domingo, 4 de fevereiro de 2007

A NOSSA GENTE



MULHER DE ÍLHAVO

Aguarela da autoria de Alberto Souza (assinada e datada, 1938, no canto inferior direito). Este retrato de Palmira de Jesus revela-nos a simplicidade dos trajes das peixeiras de Ílhavo, com os seus tradicionais xailes e rodilhas de pano na cabeça.
A tez acastanhada e as feições rudes evidenciam uma mulher de trabalho árduo.
Esta aguarela foi doada ao Museu Marítimo de Ílhavo pelo autor em 10 de Setembro de 1957.
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Fonte: "Viver em"
da Câmara Municipal de Ílhavo

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 9



O CARDO

Caríssimo:

Regressado ao meu cantinho, nem por isso as temperaturas subiram muito; parece mesmo que se tirita mais aqui, pois as nossas casas não estão equipadas com aquecimento central. Temos que tomar certas e outras medidas...
Assim também, um dia, há muitos, muitos anos...
[Certamente, no final da leitura dirás:”Mas que tenho eu a ver com isto? Não me diz respeito...”
Cheio de razão. Terei de pedir a tua compreensão e também que embarques comigo na aventura de descobrires lendas, mitos, símbolos e outras coisitas que vamos encontrando e nos ajudarão a caracterizar as nossas terras e, portanto, as nossas vidas. Como vim da Escócia, trouxe, além de outras, esta que me lembrei partilhar... (E para os que andámos na tropa, faz-nos reviver outras guerras...)]
Então é assim:

Conta-se que nos inícios do século XI, um exército de invasores dinamarqueses pretendia atacar de surpresa Stirling Castle, a antiga residência dos Reis da Escócia. Marchavam de noite e descalços para fazerem o mínimo ruído.
Os Escoceses, dentro do castelo, não faziam ideia de que o inimigo se estava a aproximar.
Abeirando-se do castelo, os Dinamarqueses mergulharam para o fosso a fim de o atravessarem a nado e, silenciosamente, surpreenderem os que estavam no interior. Só que o fosso, em vez de água, estava cheio de cardos... Aos gritos de dor e de desespero, acorreram lestos os Escoceses que se precipitaram sobre os invasores e os puseram em fuga.

Diz-se que então o cardo passou a ser símbolo, emblema da Escócia. É sabido que antes do cardo eram usados a Cruz de Santo André e o Leão. A primeira vez que o cardo foi usado como emblema especial da Escócia foi no tempo do rei Jaime III, no século XV, enquanto que a Cruz de Santo André já era usada há mais de quinhentos anos.
A flor dos Ingleses era a rosa, também uma planta com espinhos. Quando uma princesa inglesa, Margarida de Tudor, casou com o filho de Jaime, foi considerado o casamento do cardo com a rosa.

Nos nossos dias o cardo não é uma planta útil. Só os macacos a comem. Não é mais que uma erva daninha, rústica e cheia de espinhos.
Contudo o cardo tornou-se o símbolo popular da Escócia. Apesar de o Leão ser imponente e orgulhoso e a Cruz ter sido venerada durante longa tradição, o humilde Cardo é algo com o qual se identificam ; para os Escoceses, é a lembrança de que o seu país pode não ser o mais rico e o mais fértil, mas certamente nunca será presa fácil para estranhos.

Bom mês de Fevereiro,

Manuel

sábado, 3 de fevereiro de 2007

PASTORAL DA SAÚDE

Conclusões do II Congresso Nacional
da Pastoral da Saúde



CENTROS DE APOIO À VIDA
DESDE O NASCIMENTO
ATÉ À FASE TERMINAL

Criação em todas as dioceses de centros de apoio à vida e à maternidade e simultaneamente apostar em espaços de apoio a doentes terminais. Estas são duas das principais conclusões que o II Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, que hoje termina em Fátima, propõe.
Duas linhas de força surgiram nos três dias do congresso, nomeadamente a aposta na formação de todos os agentes da pastoral da saúde e um esforço para que todas as dioceses do país estejam organizadas em pastoral da saúde permitindo assim criar em modelos de nova evangelização.
A criação de centros de apoio à vida, a criar em todas as dioceses, pretende ser um espaço onde “possamos ter atenção à mulher grávida, às mulheres com problemas na sua gravidez, ou ao casal que precisa de ajuda”, adianta o Padre Feytor Pinto à Agência ECCLESIA. Isto deve ser assumido com coragem e com simplicidade para “fazer o acompanhamento da vida da criança, antes e depois do nascimento”.
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Leia mais em ECCLESIA

UM ARTIGO DE FRANCISCO SARSFIELD CABRAL NO DN


Debate ético
e leis do aborto


É positivo o actual debate público sobre o aborto. Decerto que, tendo-se realizado outro referendo, com a mesma pergunta, há menos de nove anos, a discussão é um tanto repetitiva - parece já ter sido tudo dito, a favor e contra.
E a abstenção no referendo de 1998 e a prevista para 11 de Fevereiro indiciam, é verdade, que boa parte da população se quer alhear do assunto, algo incomodativo. Também é óbvio que não se trata de um debate académico, sereno e racional.
Ainda assim, é bom que se discuta o aborto, bem como outros problemas que envolvem decisões de consciência e de que as pessoas não gostam geralmente de falar. O facto de estes casos implicarem uma decisão ética pessoal, até íntima, não é contraditório com a conveniência do seu debate público. Por três motivos.
Primeiro, porque a ética é importante. E sem debate aberto das questões acaba por se considerar "normal" e justo aquilo que a maioria das pessoas faz, independentemente de quaisquer justificações morais. Na prática tudo passa, então, a ser aceitável, desde que haja muitos a fazê-lo.
Ora, se a ética é afastada numa sociedade amoral, porque não, então, legalizar a poligamia (e também a poliandria, para ser politicamente correcto), onde ela ocorra com alguma frequência? Na Holanda foi recentemente tentada a criação de um partido pedófilo...
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GRANDES AVEIRENSES



HOMEM CRISTO

Homem Cristo, jornalista e pedagogo, político e cidadão, panfletário e polemista, representou, pela sua tenacidade e espírito aguerrido, coragem e exemplo, todo o Povo de Aveiro. Lutando incansavelmente pela liberdade, pela justiça, pela educação e pela verdade, deixou-nos um óptimo testemunho de vida. Defensor de causas, batia-se com coragem em sua defesa, quando sentia que eram importantes para as pessoas e instituições, mesmo que directamente não lhe dissessem respeito.

FAINA MAIOR


UM LIVRO DE ALAN VILLIERS:




“A CAMPANHA DO ARGUS”


“A CAMPANHA DO ARGUS”, no dizer do "PÚBLICO", “É um livro fascinante… de horizontes largos, de pescarias embriagantes”. Lê-se, tal qual, na capa desta obra que fez história, recentemente reeditada pela “cavalo de ferro”, com o apoio, penso que fundamental, da Câmara de Ílhavo e do Museu Marítimo de Ílhavo, num esforço digno de louvor. Digno de louvor porque ali está bem retratada a “Faina Maior” da nossa gente.
Li-o há décadas, quando a obra foi lançada. Fazia parte da biblioteca de uma escola por onde passei. Esta e uma outra, a que já fiz referência, “Nos mares do fim do mundo”, de Bernardo Santareno. Nunca mais esqueci estes livros, ou não fosse o meu pai um pescador do bacalhau, desde menino, com apenas 14 anos, e mais tarde contra-mestre do “Santo André”, que agora é navio-museu, com muito mérito. Nunca mais saíram da minha memória e foi com muito prazer que os reli agora, tantos anos depois.
Claro que não vou hoje, com este curto escrito, debruçar-me sobre “A CAMPANHA DO ARGUS”, pois pretendo tão-só chamar a atenção dos meus conterrâneos para a importância e oportunidade da sua leitura, num bom fim-de-semana, para ficarem a conhecer um pouco da vida dura dos nossos antepassados bem próximos.
À laia de quem pretende sensibilizar alguém, sempre digo que esta edição tem como mais-valia um bom estudo de introdução de Álvaro Garrido, director do Museu de Ílhavo e historiador, que muito ajuda a compreender o porquê do convite que o Governo de Salazar fez a Alan Villiers, para que escrevesse este livro, um clássico da história da pesca do bacalhau à linha. Aliás, Álvaro Garrido sublinha com a autoridade que lhe vem da sua qualidade de historiador destes temas e de docente da Universidade de Coimbra, que “A Campanha do Argus, de Alan Villiers, é um clássico da literatura marítima mundial. 

Numa escrita límpida e envolvente, este oficial da Armada australiana, presença assídua nas páginas do National Geographic Magazine do segundo pós-guerra como repórter das ‘coisas do mar’, escreveu uma narrativa de viagem de um dos mais belos veleiros da frota bacalhoeira portuguesa, o Argus”.
Um livro a não perder, sobretudo pelos ílhavos, e não só.

Fernando Martins

GOSTEI DE LER


ELEJA A SUA CAUSA
PREFERIDA E DÊ



Nem todos têm de dar a mesma coisa,
mas todos temos alguma coisa para dar.
Eleja a sua causa preferida e dê.
O seu tempo,
o seu dinheiro,
o seu esforço,
a sua companhia.
Tem muito por onde espalhar
a sua boa-vontade voluntária.
Não se deixe afundar
na rotina do Inverno:
“acorde”
convidando alguém para aprender
qualquer coisa que nunca fizeram:
patinar,
ter uma aula de equitação,
fazer surf,
fazer um curso de cozinha japonesa,
aprender russo…
Nunca mais tenha um minuto
de aborrecimento nesta vida!


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In Agenda ’07 do EXPRESSO