segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

DEBATES

JORNALISTAS IMPARCIAIS
FAZEM FALTA
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Sempre gostei de assistir a debates. Neles, podemos aprender muitas coisas, já que, por força de ouvirmos opiniões diversas, está ao nosso alcance tirar conclusões sobre os assuntos em questão.
Não tolero, no entanto, moderadores que aproveitam a circunstância para emitirem opinião, quando isso deve competir aos convidados que são, ou é suposto serem, especialistas nas matérias em causa.
Nas televisões e nas rádios, porém, há muito o hábito de alguns jornalistas, em nome das suas ideias, legítimas, manifestarem o que pensam sobre o tema, fugindo ao elementar dever de pôr questões, de forma imparcial.
Só para dar um exemplo, no "Prós e Contras", na RTP, Fátima Campos Ferreira, por sinal uma boa profissional, não se cansou de condenar o pai biológico de uma criança que estava ao cuidado de um casal. O caso é conhecido, porque o pai de coração, da criança, como agora se diz, está preso, por fugir, sistematicamente, ao cumprimento da lei.
Como jornalista, não tinha que dar opiniões, porque era sua obrigação, unicamente, lançar questões que ajudassem os telespectadores a tirar conclusões ou a alinharem ideias. Para Fátima Campos Ferreira, como várias vezes deu a entender, o pai biológico não passava de um traste que merecia a condenação de todos. Não pode ser assim.
Fernando Martins

MISSIONÁRIOS LEIGOS

TODOS PODEMOS
COOPERAR
COM OS MISSIONÁRIOS
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Sempre admirei os missionários, os que se dão aos outros, longe das suas comodidades. Deixam familiares e amigos e partem para terras onde falta quase tudo. Deixam as suas profissões e gostos pessoais, para cooperarem na promoção de povos que sobrevivem privados do essencial para uma vida digna do nosso tempo. E fazem-no porque interiorizaram o sentido da missionação, em nome da fé que os anima.
Ontem, na SIC, vi uma reportagem sobre os missionários leigos: Jesuítas, da Consolata e dos Leigos para o Desenvolvimento. Foi muito agradável ver e meditar sobre estes leigos que partem, mesmo sabendo os perigos que correm.
Todos recordaram uma missionária leiga que, em Moçambique, foi assassinada por ladrões, em plena Missão Católica. Mas todos disseram que nem isso os fazia desistir da ida para aquela ex-colónia portuguesa, na certeza que tinham de que, no fim de contas, seria muito mais o que iriam receber do que aquilo que podiam dar a pessoas que viviam em extrema pobreza.
Eu penso que nem todos teremos vocação para assumir compromissos destes. Mas sei, tenho a certeza, que todos, se quisermos, podemos cooperar com estes Missionários Leigos e com os Padres imbuídos do mesmo espírito. O nosso contributo pode ser entregue nos Secretariados de Acção e Animação Missionária, que existem em todas as Dioceses.
Fernando Martins

domingo, 28 de janeiro de 2007

UM POEMA DE FLORBELA ESPANCA

Tarde no mar
A tarde é de oiro rútilo: esbraseia. O horizonte: um cacto purpurino. E a vaga esbelta que palpita e ondeia, Com uma frágil graça de menino, Pousa o manto de arminho na areia E lá vai, e lá segue o seu destino! E o sol, nas casas brancas que incendeia, Desenha mãos sangrentas de assassino! Que linda tarde aberta sobre o mar! Vai deitando do céu molhos de rosas Que Apolo se entretém a desfolhar... E, sobre mim, em gestos palpitantes, As tuas mãos morenas, milagrosas, São as asas do sol, agonizantes...
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Uma proposta do leitor
José Lima Simões

DEBATE NA RR

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O MUNDO VISTO
A TRÊS DIMENSÕES
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D. José Policarpo, Jorge Sampaio e Pinto Balsemão falaram da globalização, da Europa e do choque de culturas, num novo programa da Rádio Renascensa - O MUNDO VISTO A TRÊS DIMENSÕES. O tema, importante para a compreensão do mundo em que vivemos, foi oportuno e é um bom incentivo para uma boa reflexão neste domingo.
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Leia um resumo em RR

ABORTO - 16

Um artigo de Rui Machete, no DN
O VOTO SOBRE O ABORTO
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Nos bons velhos tempos dos finais do século XIX, quando a sociologia incipiente dava os seus primeiros passos e em Portugal o romantismo popular ainda não se tinha apagado, dizia-se, a propósito dos comportamentos desviantes das mulheres que abortavam ou que abandonavam os recém-nascidos, que a infeliz era vítima da sociedade. Remetia-se assim a culpa para um ente colectivo vago, a que todos pertenciam, sem que a ninguém individualmente pudesse ser imputada a responsabilidade pelo acto, ao mesmo tempo que se desculpabilizava o agente. Hoje, em que a consciência da liberdade e a autonomia individuais se afirmaram muito mais - pelo menos em termos de dever ser -, já não é credível essa remissão. Mas continua a ser verdade que a ambiência social e económica em que a pessoa se move cria condicionalismos e constrangimentos de vária ordem com impacto nas decisões individuais. Só que é possível fazer uma análise cada vez mais fina das diversas situações.
Vêm estas considerações a propósito do aborto, matéria delicada e controversa, por a opinião que sobre ela se emita concretizar concepções de vida e opções filosóficas próprias de cada um, às vezes sem plena consciência dos seus contornos exactos e das exigências da sua coerência interna.
Tudo isso tem vindo a ser evidenciado, como é sabido, a propósito do debate sobre esta infeliz ideia de voltar a fazer um referendo sobre o aborto. As questões complexas são sempre mal resolvidas através de decisões simplistas de sim ou não, a não ser que se reconduzam apenas à praxis, a decisões políticas a resolver pelo voto.
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Leia mais no DN

UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

Contingência e abortamento
Uma vez, uma aluna levantou, num "trabalho", esta pergunta: "Onde estão todos aqueles que poderiam ter sido e não são?" Talvez uma daquelas perguntas inúteis, aparentemente preguiçosas, mas que não deixam de obrigar a pensar.
Afinal, se A, em vez de ter casado com B, tivesse casado com C, não existiriam aqueles filhos que há, mas outros. O encontro de dois seres humanos em ordem à paternidade e maternidade está dependente de tantas variáveis que a possibilidade do aparecimento de um ser humano concreto (este homem ou esta mulher) é tendencialmente nula. Porque a realidade desses dois seres humanos também não estava predeterminada: aconteceu, mas podia não ter acontecido. Mesmo no acto de geração de cada ser humano, há milhões de possibilidades e geralmente só uma se concretiza: há um espermatozóide que corre mais...
É quando pensamos nestes cruzamentos que de facto aconteceram, mas que pura e simplesmente podiam não se ter dado, que tomamos consciência da nossa radical contingência. Da nossa e da da História. Porque se A não tivesse existido, também B não teria podido existir. E, sem B, não existiria C nem D nem E. Faltando E, faltariam F, H, I, J. Estenda-se esta contingência até ao começo do aparecimento dos homens e das mulheres e às possibilidades de encontros e desencontros, multiplicadas indefinidamente, e ver-se-á como se é confrontado com a estupefacção de uma História que narramos como se estivesse pré-escrita algures, mas que poderia ser completamente outra, individual, colectiva e mundialmente.
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Leia mais em DN

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 8

FIGURAS DO MEU PRESÉPIO
Caríssimo/a: Ao longo do ano vou juntando figuras que aproveito para o meu Presépio. Terminada que está a nossa visita à Escócia, vou fazer essa escolha que curiosamente nos vai oferecer casais que se cruzaram connosco. 1. Assim, será o Casal Marlene e William (Bill, para familiares e amigos) a enriquecer a nossa galeria. E perguntareis:”Mas que tem de especial ou que fizeram de tão importante?” É o casal dito normal: com as suas coisas boas e outras menos bem conseguidas; seremos tentados a notar apenas as últimas (as suas arrelias e discussões, a sua dificuldade em ver “Oh my glasses!”, a sua propensão para adular os netos (qual de nós o não faz?), o seu tipicismo escocês, enfim, tudo aquilo que os fará passar por um casal entre muitos outros sem que ninguém repare neles). Porém, não é de todos que se recebe um filho e eles tiveram a capacidade de o fazer e ainda mais a uma família estrangeira. (Claro que também receberam a troca.) Só por isso ali teriam o seu lugar. Mas eles festejaram, a 26 do corrente, 50 anos de Matrimónio, Bodas de Ouro. E agora, pergunto eu, que mais razões para justificar? O lugar reservado será no jardim da Casa Amarela; ali ficarão bem e poderão continuar a cuidar das plantas e, quando oportuno, sair e dar o seu passeio (Go for a Walk!) e regressar com novas flores. God bless you! 2. Se o celebrar as Bodas de Ouro me leva a curvar respeitosamente e reservar um lugar no meu Presépio, que voltas dar a um Casal que ultrapassou os 80 anos de casados? Escocês também e que a BBC apresentou numa entrevista realizada em sua casa. Ela falava, falava, toda ela era movimento, cor, vida! Os seus olhos aspergiam gotas de felicidade. Ele, sentado, acenava com o corpo e a cabeça. Felizes? Casados há quantos anos? E ela explicava com o verbo, com as mãos…Até que se voltou para o marido: Anda, diz-lhes o segredo da nossa felicidade! Ele falou suavemente, segredou: Oh! I always says: Yes, Darling! Yes, Darling! Ficam bem, além, onde o Céu (um pé…) toca a Terra (e aqui o outro!…) 3. Pois é, as malas já estavam preparadas e surge-me o imprevisto: novo casal a quem me obrigo a reservar um lugar – e este muito especial. Sabereis porquê. O Matthew, Pastor da Igreja Baptista, é casado com a Anne. Tem três filhas. Nem é nada de espantar. Só que, apesar de tudo o que os caracteriza (empenho, dedicação, trabalho, capacidade de acolher e de liderar, humanidade, sorriso sempre aberto e franco, …), estão confrontados com uma pesada Cruz. Ficarão bem naquele cantinho dentro da Gruta junto a S. José, a receber a LUZ vinda do postigo. (Vejam só o Menino a escangalhar-se de riso por ver pela primeira vez um Pastor Protestante no Presépio e logo na Gruta!…) Ali os contemplaremos, sempre e de imediato, e logo seremos confrontados com aquela passagem da Bíblia em que é dito a S. Pedro: Outros te cingirão os rins! Pediremos licença aos Anciãos dessa Igreja e, se nos for permitido, ajudá-los-emos a - dar graças a Deus por todos os Sacerdotes que suscita para a IGREJA DE CRISTO; - pedir ao Espírito Santo que os assista e lhes permita acompanhar S. Paulo que quando “sou fraco, então é que sou forte”. Manuel

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