de pensamento e acção para quem os males sociais são o discurso triunfante… E como em todos os sistemas e sociedades esses males (da pobreza e da desigualdade) infelizmente estão sempre garantidos, então parece mesmo que essa perpetuação de algumas figuras ditatoriais no poder persistem; é o que vamos assistindo no progressivo fechamento da Venezuela…
2. Hugo Chávez vai copiando Fidel Castro, tanto na longevidade do discurso que quebra todas as regras das sessões comuns (da vida em comunidade política), como na irreverência perturbadora da ordem da normalidade. Diante da má educação sempre espectacular para dar vida à Cimeira dando nas vistas gritando umas coisas, nesse momento, várias vezes o primeiro-ministro espanhol apelou ao respeito dos princípios do “diálogo”, todavia, esta uma palavra que se vai asfixiando no dicionário dos lados venezuelanos. No feio panorama, o rei de Espanha procura salvar a honra da pátria, em palavras na generalidade aprovadas pelo bom senso da análise mesmo internacional. Quanto ao resto e aos outros presentes, o “silêncio diplomático” e o salvar da pele pessoal da sua própria nação, continua a imagem da marca política, demonstrativa que estamos muito longe de uma Verdade democrática efectivamente conhecida e reconhecida…
3. Mas o mais importante no meio de tudo isto será mesmo o verbo “calar”, que nos desperta para as fundamentais condições do diálogo. Este exige momentos de silêncio e de palavra. O entrelaçar desordenado, e nada educado, do corte da palavra do outro deita a perder toda a democracia eleita que se representa. Para esses lados da Venezuela “eleição democrática” também parece conceito em perigo, e o espectáculo internacional de Chávez vai sendo reflexo do caminho prolongado no poder onde se pretende chegar. Pior ainda (e existe quem o absolva por tal razão), será dizer-se que só por Bush ser “mau” e por Chávez ser contra-americano, então está tudo bem. Para mal dos pecados, o rei de Espanha terá de ter razão (no conteúdo): o calar, o fazer silêncio, o ouvir, será de ser uma base mínima para o “jogo” político-democrático. A Venezuela de Chávez ainda terá esses mínimos?! Não chega minimamente iludir-se e dizer que os portugueses na Venezuela estão bem. Como se estivessem…!

Alexandre Cruz

domingo, 11 de novembro de 2007

ARES DO OUTONO


ORAÇÃO


O Outono é Primavera
Frutificada. E o sentimento
Do amor,
Cristalizando,
Tornou-se incandescente.
É o coração aceso
De Cristo,
O novo Sol.

Teixeira de Pascoaes


In “Últimos Versos”

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