TÊM DE AVANÇAR
Li hoje no PÚBLICO que em Estarreja vai avançar, por iniciativa do PS concelhio, um grupo de trabalho para acompanhar e esclarecer qualquer mulher do município que coloque a hipótese de abortar. O grupo é constituído por um médico, uma advogada e uma enfermeira.
Ora aqui está um exemplo a seguir, como resposta imediata aos resultados do referendo sobre a despenalização do aborto, que o País viveu no passado domingo.
Penso que estes grupos devem mesmo crescer, quer por iniciativa dos Partidos políticos e das instituições existentes, quer das forças vivas locais e das Igrejas, quer do Estado e das próprias pessoas.
E tendo em conta que milhares de portugueses se envolveram, com entusiasmo, na campanha para o referendo, na defesa do SIM e do NÃO, estou em crer que não hão-de faltar grupos de pessoas disponíveis para ajudar as mulheres e mães nas decisões que venham a tomar e na procura de alternativas para o aborto.
Fernando Martins
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO

A DIGNIDADE
DA IMPRENSA REGIONAL
Os jornais regionais são uma espécie de reserva ecológica da imprensa. Com o dom da proximidade, contam à comunidade de perto e de longe um pouco da sua vida e dos eventos mais significativos. Têm mesmo um tom familiar de quem sabe o que diz e conhece as pessoas de quem fala. Dir-se-á que têm os defeitos dos pequenos espaços circulares onde as narrativas da aldeia falam mais de pessoas que de ideias. Ou das ideias de apenas algumas pessoas. Mas quem está atento nota que algo mudou. A tecnolo-gia veio acelerar um processo de construção muito mais moderno. As fontes de informação multiplicaram as suas potenciali-dades, a região ganhou uma soberania e afirmação que desconcerta e interroga os que julgavam que apenas na grande imprensa se fabricam as ideias dum país.
É sabido que a Igreja teve um papel decisivo na criação e desenvolvimento da imprensa regional. Respondeu aos apelos da Igreja universal que foi acompanhando o nascimento e evolução dos media. No nosso país surgiu, na linha da Boa Imprensa, um grupo de jornais diários, semanários e mensais que durante muito tempo constituíram o grande veículo de circulação de ideias e informação nas dioceses e nas aldeias mais longínquas.
O poder político olhou muitas vezes com desconfiança para este vaivém de informações para os da terra e para os emigrados das grandes cidades do estrangeiro. Outras compreendeu essa função de unir uma família dispersa e alimentar uma chama pela terra que, por ser pequena, mais querida era. Foi nesse contexto e compreensão que surgiu o apoio à imprensa regional através do Porte Pago, ou seja, da difusão do próprio jornal. A partir de certa altura, porém (as flutuações do poder) iniciou-se a operação estrangulamento, com o intuito de apoiar os mais fortes e deixar cair os mais pequenos. A ideia parecia generosa, mas pretendia, na prática, favorecer a criação de alternativas a uma imprensa cristã já existente por outra que, com mais apoios oficiais, autárquicos e nacionais, que melhor reflectisse a voz dos donos. E os apoios alternativos então legislados que obrigavam os organismos do Estado a enviar 12 por cento da publicidade institucional para os meios de comunicação regional, ainda não chegaram. Isso mesmo o reconheceu o ministro dos Assuntos Parlamentares em Bragança, na celebração do 67º Aniversário do Mensageiro de Bragança. Por isso já valeu a sessão solene. Vejamos o que se segue.
ESCUTISMO PARA O SÉCULO XXI
Baden-Powell nasceu há 150 anos e deixou uma proposta de educação e formação para jovens: o escutismo, que fundou há 100 anos
É POSSÍVEL CONSTRUIR

UM MUNDO MELHOR
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Secretário-Geral do movimento escutista mundial, Eduardo Missoni, assegura que o Escutismo está preparado para dar respostas às crianças e jovens do século XXI. No centenário do movimento educativo fundado em 1907, por Robert Baden-Powell, são muitos os desafios que se levantam aos seus 28 milhões de membros, entre jovens e adultos, em 155 países de todo o mundo.
Convencidos de que é possível "construir um mundo melhor", os escuteiros assentam a sua força nos "valores que não mudam". Missoni considera que esta é uma "proposta alternativa a quem passa o tempo diante da Televisão, do computador ou com os videojogos".
"Para a sociedade de hoje, os jovens são consumidores e a proposta é sempre algo que pode comprar-se, já pronto", lamentou este médico italiano.
Vários dos componentes da proposta escutista são, assim, vendidos hoje em dia em "pacotes" para os jovens: arte, aventura, divertimento, música, natureza e mesmo compromisso social. O escutismo, contudo, quer ser uma proposta alternativa que se afirma pela diferença, "por ser local e global ao mesmo tempo".
Convencidos de que é possível "construir um mundo melhor", os escuteiros assentam a sua força nos "valores que não mudam". Missoni considera que esta é uma "proposta alternativa a quem passa o tempo diante da Televisão, do computador ou com os videojogos".
"Para a sociedade de hoje, os jovens são consumidores e a proposta é sempre algo que pode comprar-se, já pronto", lamentou este médico italiano.
Vários dos componentes da proposta escutista são, assim, vendidos hoje em dia em "pacotes" para os jovens: arte, aventura, divertimento, música, natureza e mesmo compromisso social. O escutismo, contudo, quer ser uma proposta alternativa que se afirma pela diferença, "por ser local e global ao mesmo tempo".
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Leia mais em ECCLESIA
IMAGENS DE ÍLHAVO
SALA DE VISITAS DE ÍLHAVO
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O jardim localizado no centro da cidade de Ílhavo é, realmente, a sua sala de visitas. Quem vai à terra maruja não pode deixar de lá passar. E se isso acontecer no Verão ou em dia de calor, então as sombras das suas árvores são fundamentais para se sentir um pouco de frescura.
Há dias estive lá uns bons minutos. Por ali cavaqueavam alguns reformados, como é costume. Uns aqui, outros ali, o jardim estava habitado em horas em que a maioria trabalhava. E tanto quanto sei, as conversas teriam por tema o mar. O mar que deu vida a tantos ilhavenses. Mas também a tantos que para sempre nele ficaram sepultados.
O tempo, hoje, com a chuva que teima em continuar, não permite uma visita ao jardim. Mas quando o sol vier para ficar, aconselho-o a passar por lá.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
UM NOVO PÚBLICO

“PÚBLICO” com nova imagem
O jornal “PÚBLICO” renasceu hoje com nova imagem. Era, desde a primeira hora, um jornal de referência, mas nos últimos tempos apresentava-se muito cinzento. Quem o compra desde o primeiro número, como eu, não deixou de sentir, várias vezes, que ele precisava de rejuvenescer, sem perder a sua característica fundamental, de diário com peso na sociedade pensante e arejada.
Como há muito se esperava, hoje tivemos o prazer de o ler com mais curiosidade e com mais atenção. À procura dos novos traços de um grafismo diferente, de novos colunistas, sem perder aqueles que tanto aprecio, e de uma escrita jornalística mais contida e menos cansativa.
Há afinações a fazer, na cor e não só, mas elas não hão-de tardar, para bem de todos os seus leitores. Sem cedências ao pimba, ao bombástico, às notícias de faca e alguidar. Disso já há muito no panorama da nossa comunicação social.
O jornal “PÚBLICO” renasceu hoje com nova imagem. Era, desde a primeira hora, um jornal de referência, mas nos últimos tempos apresentava-se muito cinzento. Quem o compra desde o primeiro número, como eu, não deixou de sentir, várias vezes, que ele precisava de rejuvenescer, sem perder a sua característica fundamental, de diário com peso na sociedade pensante e arejada.
Como há muito se esperava, hoje tivemos o prazer de o ler com mais curiosidade e com mais atenção. À procura dos novos traços de um grafismo diferente, de novos colunistas, sem perder aqueles que tanto aprecio, e de uma escrita jornalística mais contida e menos cansativa.
Há afinações a fazer, na cor e não só, mas elas não hão-de tardar, para bem de todos os seus leitores. Sem cedências ao pimba, ao bombástico, às notícias de faca e alguidar. Disso já há muito no panorama da nossa comunicação social.
IMAGENS DE AVEIRO
CANAL CENTRAL
MERECE SER APRECIADO
Em Aveiro, o Canal Central merece ser apreciado. Com este sol brilhante, por enquanto, então ele tem mais encanto. E nem o sismo que assustou muita gente nos priva das imagens agradáveis que a Ria nos oferece.
Veja que em qualquer canto, à volta de Aveiro e não só, é possível banhar o espírito com estas cores, que são marcas indeléveis das nossas terras.
UM LIVRO DO PADRE VAZ PINTO

É certo que cada um de nós, os crentes, sabe que Deus está connosco e nos acompanha na vida, no respeito absoluto pela nossa liberdade. Mas está, nisso cremos, para nos animar no dia-a-dia das nossas opções e dos desafios que se nos põem, sobretudo nas horas de discernimento.
Quando peguei nesta obra do Padre Vaz Pinto, um conhecido jesuíta pelas inúmeras facetas com que intervém na sociedade, foi com curiosidade que iniciei a leitura. Trata-se de um livro de memórias, rico em referências várias, com projectos do autor e pessoas bem conhecidas com quem se relacionou. Sempre gostei deste tipo de literatura, seja ela de memórias escritas com a emoção de quem as viveu intensamente, seja romance histórico ou outro qualquer género memorialista, onde a vida casa bem com estórias, romanescas ou mesmo reais.
O Padre Vaz Pinto escreve, a meu ver, como fala: fluente, directo, emotivo, culto, verdadeiro. Neste livro, não esquece nada do essencial da sua vida. Os amores que viveu, as lutas que travou para descobrir a sua vocação, os diálogos com Deus e com quem se encontrou ao longo da vida, as amizades que cultivou, os sentimentos que experimentou. Aqui está, especialmente, o amor de Deus, determinante, nas opções que teve de tomar.
Neste livro – A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO –, Vaz Pinto mostra-nos como sentiu a aproximação de Deus na sua juventude, que o levou a entrar nos Jesuítas, como o ajudou a decidir-se pela ordenação sacerdotal. Mais ainda: como Deus se revelou em projectos que o autor criou, dinamizou ou dirigiu, nomeadamente “Leigos para o Desenvolvimento”, “Banco Alimentar contra a Fome” e “Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas”, entre muitos outros, de âmbito diverso.
Nesta leitura que fiz, com proveito, acompanhei o Padre Vaz Pinto nos Exercícios Espirituais, nos estudos na Alemanha, onde se cruzou, de perto, com o então teólogo Ratzinger e com o também famoso karl Rahner, vi-o a conviver com gente jovem e menos jovem, a orientar casais e estudantes, e senti a fé com que aceitou a morte de familiares e amigos.
Este livro, no fundo, revela um Padre que passou por inúmeros acontecimentos, encontros e desencontros, fracassos e sucessos, assumindo que a vida tem de ser vivida com intensidade, profundamente humana e marcada indelevelmente por Deus, razão de ser da sua vida. Da nossa vida.
Fernando Martins
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