sábado, 5 de maio de 2007

Ares da Primavera


FAROL COM O SEU SORTILÉGIO
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Desde a infância que o farol me seduz. Há nele um não sei quê que me atrai e me faz voar à cadência da sua luz que alarga horizontes a perder de vista. O sortilégio que dele se desprende, em dias de bruma ou de sol radioso, como o de hoje, vem da sua altura e do seu domínio, que se estende por toda a laguna aveirense. Mesmo de serras mais ou menos longínquas, ele pode ser visto, tornando-se para o viajante um desafio constante.
Por tudo isso, não resisto a fotografá-lo quando com ele me cruzo, quase todos os dias.

A nossa gente

Filho de peixe sabe nadar





MESTRE ADELINO PALÃO


Lá diz o povo que “filho de peixe sabe nadar”… Este provérbio aplica-se bem à vida do Mestre Adelino Palão, a quem dedicamos neste mês de Maio a rubrica “A Nossa Gente”, motivadas pelas comemorações do Dia do Pescador (31 de Maio). Neto do grande Arrais Palão e filho de Adelino Vieira (também conhecido por Adelino Palão), homem que passou a sua vida no mar, vinte e sete anos na pesca do Bacalhau à linha e dezassete como Mestre de traineira, o nosso Mestre Adelino Palão herdou naturalmente o gosto pela vida marinheira.
O mais novo de quatro irmãos e o único barão, acompanhava por isso sempre o pai nas viagens ao Mar. Aos seis anos já tinha corrido toda a costa portuguesa. Tal era o gosto, que algumas vezes, fugindo às aulas, se escondia a bordo da traineira, aparecendo só quando o barco estava ao largo, conta, com um largo sorriso de alegria que a sua primeira paixão foi o Mar.
Aos 23 anos comprou o seu primeiro barco, “Jessica”, e foi assim que, com mais dois sócios, pescou amêijoa, robalos, pregados, linguados e todo o peixe que a nossa costa oferecia. Conta Mestre Adelino que levou alguns sustos nessa época, fruto do fulgor da idade e das afrontas que muitas vezes fazia ao Mar, que teimava em não respeitar. Mas lá se foram entendendo e aprendeu não só a respeitá-lo mas a amá-lo e a admirá-lo… e a “Jessica” deu origem a outro barco, “Jesus nas Oliveiras”. Passados dois anos, com a morte inesperada de seu pai, viu-se pela primeira vez a trabalhar sozinho, mas, à custa de muito sacrifício, o velho deu origem ao novo “Jesus nas Oliveiras”. Este foi, para Mestre Adelino, a realização de um sonho – ter um barco novo neste percurso de pesca.
Desde os 21 anos que Mestre Adelino gere o seu negócio, começando por empregar 14 pessoas. Actualmente são já 23, apesar de todas as intempéries que têm caído sobre a pesca e sobre todos que dela vivem. “Os maus momentos só são superados pela grande estabilidade e amor de uma família e de uma esposa dedicada que nos acolhe, acarinha e renova forças para todos os dias voltarmos a enfrentar o dia-a-dia com determinação e coragem”, partilha Mestre Adelino em jeito de desabafo.
O barco do Mestre Adelino Palão percorre toda a costa portuguesa, desde Viana a Portimão, passando pela Povoa do Varzim, Matosinhos, Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Sesimbra e Sines, pescando sardinha, a prata do mar, e arrecadando imensas histórias para contar.
O mar tem sido para Mestre Adelino o tempero que lhe dá força e tenacidade. Só assim se justifica ter conseguido resistir às mudanças a que este país tem assistido no sector da pesca, e ser ele o único pescador de traineira no Porto de Aveiro (nesta Terra que o viu nascer), acostado em regra no Porto de Pesca Costeira localizado na Gafanha da Nazaré.

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Fonte: "Viver em", da CMI

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Ares da Primavera


GAIVOTAS À ESPERA DO VERÃO
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Na tranquilidade de uma praia deserta, ali ao perto, as gaivotes resolveram parar por uns momentos. Tenho a certeza de que estavam a pensar no Verão que aí vem e que tarda, já que a Primavera não quer dar-nos um ar da sua graça. Ora chove e faz frio, ora cai um nevoeiro impiedoso, ora somos fustigados por ventos agrestes. Por isso é que eu acho que o Verão é que vai ser bom. Já cá devia estar, há muito, que saudades do bem tempo todos temos.

Questões culturais

SOMOS O QUE SOMOS…
Somos o que somos… A cultura é só para alguns. Eduardo Prado Coelho diz hoje, na sua coluna, O Fio do Horizonte, que “o espaço dedicado aos problemas culturais tem-se vindo a restringir não só na comunicação social como nas várias instâncias em que a cultura costumava ser tratada”. É um facto, pese embora a publicação de algumas páginas e suplementos nos vários órgãos de comunicação social. O mesmo se diga em relação a contributos de vários departamentos estatais e instituições privadas, nomeadamente as religiosas. Importa, no entanto, fazer muito mais, porque a cultura está na base de uma sociedade mais livre. Mais uma notícia sintomática desta triste realidade veio hoje no PÚBLICO. Plácido Domingo cantou na quarta-feira, 2 de Maio, em Lisboa, no Pavilhão Atlântico, com a casa a dois quintos da sua lotação. Uma tristeza. Se ali viesse cantar um qualquer artista pimba, estou em crer que o pavilhão rebentaria pelas costuras. Assim, apenas lá estiveram alguns dos seus admiradores. Como é que poderemos reagir a isto? Confesso que não sei. Só sei que há a este nível um défice cultural do nosso povo, que ainda não é capaz de apreciar a arte sublime de um artista de renome internacional, como é Plácido Domingo. Somos, de facto, o que somos…

Festas de Santa Joana e do Município

Para ver e ler melhor, clique no cartaz


NOTA: "FÉ E RAZÃO: AS ASAS DA LIBERDADE" vai ser o tema da conferência que D. António Francisco, Bispo de Aveiro, vai proferir no próximo dia 10 de Maio, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal, com entrada livre. Esta iniciativa da Comissão Diocesana da Cultura conta com o apoio da Irmandade de Santa Joana e da Câmara Municipal de Aveiro e insere-se nas Festas de Santa Joana e do Município, que têm o seu ponto alto no dia 12 de Maio. A pertinência do tema é indiscutível, numa altura em que tantos se questionam sobre o que é, verdadeiramente, a liberdade e quais os seus limites. No dia 6, pelas 15.30 horas, no mesmo local será inaugurada uma exposição que tem por assunto "LIBERDADE: UM DESAFIO AOS JOVENS".

POBREZA

Comissão quer lançar amplo debate
sobre este problema na sociedade portuguesa


CNJP apela à erradicação da pobreza


“Por um desenvolvimento global e solidário - um compromisso de cidadania” é o tema que dá o mote para a reflexão com que a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) quer envolver toda a sociedade numa ampla discussão sobre a erradicação da pobreza em Portugal e no mundo.
A Conferência Nacional 2007 está marcada para os dias 25 e 26 de Maio, no Colégio São João de Brito, em Lisboa.
Manuela Silva, presidente da CNJP, destaca a escolha do tema “não só pela sua acutilância, mas pelo desejo de fazer desta conferência o passo em frente para a conscientização da erradicação da pobreza”.
Este é um passo que “apenas com uma parceria alargada, com a presença e compromisso das várias entidades, será concretizável”. O espectro de convidados é amplo. Organismos eclesiais da Igreja católica e de outras confissões religiosas, entidades civis, políticas, de Estado, organizações sindicatos e patronais e instituições de solidariedade sem fins lucrativos, “porque manifestamos o desejo de chegar a todos”.
Confirmada está já a presença do Subdirector da Unesco, Pierre Sané, que assume a conferência inicial, na sessão de abertura na Sexta-feira, dia 25. Participam também, nesse dia, Rui Vilar, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, “que focará os aspectos culturais desta problemática” e José Silva Lopes, Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral, “que se vai centrar nos aspectos económicos”.
A CNJP organiza também dois eventos no âmbito da Conferência. A preceder o início dos trabalhos vai decorrer, na tarde de sexta-feira, um fórum de jovens com o manifesto objectivo de “os sensibilizar para esta problemática através de metodologias activas e apropriadas a idades mais jovens”.
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Fonte: Ecclesia

Exposição na Galeria Morgados da Pedricosa

Júlio Pires expõe
"Mensagem... Fernando Pessoa"
“Mensagem… Fernando Pessoa” é o título da exposição de pintura que está patente ao público na Galeria Morgados da Pedricosa, junto ao Museu de Aveiro, da autoria do artista ilhavense Júlio Pires. Esta é uma iniciativa promovida pela AveiroArte – Círculo Experimental dos Artistas Plásticos de Aveiro, em parceria com a Câmara Municipal de Aveiro e com o apoio da “OpArt – Emolduramento e Espaço de Arte”, da Gafanha da Nazaré. Júlio Pires nasceu em Ílhavo, no ano de 1964, tendo desempenhado funções de pintor na fábrica de porcelanas da Vista Alegre. Em 2007, o artista assinala vinte anos de actividade artística. Até ao momento, realizou 29 exposições individuais e participou em 32 exposições colectivas, realizadas em Portugal, Espanha, Estados Unidos da América e Venezuela.

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