No futuro
EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS
Portugal produz cinco milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano. E há lá dentro muito plástico. Ora, não é aceitável continuar a encher aterros com lixo que leva séculos a desaparecer (uma garrafa de plástico só é degradada ao fim de 450 anos). Para mais, a queima desse lixo dá origem a enormes emissões de CO2.
Daqui a 2015, talvez os sacos de plástico hoje omnipresentes tenham passado à História – ou quase. Um consórcio transeuropeu de universidades, institutos e empresas, reunidos no programa Sustainpack, está a trabalhar para os substituir por embalagens feitas à base de fibras naturais – biodegradáveis. Mas desenvolver materiais capazes de rivalizar com o plástico não é fácil – em particular em termos de impermeabilidade. Por isso, os cientistas estão a trabalhar no que chamam “partículas de nanoargilas”, novos materiais capazes de tornar os futuros materiais de embalagens, feitos a partir de biopolímeros, papel e cartão, mais resistentes e estanques. Para o conseguir, até estão a usar uma substância derivada da carapaça de caranguejo. Desde que as garrafas de leite não comecem a cheirar a marisco, tudo bem…
Ana Gerschenfeld,
In PÚBLICO de hoje
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NOTA: Ana Gerschenfel escreve no PÚBLICO, no suplemento 2, sobre ciência e arte, entre outros assuntos, todos os dias. Penso que vale a pena ler o que ela escreve. Pessoalmente, tenho lucrado muito, pois fico a saber curiosidades que, doutro modo, me escapariam.