quarta-feira, 4 de outubro de 2006

S. Francisco de Assis

A Igreja recorda a memória
de um santo que marcou
a história
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Hoje, a Igreja Católica recorda a memória de S. Francisco de Assis, um santo que marcou a história. Da Igreja e dos homens. Nasceu em 1182 e depois de uma juventude leviana converteu-se a Cristo, renunciando a todos os bens paternos, numa entrega radical a Deus. Abraçou a pobreza, legando-nos a “pobreza franciscana”, para mais e melhor seguir o exemplo de Cristo, enquanto ao mesmo tempo pregava o amor de Deus. Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho, que foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou, também, uma Ordem de religiosas e uma Ordem Terceira para seculares. Morreu em 1226.
O exemplo que S. Francisco nos legou está, de facto, ao alcance de todos nós, assim o quiséssemos seguir. Numa vivência da pobreza adequada aos dias que correm, obviamente. Mas as comodidades que vamos experimentando e o hedonismo que muitos de nós cultivamos não nos deixam imitar o santo que encarnou a humildade e a pobreza, como sinais indeléveis da presença de Deus nas pessoas e nas coisas. Se ao menos nos aproximássemos um pouco do seu exemplo, já não seria mau. Seria muito bom, tenho a certeza.
F.M.
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Pode ler mais em Capuchinhos

Um poema de Álvaro Magalhães




O Limpa-Palavras


Limpo palavras.
Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.

Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes,
outras simplesmente gastas, estafadas,
dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.

A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não pára de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papéis no ar e
é preciso fechá-la na arrecadação.

No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.

A palavra obrigado agradece-me.
As outras não.
A palavra adeus despede-se.
As outras já lá vão, belas palavras lisas
e lavadas como seixos do rio:
a palavra ciúme, a palavra raiva, a palavra frio.

Vão à procura de quem as queira dizer,
de mais palavras e de novos sentidos.
Basta estenderes a mão
para apanhares a palavra barco ou a palavra amor.

Limpo palavras.
A palavra búzio, a palavra lua, a palavra palavra.
Recolho-as à noite, trato delas durante o dia.
A palavra fogão cozinha o meu jantar.
A palavra brisa refresca-me.
A palavra solidão faz-me companhia.


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Notas: 

1 - O poeta "brincador" do "Limpa-Palavras"
chama-se Álvaro Magalhães

2 - O ilustrador da colectânea chama-se
José de Guimarães

Um artigo de António Rego

Opinião Pública na Igreja
Não deixa de ser interessante o debate, que ainda não terminou, em torno do discurso de Bento XVI em Ratisbona no passado dia 12 de Setembro. Estamos perante matéria não teológica nem dogmática, uma vez que quase todas as análises têm surgido em torno da oportunidade das palavras do Papa no contexto político, religioso e cultural em que vivemos. Mas a reflexão filosófica, teológica e pastoral que gerou em volta do islamismo, cristianismo e secularismo é possivelmente o ponto mais importante de todo o processo do Papa na Academia. Nesse sentido têm surgido as mais surpreendentes opiniões vindas de universos culturais e religiosos infinitamente distantes. Há católicos fervorosos, progressistas e conservadores - como sói dizer-se - com reflexões inesperadas que rompem com as habituais balizas de esquerda e direita do secular ou religioso. O Papa veio explicitar um conjunto de questões que andavam arrumadas por esquecimento ou comodidade e por parecerem a muitos de menor interesse para jornais e revistas mesmo de alguma especialidade. Percebeu-se afinal que a fé ultrapassa a razão mas não a dispensa. E que o não crer ou a militância da neutralidade perante o religioso não são tão lógicos quanto se fazia crer. E que a componente política do religioso vai muito mais longe do que parece. E assim chegamos a um novo ponto: o religioso na praça pública a ser livre e desinibidamente reflectido, em muitos casos sem preconceitos, numa área em que o deve ser e com uma frontalidade saudável, mesmo dentro das muitas banalidades que se lêem e escutam. Não recordo nenhuma discussão semelhante acerca duma intervenção Papal com um rasto de debate para além do ângulo convencional de “moral católica”, prato preferido e por vezes único, de olhar a Igreja. As palavras de Bento XVI já se diluem com o tempo no impacto de primeira reacção, por vezes nervosa e estéril. Agora, e certamente por muito tempo, irão surgindo reflexões que dizem respeito a todos mas que muitos julgavam pertencer às gavetas enceradas da sacristia. Na realidade estão em plena praça pública. Ainda bem.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

José Hermano Saraiva celebra aniversário

PROF. JOSÉ HERMANO SARAIVA,
UM MESTRE DA COMUNICAÇÃO
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O Prof. José Hermano Saraiva faz hoje 87 anos. Linda idade para nos mostrar que há pessoas que não envelhecem e que a reforma não pode chegar para quem, como ele, tanto tem para dar à comunidade nacional.
Especialista na arte de comunicar, ninguém neste País, na minha óptica, soube tão bem sensibilizar o povo para as questões da História Pátria, por gestos e palavras, envolvidos por imagens, grandemente expressivos. Na televisão ele é um SENHOR a falar-nos das coisas do nosso passado colectivo. E fá-lo de tal modo que nos prende e nos acicata o gosto pela História de Portugal.
Eu penso que a aposentação não pode nem deve ser um tempo para dormir mais e para nada fazer. A actividade, mesmo que noutras áreas diferentes das que nos envolveram durante muitos anos, tem de ser uma constante na vida. Se quisermos, a reforma poderá ser um tempo de criatividade, de solidariedade, de atenção aos outros, de formação contínua, de contacto com mais gente e de procura de saberes.
O Prof. José Hermano Saraiva aí está para nos abrir os olhos a novos horizontes de uma vida cheia de alegria e de felicidade. A uma vida actuante e estimulante, para nós próprios e para quantos nos cercam, numa perspectiva de todos juntos enriquecermos a sociedade a que pertencemos.
Parabéns, Prof. José Hermano Saraiva, pelo aniversário e pelo seu exemplo.
Fernando Martins

Um poema das Carmelitas do Porto

SOLIDÃO Na hora do pôr do sol, uma gaivota desceu do bando e, no rochedo onde poisou, ficou sozinha a olhar o mar que o sol, ao despedir-se, vai tingindo, para que nele fique um rasto da sua presença luminosa. Na hora do pôr do sol, quem não sentirá o fascínio da solidão?... A solidão, que enche a cela da carmelita e a faz mergulhar em Deus, mar infinito que a atrai, amor sem margens nem ocaso onde ela encontra os irmãos, que só por Deus deixou. Na hora do pôr do sol, quem não sentirá o desejo dum encontro a sós com Deus? Quem não sentirá a nostalgia do Céu?
In “DESERTO… Lugar do Encontro”,
uma brochura editada
pelas Carmelitas do Porto

SEMANA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

Nota Pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã para a Semana Nacional da Educação Cristã (1 - 8 de Outubro de 2006)
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A FAMÍLIA,
UM BEM NECESSÁRIO
E INSUBSTITUÍVEL
1. De 1 a 8 de Outubro próximo, decorrerá a Semana Nacional da Educação Cristã. É uma ocasião para os educadores cristãos, especialmente os pais e quantos a eles se associem, neste período particularmente favorável de início de mais um ano de actividades, reflectirem sobre a importância da educação e assumirem as responsabilidades próprias da missão que desempenham. Desejamos que o façam pessoalmente e com outros, promovendo as necessárias e variadas iniciativas, nesse sentido. Escolhemos para tema desta Semana Nacional a família, devido à sua permanente actualidade e intrínseca relação com a educação, e acolhendo, simultaneamente, o repto dirigido pelo Santo Padre Bento XVI no recente Encontro Mundial das Famílias: “Proclamar a verdade integral da família, fundada no matrimónio como Igreja doméstica e santuário da vida, é uma grande responsabilidade de todos” (Bento XVI, Palavras do Santo Padre durante a Vigília de Oração. Valência (V Encontro Mundial das Famílias), 8 de Julho de 2006. www.vatican.va).
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Pode ler mais, clicando aqui

VOLUNTARIADO

PORTUGAL ESTÁ CHEIO DE GENTE MUITO BOA
Dirigente com uma idosa
(Foto de arquivo)
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Nas minhas passagens por algumas instituições particulares de solidariedade social, tenho-me apercebido da dedicação dos seus dirigentes e de quantos os acompanham nos seus trabalhos. É gente que não regateia esforços e vive ano após ano cultivando o espírito de servir quem mais precisa, lutando para conseguirem os apoios económicos e outros, sempre indispensáveis para as muitas despesas que é preciso pagar. Depois, e olhando para o lado, tenho tido a oportunidade de confirmar que o voluntariado social é uma realidade muito expressiva no nosso país, não obstante dizer-se que todos fazemos pouco pelos mais carentes de tudo. De dinheiro, de habitação condigna, de pão, de saúde, de afecto. Para além dos que trabalham nas instituições de solidariedade, que são muitos, se tivermos em conta as inúmeras organizações vocacionadas para ajudar quem mais necessitado está, há bombeiros, visitadores de doentes e das cadeias, há voluntários hospitalares, há membros das conferências vicentinas e da cáritas, das organizações não governamentais e de defesa dos animais. Mas também há simples cidadãos que cultivam, no dia-a-dia, o espírito de vizinhança, apoiando os mais doentes e os que estão na solidão, os marginalizados e os sem-abrigo, os refugiados, os imigrantes e os perseguidos, os idosos esquecidos pelas próprias famílias e os desempregados. Afinal, quando se ouve dizer que a sociedade é egoísta, temos de convir que não é bem assim. Portugal está cheio de gente boa, de gente que se dá em vez de dar apenas e sem esperar qualquer recompensa, gente que vive a solidariedade e a fraternidade, permanentemente em luta pela construção de um mundo mais justo e muito mais humano.
F.M.

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