JORNALISTAS IMPARCIAIS
FAZEM FALTA
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Sempre gostei de assistir a debates. Neles, podemos aprender muitas coisas, já que, por força de ouvirmos opiniões diversas, está ao nosso alcance tirar conclusões sobre os assuntos em questão.
Não tolero, no entanto, moderadores que aproveitam a circunstância para emitirem opinião, quando isso deve competir aos convidados que são, ou é suposto serem, especialistas nas matérias em causa.
Nas televisões e nas rádios, porém, há muito o hábito de alguns jornalistas, em nome das suas ideias, legítimas, manifestarem o que pensam sobre o tema, fugindo ao elementar dever de pôr questões, de forma imparcial.
Só para dar um exemplo, no "Prós e Contras", na RTP, Fátima Campos Ferreira, por sinal uma boa profissional, não se cansou de condenar o pai biológico de uma criança que estava ao cuidado de um casal. O caso é conhecido, porque o pai de coração, da criança, como agora se diz, está preso, por fugir, sistematicamente, ao cumprimento da lei.
Como jornalista, não tinha que dar opiniões, porque era sua obrigação, unicamente, lançar questões que ajudassem os telespectadores a tirar conclusões ou a alinharem ideias. Para Fátima Campos Ferreira, como várias vezes deu a entender, o pai biológico não passava de um traste que merecia a condenação de todos. Não pode ser assim.
Fernando Martins