segunda-feira, 23 de abril de 2007

DIA MUNDIAL DO LIVRO

Livros, de Van Gogh


TRÊS MILHÕES DE PORTUGUESES JÁ LÊEM


Celebra-se hoje o DIA MUNDIAL DO LIVRO, com uma grande meta à vista: é preciso descobrir mais leitores. Se todos dermos uma ajuda, isso será muito mais fácil.
O PÚBLICO diz, na abordagem que fez ao tema, que em Portugal já somos mais de três milhões de portugueses a ler. Cerca de 37 por cento dos portugueses é um bom número, se tivermos em conta que ainda há poucos anos havia quase dez por cento de analfabetos, sendo a percentagem de analfabetos funcionais, aqueles que lêem mas não conseguem interpretar, com fidelidade, o que lêem, muito mais elevada.
Com estes três milhões de leitores, o panorama melhorou significativamente, mas temos de convir que há ainda um longo percurso a percorrer, para atingirmos os valores dos países da Europa mais evoluídos neste campo. Mas afinal, o que lêem esses portugueses? Não se sabe. O inquérito apenas revela que no mês anterior os leitores garantiram que leram um livro. De qualquer forma, já estamos a evoluir, muito embora todos saibamos que muitos portugueses não têm capacidade económica para adquirirem livros com alguma regularidade.
Penso que a leitura passa muito pela educação, com base na família, na escola, nas comunidades religiosas, nas instituições e até nas livrarias e nas editoras. Importa sensibilizar para a leitura, propondo bons livros, falando de escritores e do que os motiva, visitando livrarias, com jovens, e sugerindo algumas obras. No contacto com os livros, haverá sempre, penso eu, o desejo de o ler.
O que importa é criarmos uma certa empatia entre os futuros leitores e os livros, com muitas histórias de permeio, que acicatem o gosto pela leitura.

domingo, 22 de abril de 2007

Santuário de Schoenstatt: Peregrinação Diocesana


6 de Maio, pelas 14 horas

Santuário de Schoenstatt, em dia de peregrinação. Foto do meu arquivo

“COM MARIA, AO SERVIÇO DA FAMÍLIA”


No próximo dia 6 de Maio, vai realizar-se a Peregrinação Diocesana ao Santuário de Schoenstatt, na Colónia Agrícola da Gafanha. Trata-se de uma iniciativa que começou, há anos, a criar raízes, reunindo católicos um pouco de toda a Diocese de Aveiro, e não só.
Depois do acolhimento, às 14 horas, haverá a oração inicial, a que se seguirá a Festa à Mãe, pelas 15 horas. Depois, às 16.30 horas, será o momento da Bênção do Santíssimo Sacramento.
A Eucaristia, presidida pelo Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, tem hora marcada para as 17 horas.
O lema da peregrinação – COM MARIA, AO SERVIÇO DA FAMÍLIA – vai ser um bom ponto de partida para a reflexão que se impõe, nos tempos que correm, tantos e tão diversificados são os ataques aos valores cristãos da Família.
Pelo que tenho testemunhado, há muita gente que aproveita esta ocasião para desfrutar de toda uma ambiência que convida ao silêncio e à interiorização das graças do Santuário, que se resumem em três princípios fundamentais. Ali experimentam-se as graças do acolhimento, da transformação pessoal e do envio apostólico.





Curiosidades

No futuro
EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS
Portugal produz cinco milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano. E há lá dentro muito plástico. Ora, não é aceitável continuar a encher aterros com lixo que leva séculos a desaparecer (uma garrafa de plástico só é degradada ao fim de 450 anos). Para mais, a queima desse lixo dá origem a enormes emissões de CO2. Daqui a 2015, talvez os sacos de plástico hoje omnipresentes tenham passado à História – ou quase. Um consórcio transeuropeu de universidades, institutos e empresas, reunidos no programa Sustainpack, está a trabalhar para os substituir por embalagens feitas à base de fibras naturais – biodegradáveis. Mas desenvolver materiais capazes de rivalizar com o plástico não é fácil – em particular em termos de impermeabilidade. Por isso, os cientistas estão a trabalhar no que chamam “partículas de nanoargilas”, novos materiais capazes de tornar os futuros materiais de embalagens, feitos a partir de biopolímeros, papel e cartão, mais resistentes e estanques. Para o conseguir, até estão a usar uma substância derivada da carapaça de caranguejo. Desde que as garrafas de leite não comecem a cheirar a marisco, tudo bem…
Ana Gerschenfeld, In PÚBLICO de hoje
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NOTA: Ana Gerschenfel escreve no PÚBLICO, no suplemento 2, sobre ciência e arte, entre outros assuntos, todos os dias. Penso que vale a pena ler o que ela escreve. Pessoalmente, tenho lucrado muito, pois fico a saber curiosidades que, doutro modo, me escapariam.

Citação

“A Europa multicultural e multi-religiosa não pode escapar à crise civilizacional que afecta todas as dimensões da vida em todo o planeta. A título diferente, a política e a religião nasceram para cuidar das boas conexões com a natureza, com a vida, com os outros, com o sobrenatural.”
Frei Bento Domingues,
in PÚBLICO de hoje

Ares da Primavera


FIGUEIRA DA FOZ EM DIA DE SOL
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Num dia de Primavera, mas com muito sol, foi agradável sentir o borbulhar da água refrescante, neste repuxo da Figueira de Foz. Ao lado direito está o edifício da Câmara Municipal. Naquela zona os espaços verdes, bem cuidados, são um desafio a passeios descontraídos, ao jeito de quem sabe usufruir a vida e tudo o que de bom ela nos oferece. Por ali andei há dias. Pouca gente preocupada com o ambiente, talvez porque era dia de trabalho e de compras. De qualquer forma, aqui fica o convite para sairmos de casa e para aproveitarmos o lindo dia que se avizinha.
Bom domingo para todos.

Para recordar


PROFESSORES DA EICA
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Para os mais velhos recordarem, ofereço hoje, graças à gentileza do Ângelo Ribau, uma foto de um grupo de professores da EICA (Escola Industrial e Comercial de Aveiro). A data não a posso precisar, mas os rostos são-me familiares. Recordo alguns que foram meus professores e que muito me marcaram, pela sua competência e capacidade de compreensão.
Da esquerda para a direita, na primeira fila, o segundo é o director, Dr. Amadeu Euripedes Cachim, que era um homem muito generoso e amigo. Ainda identifico os Drs. Damas (Física), Rocha e Cunha (Inglês e Português), Lourenço (Matemática e Física), o professor Madail (Caligrafia, Dactilografia e Estenografia), o padre Oliveira (Religião e Moral e ... Cinema).
Há por aí uma ajuda para identificar os restantes?

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 20

Princesa Joana com seu irmão, D. João II
(2º quartel do século XVIII, Museu de Aveiro

A MORTE DA PRINCESA SANTA JOANA



Caríssima/o:


Sabia-nos bem (oh! Se sabia!) o feriado de 12 de Maio. Pausa muito apreciada nos duros tempos de estudo. Hoje sabemos que é para honrar a memória da Princesa Santa Joana. Nessa época, só muito reconditamente nos chegavam os ecos da procissão que percorria as ruas da Cidade.
Mas o que bem perdurou foi o que vem narrado em «Crónica da Fundação do Mosteiro de Jesus, de Aveiro, e Memorial da Infanta Santa Joana Filha Del Rei Dom Afonso V (Códice Quinhentista)» – Leitura, revisão e prefácio de António Gomes da Rocha Madahil, Aveiro, Edição do Prof. Francisco Ferreira Neves, 1939, na página 173:
«Nom passarey sem dizer hua Cousa tã maravilhosa. E aos que o vyrõ de müy grãde amyracõn e spãto e Cousa de notar. A qual foy que é como fosse no mês de Mayo stãdo todo ho pumar onde esta sancta Senhora tiinha seu solaz e desëfadamento andãdo e stãdo ë elle aos tëpos e oras que lhe vagavã [...] E cõ muita diligëncia ho mãdava Regar e plantar de arvores e ervas, põodo algüas per suas proprias mãos. ...[P]er elle passou e foy levado ho ataude cõ ho Corpo desta santa Senhora, hïindo toda a procissõ cõ elle que já disse, magnifestamente per todos foy vysto todas as arvores e ervas secarã e lhe cayrã todas as folhas, mayormente per debayxo daquellas per que passarõ. E as que darredor stavã, que erã duas Carreyras de grãdes e muitos fremosos marmeleyros que a sobredita Senhora mãdou e per ssy ajudou a põor ~e duas ordëes. E outras de cidreyras. Stãdo tudo muito fremoso e carregados de nova fruyta pera vïir a seu tëpo, tudo foy seco e cahido que mais nõ prestarõ në tornarõ. Em que pareceo e se demostrou tudo se doer e tomar doo por ho fallecimëto desta santa Senhora.»
E que nos surge, em transcrição livre, na página 121 do «Livro de Leitura da 3.ª Classe, do Ensino Primário Elementar», 4.ª edição, 1958:
«Naquele mês de Maio, os jardins e o pomar do mosteiro de Jesus, em Aveiro, estavam floridos e verdejantes como nunca se vira.
Muitas plantas tinham sido dispostas e regadas carinhosamente pelas mãos da princesa Santa Joana, que nesse mosteiro vivia.
O melhor recreio da filha de D. Afonso V era deixar a sua cela e passear com as outras freiras à sombra daquelas árvores e no meio daquelas flores.
Chegara, porém, o fim da Santa Princesa. Todos os sinos das igrejas dobravam a finados, e no mosteiro ia um choro alto, porque ela deixara de viver.
Preparam-lhe o túmulo no coro da igreja e organizam o cortejo funerário desde a cela, passando pelos jardins, para que a vissem pela última vez as plantas que ela estimara tanto.
Deu-se então um caso maravilhoso! À passagem do enterro, começaram a murchar todas as ervas e a desfolhar-se as flores. As folhas e os frutos novos secaram nas árvores e foram caindo tristemente sobre o caixão.
Ninguém pôde conter as lágrimas, ao ver que a própria natureza tomava parte no sentimento que, pela morte da Santa, encheu a corte e o reino de Portugal.»
Quantas coisas belas e encantadoras se encerram nos tesouros que o nosso povo foi acumulando!

Manuel