terça-feira, 9 de outubro de 2007

Artistas ignorados

Semana da Educação Cristã

Crianças numa aula de informática (foto do meu arquivo)

"O SUAVE PESO DE EDUCAR"



"Nesta Semana Nacional da Educação Cristã, propomos aos educadores cristãos - pais, professores de Educação Moral e Religiosa Católica ou de outras disciplinas, párocos, catequistas e outros educadores - e a quantos se lhes queiram associar, a reflexão e o debate sobre alguns desafios que os meios de comunicação social lançam à educação das crianças e dos jovens, a saber:
a formação das crianças e dos jovens para a correcta utilização dos meios de comunicação social;
a preparação dos educadores para o conhecimento e o uso de novas tecnologias de comunicação;
a capacitação humana e material das estruturas de coordenação educativa para melhor responderem às novas exigências de formação, com meios adequados."

Ler a Nota Pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã

Barra de Aveiro em exposição



RUMAR A MAR ALTO

O Teatro Aveirense e a Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro vão inaugurar, no próximo dia 12 de Outubro, pelas 19.30 horas, uma exposição denominada RUMAR A MAR ALTO. A mostra estará patente ao público no Salão do Teatro Aveirense até 12 de Novembro.

Horário: de terça a domingo, das 13 às 20 horas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Neonazis e xenófobos

O PERIGO SOCIAL DOS INIMIGOS DA DEMOCRACIA É público que um grupo radical de neonazis profanou algumas campas num cemitério israelita, em Lisboa. A notícia veio na comunicação social e o PÚBLICO de hoje diz que alguns políticos e religiosos repudiaram, no local, em visita de desagravo, o que aconteceu. O Padre Peter Stilwell, em representação do Patriarcado, sublinhou com ênfase que “Este foi um gesto que invocou um demónio que dorme no coração da Europa”, alertando-nos, assim, para uma realidade mais palpável do que muita gente pensa. Eu próprio tenho sentido isso muitas vezes, e as notícias de grupos racistas e xenófobos, que agem nos grandes centros, sobretudo em Lisboa, mostram à saciedade que algo vai mal na formação das novas gerações. Penso que as famílias, as escolas e outras instituições não estarão bem acordadas para esta realidade, relegando, para segundo plano, os alertas devidos, no sentido de bloquearem, logo à nascença, ideias tão reprováveis. Daí que pessoas com créditos firmados no campo da formação política, filosófica e ideológica, como José Pacheco Pereira, se atrevam a condenar a prisão de um líder radical da extrema-direita, Mário Machado, acusado de incitar ao ódio racial. Diz aquele comentador que tal comportamento, em países genuinamente liberais, “não é crime, nem sequer delito de opinião”. E acrescenta que a longa prisão preventiva de Mário Machado configura uma situação “estranha”, apontando para “razões puramente políticas, o que é inadmissível numa democracia”. Confesso que tenho algumas dificuldades em aceitar esta posição de Pacheco Pereira, tanto mais que se sabe do perigo social que representa um indivíduo que lidera um grupo neonazi e xenófobo, com provas dadas no campo da violência, contra pessoas de raça negra, judeus e estrangeiros. Uma sociedade democrática não fica obrigada, a meu ver, a dar liberdade plena a quem quer destruir os valores da própria democracia, sob pena de hipotecarmos o direito ao respeito por toda a gente.
FM

Na Linha Da Utopia



Legislação simples
para mais eficácia

1. Diz-se muitas vezes que a nossa legislação é profundamente complexa, impenetrável na linguagem, só consegue “entrar” quem é especialista, ficando à margem quem não estudou tal área de especialidade. Se é naturalíssimo em certas áreas de fronteira científica só conseguir acompanhar quem está “por dentro”, talvez naquilo que deve ser preocupação de todos a simplicidade comunicacional torna-se uma virtude indispensável. É sempre difícil mas é mesmo importante, para um maior envolvimento da comunidade. Esta área do direito precisará do esforço que noutras áreas se tem feito (por exemplo destaque-se o empenho de projectos na área da Ciência Viva que procura sensibilizar o grande público para a ciência). Precisaremos de programa “direito vivo”?!
2. Os especialistas dizem que somos “especialistas” em desdobramentos e “prolongamentos” prolixos no que ao direito diz respeito. Saliente-se, cabalmente, que nesta área específica quantidade não é sinónimo de qualidade e será a “praxis” (prática) a desafiar a teoria em que temos vivido. Será olhando para o estado da justiça, saúde e educação que vemos os frutos (ou a sua ausência) de tanta e tanta legislação. Se ao fim das décadas democráticas estamos como estamos, onde as três áreas fundamentais continuam titubeantes ainda em “experiências”, ter-nos-á faltado (?) uma capacidade maior de legislação que tivesse contextualizado e presidido, ela própria, ao máximo consenso possível nas áreas fundamentais de um país.
3. Extremamente interessante é a constatação que, nos primeiros tempos globais, nos vem dos escritos da Utopia (1516). Tomás Moro (1478-1535) diz que nessa ilha ideal as leis eram simples, por forma a que todos pudessem compreender. Precisamos desta (re)aproximação. A comunidade em geral carece de conhecer mais esta área estruturante e sustentável, afinal, da própria democracia. Quanto mais esta distância existir mais dificuldades entre governantes e governados reinará, persistindo o diálogo de surdos e a falta dos consensos fundamentais. Tudo isto a pretexto das 11 páginas maçudas e impenetráveis que António Barreto comentou (Público 07.10.07). Esses decretos eram sobre “Educação”. Seria de pressupor uma melhor comunicação educativa...! Por isso estamos onde estamos; decretos atrás de decretos que até os da especialidade têm dificuldade em entender. Menos quantidade, mais clareza e objectividade!

Alexandre Cruz

domingo, 7 de outubro de 2007

A nossa gente


João Ângelo Pinho

Natural da Freguesia de Macieira de Sarnes, Concelho de Oliveira de Azeméis, o Prof. João Ângelo Pinho nasceu em 1938, na casa dos avós maternos, tendo ali passado a sua meninice até completar o Ensino Primário (antiga 4ª classe). Órfão de pai aos 5 anos de idade, rumou para Lisboa a fim de frequentar o Ensino Secundário.
Posteriormente, concluiu o curso de professor na Escola do Magistério Primário do Porto (1960), iniciando funções docentes no ensino primário em S. João da Madeira. Frequentou também, durante algum tempo, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Chamado ao serviço militar em 1961, foi mobilizado para a ex-província ultramarina de Angola, onde permaneceu entre Julho de 1963 e Outubro de 1965.
Após a sua passagem à disponibilidade, reiniciou funções docentes no Concelho de Santa Maria da Feira, mais precisamente em Dezembro de 1965.
Por ser neto de ilhavenses, pela via paterna, e por ser filho de professor, classe a que sempre se orgulhou de pertencer, fixou residência na Cidade de Ílhavo em Agosto de 1966. Leccionou então na Gafanha da Boa Hora, Gafanha da Nazaré (Cambeia) e, mais tarde, em Setembro de 1971, foi transferido para a ex-Escola n.º 1 de Ílhavo. Ainda exerceu funções docentes na Escola Preparatória Bento Carqueja (Oliveira de Azeméis), onde foi responsável pela implementação do Ciclo Preparatório na Vila de Cucujães (1973-75). Regressado a Ílhavo, foi nomeado, em 1976, Delegado Escolar do Concelho, funções que exerceu durante 19 anos, tendo igualmente exercido o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Ílhavo nos anos de 1978 e 1979.
Encarregado de educação de três filhos e defensor do direito a uma educação íntegra dos jovens, desempenhou um papel preponderante nas Associações de Pais durante 12 anos, tendo sido igualmente co-fundador da Associação de Pais da Escola Preparatória de Ílhavo. Foi eleito para os órgãos directivos daquela Associação e da Associação de Pais da Escola Secundária de Ílhavo de 1981 a 1992, representando a mesma na Federação Regional de Aveiro e na Confederação Nacional de Associações de Pais.
Sócio-fundador da Associação Nacional de Professores, dinamizou e contribuiu para a implementação da Secção de Ílhavo desta Associação em 1985, fazendo ainda hoje parte dos órgãos dirigentes da mesma a nível local e nacional.
Aposentado desde 1995, o Prof. João Ângelo Pinho continua a trabalhar em prol da educação, desempenhando actualmente o cargo Presidente da Mesa de Assembleia-Geral da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, Instituição à qual se encontra ligado desde 1982. Já o tempo livre é passado na entrega incessante ao saber, dedicando-se à leitura e procurando inteirar-se das virtudes das novas tecnologias, com recurso à Internet.
Inquestionavelmente, estamos na presença de um Homem para quem o lema de vida foi e continua a ser “o saber não ocupa lugar!”
In Viver em..., da CMI
:
NOTA: Não ficaria de bem com a minha consciência se publicasse apenas o que nos ofereceu este mês a agenda Viver em... da responsabilidade da Câmara Municipal de Ílhavo. Porque conheço e admiro o professor Pinho há bons anos, porque aprecio as suas qualidade de cidadão íntegro e porque sou seu amigo.
Concordando inteiramente com o que vem na Viver em..., permitam-me, então, que sublinhe mais algumas facetas deste homem a quem o concelho de Ílhavo muito deve. Fraterno no trato, disponível para com todos os professores (e não só) que a ele recorriam frequentemente, amigo do seu amigo, atencioso para com todos, fossem eles gente importante ou humilde. Nunca me lembro de o encontrar aborrecido, nunca o vi exaltado. Foi sempre um Delegado Escolar apaziguador, um conselheiro oportuno, um profissional competente e um homem intrinsecamente bom. Por tudo isto, aqui ficam os meus parabéns, com votos de que continue (continuemos) disponível (disponíveis) para servir.
Fernando Martins

Na Linha Da Utopia


Quantas Barragens?!

1. Há dias foi apresentado o Plano Nacional de Barragens. Sabemos que as necessidades de energia são muitas, sendo esta uma fatia fundamental de despesa habitual do país. Neste sentido, todo o esforço, tardio, é estratégico e por isso bem-vindo. Mas, serão três, quatro barragens? Cinco, já soaria a promessa exagerada! De forma alguma: a promessa é mesmo a construção não de sete ou oito, mas (números redondos) dez barragens! Claro, depois de dez estádios, dez barragens para 2020, é essa a última promessa, para produzir 7000 megawats nesse final da década de 20. (Bom, ao menos nestas barragens sabemos que, mais mês menos mês, ficarão cheias!...)
2. O discurso do 5 de Outubro elegeu, novamente, a “corrupção” como combate e (“inovadamente”) a EDUCAÇÃO como aposta decisiva. Sobre a primeira matéria, o Eng. João Cravinho, “aconselhadamente” agora emigrado, (em grande entrevista à Visão) continua a ver à distância o seu esforço da des-corrupção colocado na prateleira; quanto à educação, um forte apelo “cidadânico”, de empenho de pais e comunidade local desperta-nos para o sentido da hierarquia de prioridades, devendo-se destacar um sentido de exigência estimulante que (pro)mova a escola e a comunidade educativa como missão decisiva no “agarrar” os desmotivados, abandonados e auto-excluídos da escola. Que dramático o abandono escolar e a desqualificação dos portugueses que merecia a garantia de uma promessa para 2020!
3. Que democracia é esta que continuamente publicita e promete e tem ainda, “longemente”, por cumprir o que prometeu? (Os milhares de postos de trabalho?) É para levar a sério, ou será para não ligar?! Há dias falava-se que o “prometismo”, a forma elegante de fazer política, já chegou ao poder local… E ainda: porque é que os portugueses acreditam muitas vezes facilmente na proclamada “banha da cobra”?! Nos tempos em que estamos, é problemático (seja de que quadrante for) o prometer-se, como é sintomático da profundidade cívica (ou não!) o acreditar-se na promessa. Mas, já agora, quanto às dez barragens (sem derrapagens orçamentais!) previstas, para quê e para quem tanta energia, se a natalidade é o que é, a escola “idem aspas” e os cuidados de saúde são o que são?!
4. Será que continuamos a prometer ao lado?! As crianças, os doentes, idosos, desempregados, as pessoas com deficiências, os professores, escolas… também merecem uma promessa…! Sonhamos com o dia em que não se façam promessas, elas afastam-nos da autenticidade.

Alexandre Cruz

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