SOLIDÃO
Na hora do pôr do sol,
uma gaivota desceu do bando
e, no rochedo onde poisou,
ficou sozinha a olhar o mar
que o sol, ao despedir-se,
vai tingindo,
para que nele fique um rasto
da sua presença luminosa.
Na hora do pôr do sol,
quem não sentirá o fascínio
da solidão?...
A solidão,
que enche a cela da carmelita
e a faz mergulhar em Deus,
mar infinito que a atrai,
amor sem margens nem ocaso
onde ela encontra os irmãos,
que só por Deus deixou.
Na hora do pôr do sol,
quem não sentirá o desejo
dum encontro a sós com Deus?
Quem não sentirá a nostalgia
do Céu?
In “DESERTO… Lugar do Encontro”,
uma brochura editada
pelas Carmelitas do Porto