Caríssima/o:
“Passou-se um ano, e os comer-ciantes de Aveiro já se atrevem a trazer e levar produtos à terra dos gafanhos, como dizem. Passado pouco tempo já dizem que vamos à “Gafanha” e assim fica...”
Tudo parece tão simples como isto e é tão fácil escrevê-lo ou afirmá-lo, com toda a naturalidade (ou com todo o fascínio da magia da bruma do tempo ou da imaginação...).
Mas, na realidade, esta palavra “Gafanha” tem feito correr muita tinta...
Há um estudo interessante de Mons. João Gonçalves Gaspar e que, para além da sua opinião, faz um apanhado crítico de tudo o que de válido se tem escrito. Pode encontrar-se no “Boletim Cultural” da Gafanha da Nazaré, n.º 2, 1986, ano 2, pgs. 15 ss. São seis densas páginas onde vai desenrolando as teorias de Padre João Vieira Resende, Pinho Leal, Américo Costa, Dr. Joaquim Tavares da Silveira, prof. Doutor José Leite de Vasconcelos, Padre Manuel Maria Carlos,..
E apresenta um quadro resumo que, com a devida vénia, vou tentar transcrever:
“ETIMOLOGIAS
GADANHA -> GAFANHA DO JUNCO -> GAFANHA
GAFAR (IMPOSTO) -> GAFANHA (LUGAR ONDE SE PAGA)
GAFO -> GAFANHA (LUGAR DE GAFOS)
GAFENHO OU GAFANHO -> GAFANHA (TERRA GAFADA)
GAFANHA (MULHER DE AVEIRO DESTERRADA)
GAFANHO (ANIMAL SALTÃO) -> GAFANHA
GAFANO -> GAFÂNIA -> GAFANHA
GALA + FÂNIA -> GALAFANHA -> GAFANHA”.
Parece que satisfaz várias curiosidades e tendências...
Como todos vemos, a questão é muito simples e quase apetecia dizer como o 'outro':
- É só olhar e escolher!
Então boa escolha!
Manuel