quarta-feira, 15 de novembro de 2006

PASTORAL DA CULTURA

PASTORAL DA CULTURA
COM NOVO “PORTAL”
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O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) lançou, há dias, um novo “Portal”, com morada certa em www.snpcultura.org, tendo por finalidade promover o diálogo com a cultura e com os agentes culturais. Pretende fazer, no fundo, uma leitura cristã dos acontecimentos mais marcantes no campo das expressões artísticas, mas também das ciências. O SNPC é um organismo da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, comissão esta liderada por D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa. O SNPC está sob a responsabilidade do padre, docente universitário e poeta José Tolentino Mendonça. A partir de agora, quem estiver interessado em saber algo mais sobre a cultura, numa visão da Igreja Católica, pode consultar este “portal”, que está em permanente actualização, através de textos diversos, tendo em vista levar cada um de nós a reflectir e a experimentar o diálogo com a cultura, sob os mais diversos ângulos. Várias rubricas, logo a abrir, são um desafio à nossa ânsia de saber mais, num mundo marcado por um certo indiferentismo, ao nível da cultura religiosa. O meu convite aqui fica, pois. F.M.

PARA QUEM ESTUDA

NO CUFC, nos dias 22 e 29 de Novembro
OFICINA
"SABER ESTUDAR"
Por vezes, há iniciativas interessantes, como a que me chegou às mãos – OFICINA "SABER ESTUDAR". É uma organização do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) e destina-se a alunos do Ensino Superior. A orientação fica a cargo do Prof. Luís Sancho, docente da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro e dirigente do CNE (Corpo Nacional de Escutas). Os objectivos apontam para verdades indesmentíveis: é sempre possível estudar melhor… pois estudar bem é uma arte!... É possível gerir melhor o tempo e encontrar o melhor método de estudar… Por isso, é lançado um desafio aos universitários: venham ampliar as muitas capacidades que todos têm, no sentido de descobrirem novas formas de estudar, através da organização do tempo e da procura de outras técnicas. A acção decorre na CUFC, nos dias 22 e 29 de Novembro, das 15 às 17 horas. As inscrições poderão ser feitas no CUFC, junto à Universidade de Aveiro.

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO

QUANDO OS JOVENS
ENVELHECEM
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Mesmo que nos horizontes económicos se acendam ténues lampejos de esperança, apercebemo-nos que o cidadão comum continua a sentir o seu dia-a-dia mais caro e sacrificado. Os discursos de estímulo podem ter algum efeito no investimento, na criação de novas empresas, na aceitação de algumas medidas de risco, na confiança com que se inventam novas formas de sobreviver. Os pobres vão rodando nas escalas, mas são quase sempre os mesmos, nas pequenas culturas e trabalhos de sobrevivência, nas inúmeras faltas do essencial dentro dos novos conceitos de alimentação, saúde, casa, trabalho, educação, etc. Todos sabemos que emergiram novas pobrezas. Muitas, próximas de carências afectivas, dependências, isolamentos, marginalizações, ou simplesmente a recusa de se deixar encaixar numa sociedade que cerca o cidadão de servidões e vassalagens para poder triunfar. A Caritas de Espanha acaba de revelar que, no último ano, se alterou, na Europa, o perfil dos sem-abrigo. Grande parte deles é constituída por jovens, que sofrem agressões cada vez mais frequentes. Os jovens sempre inventaram margens na evolução das sociedades. Com muitas contestações, cantares, ritmos e gritos. Tudo isso existirá mas com alguns problemas agravados pelas alterações no acesso ao ensino, com a desvalorização social dos cursos, com os mestrados no desemprego, com o desentendimento familiar que leva muitos a fugir para o deserto da noite e para as celas do vão de escada. Numa sociedade envelhecida como a nossa, parece que os idosos teriam fechadas todas as oportunidades e que todas pertenceriam aos jovens. Mas não é assim. Eles próprios envelhecem mais cedo. Basta ver a sequência de adolescentes e jovens que entram nas televisões a vender a frescura da sua vida e, num pequeno intervalo de séries, passam a fazer de adultos com os rostos marcados pelo desgaste que nenhuma maquilhagem consegue disfarçar, num anúncio precoce de envelhecimento. Importa, todavia acentuar outros quadros: que eles próprios descrevem: “há entre nós uma rede multiforme de vidas ao serviço da vida… queremos uma cultura da vida nas relações familiares, na vida associativa, no compromisso social, no empenhamento profissional, na aceitação positiva do diferente, no diálogo de gerações, na generosidade de gestos de partilha de bens e serviços”. O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil foi uma oportunidade de muitos jovens reverem o seu próprio rosto… rejuvenescido.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

UM ARTIGO DE ALEXANDRE CRUZ

Os tempos e lugares
do essencial
1. Atravessa a forma de pensar do mundo contemporâneo ocidental uma ideia de que tudo tem de ser muito prático, directo, de que de tudo tem que se tirar um lucro, um proveito, um benefício. No fundo sempre assim foi e será no realismo da condição humana. Mas se é natural o carácter prático (da realidade) das coisas que estão sempre aí, todavia, mal vai quando nesse benefício não se vê mais que o interesse pragmático próprio em desvalor do bem comunitário. Perder-se a noção do bem comum, pelo apressar e concorrência muitas vezes feroz da vida social, será caminhar para uma progressiva pobreza de horizontes de vida e de felicidade (que tanto de procura), deitando a perder o próprio futuro. Não existam dúvidas, quanto mais progredir o sentido prático que acentua exclusivamente os (contra) valores do interesse próprio mais a sociedade cristalizará nas suas noções de cooperação e mais um espírito agreste de menor sensibilidade ética vai fazendo o seu caminho para a menoridade. Há, naturalmente, um espírito prático que na vivência da responsabilidade diária faz parte do caminho no procurar fazer bem e da melhor forma possível tudo o que se faz. Isto é muito positivo na óptica de ser-se profissional (fazer bem) naquilo que compete; mas outra coisa bem diferente e menos feliz será assumir uma “mente pragmática” e, a certa altura, não ser capaz de, com flexibilidade de espírito, ver bem mais longe que a “vírgula ou a fórmula” que bloqueia a mente. Como proporcionar um crescimento para a abertura de horizontes que saibam apurar finalidades acima do prático diário? 2. A questão anterior, mais premente que nunca (pelo fechar de muitas mentalidades a novas dimensões de vida e ao encontro com o “outro” diferente), pode obter resposta muito positiva nas correntes de solidariedade e entreajuda que, de forma espontânea e criativa vão proliferando. Fala-se hoje muito, entre nós, da renovação dos sistemas sociais, institucionais, religiosos e políticos, e mais ainda na renovação urgente dos sindicatos; verifica-se, em contraposição com essas instituições que vivem “do e no passado”, cada vez mais como a simplicidade e acessibilidade de processos e de comunicação é sucesso visível, que se poderá espelhar (entre tantos outros exemplos) na mundialização do microcrédito e nos móveis IKEA, e em muitos outros sectores; processos simples, acessíveis, pessoais, que souberam superar a complexidade fixista dos sistemas clássicos. Todas as correntes de solidariedade, hoje global, traduzida numa rede de milhares de ONG’D (Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento), imbuídas de um espírito prático mas ético, são assim sinal de um novo essencial encontrado como resposta aos desafios reais da própria Humanidade. As energias, os tempos e os lugares onde estas ONG’D actuam semeando dignidade humana e esperança, representarão hoje uma corrente de liberdade sem fronteiras e sem “registo de propriedade”. 3. Diz-nos esta nova realidade “livre”, sem tutela de registo político, filosófico ou religioso e ao mesmo tempo num espírito inclusivo de todas as visões de mundo no que elas têm de dignificante, que estamos diante de um novo essencial. Sendo certo que importará reflectir, dar tempo e lugar, interiorização no entendimento dos “porquês” da ética, fazendo caminho de aperfeiçoamento e profundidade das razões, muitas vezes surpreende-nos a pequenez de espírito de alguns sistemas religiosos que, tão codificados e donos da “propriedade solidária”, menorizam o que o outro faz de bem, apelidando-o de “mera filantropia”. Será que como todas as “filantropias”, em partilha e sua reflexão, não estaremos mais perto da personalização do absoluto? A verdade é que os tempos e lugares do mundo global presente não coabitarão com as mentes fechadas mas serão de espíritos abertos na urgência de novas sínteses de proximidade humana pois estamos num tempo totalmente novo. Também é certo que dos primeiros passos será assumir um continuado espírito de renovação e inclusão, e tal abertura de mentalidade, mesmo na era da especialização globalizada, só se atinge mais plenamente com o necessário “momento” de discernimento e reflexão sobre “qual é o “essencial” no meio de tantos acessórios(?)”. Sendo a “reflexão” algo invisível ao olho clínico, todavia ela precisa de nós, do nosso tempo e lugar para irmos apurando a qualidade do ideal que buscamos e não nos perdermos nas coisas (só) práticas. Tal como a felicidade não é um presente que se compre assim também o idealizar da vida e da sociedade que se quer (ou não se quer) não poderá depender (só) da prática do orçamento. Que seria de um país com o slogan do défice equilibrado mas com uma multidão desmotivada, desempregada e, mesmo lutando e trabalhando, sem lugar para sobreviver? Nem tudo podem ser números ou coisas práticas, e a noção de “sustentabilidade” implicará mais horizontes de caminho com as pessoas (estas sim, são a realidade prática).

PADRES CASADOS?

CELIBATO SACERDOTAL
EM DISCUSSÃO
POR INICIATIVA DO PAPA
Pouco depois de ter nomeado um novo prefeito para a Congregação do Clero, (Cardeal Cláudio Hummes), Bento XVI convocou os seus mais directos colaboradores da Cúria Romana para uma reflexão alargada sobre o celibato obrigatório para os sacerdotes, na Igreja Latina. Esta é uma questão disciplinar, discutida há muito tempo e particularmente sensível, sobretudo num momento em que muitos países tradicionalmente católicos se debatem com o problema de falta de vocações para o ministério sacerdotal. Nas Igrejas Orientais, podem ser ordenados homens casados, mas não é consentido casar depois da ordenação e o celibato é obrigatório para o episcopado. O diaconado permanente, por outro lado, pode ser conferido a homens já casados. O celibato consagrado, em geral ligado à virgindade, aparece na Igreja desde os seus primórdios, como ideal de imitação de Jesus e de sua Mãe e condição de maior liberdade para o culto e serviço de Deus. Foi-se generalizando na Igreja depois das perseguições, como sucedâneo do martírio. O seu prestígio foi aumentando a ponto de, nalgumas Igrejas do Ocidente, se tornar obrigatório para os ministros sagrados (Concílio de Elvira, c. 300). Nas Igrejas do Oriente tornou-se obrigatório para os bispos (Concílio In Trullo, 692). Hoje, na Igreja Latina, é obrigatório para os sacerdotes e facultativo para os diáconos permanentes, o que não impede que sejam admitidos sacerdotes casados regressados de outras confissões cristãs. Embora reconhecendo as dificuldades da guarda do celibato e a dignidade do matrimónio, Roma tem-se mostrado firme na actual disciplina.
:: Leia mais em ECCLESIA

JOSÉ GIL - CITAÇÃO

"Vê-se que o espaço público falta cruelmente em Portugal. Quando há diálogo, nunca ou raramente ultrapassa as «opiniões» dos dois sujeitos bem personalizados (cara, nome, estatuto social) que se criticam mutuamente através das crónicas nos jornais respectivos (ou no mesmo jornal). O «debate» é necessariamente «fulanizado», o que significa que a personalidade social dos interlocutores entra como uma mais-valia de sentido e de verdade no seu discurso. É uma espécie de argumento de autoridade invisível que pesa na discussão: se é X que o diz, com a sua inteligência, a sua cultura, o seu prestígio (de economista, de sociólogo, de catedrático, etc.), então as suas palavras enchem-se de uma força que não teriam se tivessem sido escritas por um x qualquer, desconhecido de todos. Mais: a condição de legitimação de um discurso é a sua passagem pelo plano do prestígio mediático - que, longe de dissolver o sujeito, o reforça e o enquista numa imagem «em carne e osso», subjectivando-o como o melhor, o mais competente, o que realmente merece estar no palco do mundo."
In 'Portugal Hoje - O Medo de Existir'

CASA GAFANHOA

CÂMARA DE ÍLHAVO
PRETENDE AMPLIAR
CASA GAFANHOA
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Em declarações ao "Jornal de Notícias", o presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, anunciou o propósito da autarquia de ampliar a CASA GAFANHOA, pólo museológico que retrata o viver de lavrador rico, das primeiras décadas do século XX. Pretende-se construir um edifício de raiz perto da CASA GAFANHOA, para servir como área de exposições.

Outra garantia do presidente ilhavense vem no sentido dotar esta casa-museu de um funcionário que permita a entrada para visitas a qualquer hora, sem ser necessário pedido prévio, como acontece actualmente.

Boas notícias para quantos apreciam a cultura e a história de um povo que transformou areias esbranquiçadas e estéreis em terra fertilíssima, quantas vezes à custa de um esforço sobre-humano.

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