domingo, 31 de dezembro de 2006

GOTAS DO ARCO-ÍRIS - 46

QUE NOVAS CORES
NOS TRAZ S. SILVESTRE?
Caríssimo/a: E vamos para a noite última do ano, a noite de S. Silvestre. Traz-nos gratas recordações da nossa juventude e das brincadeiras que organizávamos (a reunião começou a ser na barbearia do Hortêncio e de lá se partia...) e levávamos a efeito durante essa noite. Também nos regozijávamos com as vitória dos nossos atletas nas corridas de S. Silvestre. Quer dizer, S. Silvestre há-de ser... Vamos buscar os livros: “Silvestre I foi Papa de Janeiro de 314 a 31 de dezembro de 335, durante o reinado do imperador romano Constantino I, que instaurou o cristianismo como religião do Estado. A sua autoridade foi eclipsada pela de Constantino, e não assistiu ao sínodo de Arles (314) nem ao Concílio de Niceia (325), convocados pelo imperador. Não obstante foi durante o seu pontificado que a autoridade da Igreja foi estabelecida e se construíram os primeiros monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e as primitivas basílicas de Roma (São João de Latrão e São Pedro), bem como das igrejas dos Santos Apóstolos e de Santa Sofia em Constantinopla. Atribui-se em geral a conversão de Constantino a uma visão que terá tido antes da batalha da ponte de Milvius (312). Mas a tradição medieval, deu-nos outra interpretação : o imperador teria lepra incurável, e logo que Silvestre o baptizou por imersão numa piscina ficou imediatamente curado. Esta versão não tem fundamento, pois sabe-se que Constantino foi baptizado por Eusébio, bispo de Nicodemia. Silvestre I foi um dos primeiros santos canonizados sem ter sofrido o martírio. Festa em 31 de Dezembro.” Pronto, aqui fica a minha brincadeira deste ano que foi dar-vos a conhecer um Santo que durante anos e anos foi o protector dos nossos risos e das nossas malandrices. Certo é que talvez fosse o seu manto protector que nos levou sempre a brincar procurando o bem e afastava de nós as autoridades que nos buscavam nos momentos em que se viam ludibriadas. Mas, ... cala-te boca. Manuel

UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

Ano Velho, Ano Novo
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Ainda hoje, há zonas do mundo onde, na noite de passagem de ano, o que é velho ou considerado desnecessário e gasto é atirado pela janela, de tal modo que algumas ruas de grandes cidades ficam mesmo intransitáveis. Nesta noite, há festejos estrondosos, euforias e loucuras, e as sociedades permitem excessos no comer, no beber e até de ordem sexual. De algum modo, é como se tudo voltasse ao caos originário para que se refaça o cosmos. Como aconteceu no princípio. "Naquele tempo" - in illo tempore, o tempo das origens, o tempo sem tempo, o tempo mítico fundacional -, os deuses organizaram o caos, que se tornou cosmos e mundo (não é de cosmos que vem cosmética e a mundo não se contrapõe imundo?).
A noite de passagem de ano ritualiza, actualizando, o mito das origens. As sociedades precisam de dar lugar à expansão das forças caóticas, para que, em seguida, tudo regresse à ordem.
É o mito da renovação e, de algum modo, do eterno retorno: tudo vai e tudo volta.
Mas, na passagem do Ano Velho para o Ano Novo, há uma outra experiência funda e dramática. É por esta altura - Natal e Ano Novo - que de maneira especial nos lembramos dos familiares e dos amigos, e a família junta-se e, pelo menos, há um contacto telefónico, um postal de Boas-Festas, um SMS...
Mas, todos os anos, quando folheamos a agenda dos nomes, somos, de repente, confrontados com a falta deste e daquele, desta e daquela. Afinal, no ano passado, ainda cá estavam e agora já cá não estão. E alguns - os amigos - a falta que nos fazem! É como se - quem o disse de forma inultrapassável foi Santo Agostinho, ao escrever, nas Confissões, sobre o amigo que partira - uma parte de nós estivesse morta. Também morremos com eles. Sem eles, como a vida se empobreceu!
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Leia mais em DN

sábado, 30 de dezembro de 2006

PENA DE MORTE

PORTUGAL FOI O PRIMEIRO
PAÍS DA EUROPA
A ABOLIR A PENA DE MORTE
"Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos"
: Victor Hugo, 1876,
a propósito da abolição
da pena de morte em Portugal

CRIME POR CRIME

SADDAM FOI ENFORCADO
Como estava previsto, Saddam foi enforcado esta madrugada. Em nome da lei. Com leis como esta, em que crimes são pagos com outros crimes, à sombra de opções humanas, temos de reconhecer que a nossa civilização ainda tem muito que andar, para atingir um grau em que os homens e mulheres sejam dignificados. O homem, olhado no sentido lato, ainda está longe de respeitar a vida, em toda a sua plenitude. Não é com a morte, seja de quem for, que o ser humano cresce e honra a dignidade de filho do Criador. Não está em causa o criminoso que Saddam foi. Não está em causa a onda de crimes hediondos que perpetrou, com os genocídios que protagonizou. Não está em causa o terror que alimentou. Nada disso. Ele merecia ser castigado. Ele merecia ser retirado do seio dos homens e mulheres amantes da paz. Mas nunca pela pena de morte. Que as mortes, como as vidas, para um crente, são apenas da vontade de Deus. Eu penso que os castigos são legítimos para quem transgride as leis que regulam as relações entre as pessoas ou entre estas e a sociedade. Mas defendo que esses castigos devem preservar sempre a vida.
Saddam, que nunca manifestou arrependimento pelos crimes que cometeu, podia, mais tarde ou mais cedo, na prisão, tomar consciência dos males que causou a tanta gente, e partir daí para tomar atitudes que o dignificassem. Afinal, a justiça pôs termo a um eventual processo de arrependimento de um homem que deixou na história marcas horríveis de tirania, de frieza de sentimentos, de brutalidade contra gente indefesa. Mal vai a sociedade que, em pleno século XXI, não consegue abdicar da pena de morte. Fernando Martins

IMAGENS DE AVEIRO

Aveiro: Canal Central
VER A CIDADE
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Apetece-me sugerir hoje aos meus leitores que registem imagens da cidade. Uma simples compacta digital, como a que uso, permite guardar recordações do que vimos e gostámos. E do que gostamos.
Aveiro, com os seus espelhos de água, favorece as imagens. Quem há por aí que não fique extasiado com fotos como tantas que ponho no meu blogue? E não é legítimo pensar que as boas fotografias só estão ao alcance dos fotógrafos profissionais... Qualquer pessoa, com um mínimo de sensibilidade, poderá tirar fotografias... para mais tarde recordar.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

UM ARTIGO DE PACHECO PEREIRA

UM INTELECTUAL ORGÂNICO EUROPEU:
JOSEPH RATZINGER
(BENTO XVI)
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Olhando para 2006 com os olhos do fim do ano, pequena convenção do tempo, há uma figura intelectual que emerge da Europa, onde hoje elas não abundam: Joseph Ratzinger, o actual Papa Bento XVI. Não é tanto o Papa que me interessa em primeiro lugar, nem são motivos religiosos que me levam a destacar Ratzinger, mas sim o seu papel como intelectual na feitura da Europa como nós a conhecemos e do "Ocidente" como nós já não o conhecemos. Este tipo de aproximação a Ratzinger é provavelmente uma das que mais lhe desagradará, após uma vida a combater uma visão que considerará relativista e positivista e que acaba inevitavelmente por minimizar, na sua análise, o homem de fé que o padre, bispo, cardeal e agora Papa é sem dúvida. Ele próprio resumiu algumas das suas recusas em tomar determinadas posições com a afirmação definitiva: "Se o fizesse, não seria capaz de afirmar o Credo." Neste sítio, onde eu paro, começa Ratzinger.
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Leia mais em ABRUPTO

IMAGENS DE AVEIRO

PAINÉIS CERÂMICOS
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A vida vai obrigando toda a gente a correr. Isso mesmo verifico quando vou sem pressas a Aveiro. Que, é verdade, muitas vezes também lá vou a correr.
Mas quando vou sem ter que olhar para o relógio, é certo e sabido que sei e gosto de contemplar o belo que há em cada canto. Os panéis cerâmicos, que ornamentam alguns recantos outrora frios, sem expressão, são agora excelentes motivos para um visita à capital do Distrito.
Se puder, vá por lá um dia deste e confirme que eu tenho razão. A arte de artistas aveirenses de renome merece a nossa atenção.

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