domingo, 20 de agosto de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Os livros sagrados e a sua leitura crítica
Lê-se em Josué, um dos livros da Bíblia, capítulo 10, versículos 12-13: "No dia em que o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, Josué falou ao Senhor e disse, na presença dos israelitas: 'Detém-te, ó Sol, sobre Guibeon'. E o Sol parou no meio do céu e não se apressou a pôr-se durante quase um dia inteiro."
Este é o passo famoso que deu origem à oposição dos representantes da Igreja a Galileu e à ciência. Como podia ser a Terra a girar, se a Bíblia diz que o Sol parou? Mas já na altura Galileu foi mais avisado do que os seus opositores, quando contrapôs que a Bíblia não nos diz como é o céu mas como se vai para o Céu.
Que a leitura dos livros sagrados não pode ser literal mostra-se inclusivamente pelo facto de eles conterem erros científicos no domínio da física, da astronomia, da história. Pense-se, por exemplo, em todos os debates cegos à volta do Génesis e concretamente do mito da criação, quando se não percebe que não se trata de informação científica de física ou biologia, mas de uma mensagem religiosa em linguagem mítica: James Usher, arcebispo de Armagh e primaz de toda a Irlanda (1581-1656) pretendeu saber a data da criação da Terra: 23 de Outubro de 4004 a. C., tendo Bertrand Russell observado corrosivamente que esse dia caiu numa sexta-feira, já que Deus descansou no sábado! Há também o caso risível de um teólogo de Münster que, no século XIX, pretendeu apresentar uma prova "científica" da existência do inferno no interior da Terra, argumentando com os vulcões! É claro que teologias ridículas como estas só podem contribuir para o aumento do número dos ateus.
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Imagens de Aveiro

Posted by Picasa
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O palacete do"brasileiro" Sebastião de Carvalho Lima - pai do escritor Jaime de Magalhães Lima e de Sebastião de Magalhães Lima, dirigente republicano e Grão-Mestre da Maçonaria portuguesa - foi o primeiro edifício da cidade a ter fachada revestida de azulejo. (Hoje é sede da Associação de Municípios de Aveiro.)
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Foto e notas do livro "Aveiro, cidade de água, sal, argila e luz", com texto de Manuel Ferreira Rodrigues. A edição é da Câmara Municipal de Aveiro.

Um poema de Sophia

Sophia de Mello Breyner Andresen
:: O ESCULTOR E A TARDE No meio da tarde Um homem caminha: Tudo em suas mãos Se multiplica e brilha. O tempo onde ele mora É completo e denso Semelhante ao fruto Interiormente aceso. No meio da tarde O escultor caminha: Por trás de uma porta Que se abre sozinha O destino espera. E depois a porta Se fecha gemendo Sobre a Primavera.
In O Cristo Cigano

sábado, 19 de agosto de 2006

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

A paz impossível no Médio Oriente
É surpreendente a quantidade de pessoas a proporem soluções para o conflito entre árabes e israelitas. Até parece fácil resolver aquele que é, provavelmente, o mais antigo e complexo conflito da cena internacional.
Em plena primeira Guerra Mundial (1917), a Grã-Bretanha decidiu apoiar a criação na Palestina de um Estado para o povo judeu. Três anos depois, os britânicos tornaram-se administradores da Palestina e daquilo que é hoje a Jordânia e o Iraque.
Naturalmente, não agradou aos árabes da Palestina a perspectiva de serem expulsos para darem lugar aos judeus, que entretanto iam para ali emigrando. Em 1933 rebentou uma revolta árabe que durou três anos.
Mas as autoridades britânicas na região também eram alvo da violência dos judeus, que - nessa altura - não tinham escrúpulos em recorrer a acções terroristas. Nestas se destacou M. Begin, depois primeiro-ministro de Israel. O hotel Rei David em Jerusalém, então quartel-general britânico, sofreu em 1946 um atentado judaico que provocou mais de 40 mortos.
Mal foi declarado o Estado de Israel, em 1948, rebentou a guerra com os árabes. Guerra que, em rigor, nunca mais parou. O Estado de Israel ainda não é aceite por muitos árabes, até porque em 1967 os israelitas ocuparam novos territórios. Aliás, a rejeição muçulmana de Israel é hoje mais forte do que era há anos atrás. E o prometido Estado palestiniano já esteve mais perto de se concretizar.
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sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Novo contacto

Por razões de capacidade do servidor, o meu novo contacto passa a ter o seguinte endereço, conforme se pode confirmar no próprio blogue, no local indicado:
Continuo a contar com a simpatia dos meus amigos, esperando eu poder responder a todos, dentro do possível. Tanto no meu blogue, como pessoalmente.
Fernando Martins

Citação

O código do Opus Dei
"O famoso Código da Vinci, uma “simples” ficção, primeiro em livro e depois em filme, arrisca-se a deixar a maior mossa da história na imagem do Opus Dei. Efectivamente, ele é muito mal tratado e acredito que em parte injustamente. No entanto, o impacte e o incómodo gerados são de certa forma proporcionais à falta de transparência da organização. (…) Mais que protestar inocência, o Opus Dei só tem uma forma de convencer, que é “abrindo-se”, tornando-se visível. Explicando quem são, quantos são, como recrutam, quais os critérios de admissão, quais os seus rendimentos, qual o seu património e como está aplicado, qual a sua presença e missão na sociedade em geral e em particular no ensino superior. Esclarecer os aspectos mais polémicos, como o que há de verdade sobre a autoflagelação, se são assim tão frequentes as rupturas dos jovens admitidos com as suas famílias naturais, qual a idade mínima com que os jovens começam a ser abordados, o que se passa quando alguém quer sair, se é verdade que um membro do Opus não pode ler o Código da Vinci, ou outro livro qualquer, sem prévia autorização superior e tudo o mais. Só “dando a cara” aberta e sinceramente permitirão que o público em geral deixe de acreditar em histórias com monges albinos assassinos. (…) Carlos J. F. Sampaio Esposende" : In PÚBLICO de hoje

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Um artigo de Joaquim Franco, na SIC

Fórum
em tempo
de guerra
É um tema recorrente. Já aqui tive oportunidade de escrever, em várias ocasiões, sobre as relações entre a "guerra" em terras do Médio Oriente e o sentimento religioso daqueles povos. À primeira vista, diz-nos uma certa leitura simplista que há culpas de parte a parte, com muito "ódio" religioso - expressão desadequada e paradoxal - pelo meio. Só aprofundando a reflexão seremos tentados a separar definitivamente as águas. ::: Enchem-se muitos livros sobre o assunto, gastam-se muitas horas em conferências e colóquios inter-religiosos para reforçar essa separação. A guerra, em qualquer circunstância, não tem directamente a ver com as religiões dominantes na região. Mas as religiões têm muito a esclarecer sobre a guerra que as utiliza como escudo ideológico e estratégico (ver artigo de análise "Caricaturas boomerang" de 11-02-2006). :: Ler mais em SIC Online