sexta-feira, 24 de março de 2006

AVEIRO: Imagens doutros tempos

Aveiro: Cheias de 1938. Canal Central e Rossio
:: NB: Têm-me chegado pedidos para mostrar fotos antigas de outras terras da região aveirense. Penso que vai ser possível, até porque há muitos livros e gravuras de edições do princípio do século XX. Logo que posível tratarei do assunto. Mas quem as tiver, pode muito bem colaborar. Fico à espera.
Das cheias, houve alguns amigos que me enviaram as mesmas fotos que andam a circular na Net.
A todos o meu muito obrigado.
FM

Um artigo de D. António Marcelino

FILHOS
DE FAMÍLIA
E FILHOS
SEM FAMÍLIA ::
É preciso promover a esperança. Muitos o dizem e o procuram. Mas que esperança? Se for a virtude teologal, esta tem como fundamento e horizonte a omnipotência e a misericórdia de Deus e, por isso, é apostar nela, em relação a todas as coisas e situações, quando se tem a graça da fé. Se é de uma esperança meramente humana que falamos, sem cair em pessimismos, teremos de cuidar-nos da ingenuidade própria e da falta de realismo, para não cairmos em fantasias e com estas arrastarmos outros. Ao ler os jornais fico pensativo e perplexo: um professor atacado em plena rua, a horas do almoço, por jovens que o maltrataram, roubaram e fugiram. Quem viu não quer testemunhar não lhe vá acontecer o mesmo; uma professora espancada no seu lugar de trabalho por um jovem estranho à escola; técnicos da Comissão de Protecção de Menores, agredidos por adolescentes em pleno bairro camarário, afirmam que não voltam ao local sem escolta da polícia; professor ameaçado de morte, na aula, por aluno de onze anos… E a ladainha pode continuar, que acontecimentos não faltam A escola queixa-se da família, a família da escola, uns e outros da sociedade. Pelo meio, há crimes de adolescentes em julgamento, docentes a queixarem-se por não conseguirem impor disciplina nas aulas e a falar dos riscos que correm se tentarem, por meios eficazes, meter os alunos na ordem e a sentirem desvirtuadas as relações essenciais para agir profissionalmente. O Ministério, diz-se, passa ao lado dos problemas reais e anda por outros caminhos mais aliciantes. Mas, se quer ser o dono das escolas e dos alunos, como parece querer, então que assuma os problemas e as situações reais e crie condições, se for capaz, para lhes dar remédio. É bom disponibilizar novas tecnologias a professores e alunos para novos projectos de ensino. Talvez seja urgente neste momento ir mais devagar no importante, para poder reflectir e encontrar caminhos válidos para o essencial, que é educar pessoas, o que parece cada vez mais difícil. É verdade que a degradação não acontece em todo o lado. Mal seria. Há escolas sem problemas especiais, professores a realizar serenamente a sua tarefa, pais a não abdicar da sua missão, embora alguns deles atravessados pela dor, por desvarios dos filhos. Porém, o alarde que se faz dos casos negativos, não pode deixar de influenciar tanto os espíritos fracos como os aventureiros, de modo a fazer crescer em espiral incontrolável, o que de preocupante acontece aqui e ali, embora o problema não seja só este. As situações que surgem com filhos de famílias equilibradas, fruto, por vezes, de algumas omissões e incapacidade de reacção, como com filhos sem família, que vivem à margem da que têm, na rua ou em instituições. Estas neste momento alvejadas, com algumas razões e muitos preconceitos, como fossem todas e sempre, apenas e só, escolas de violência, de abusos e de crimes. Agora há gente, que o não faria antes, a clamar para que a família dê atenção e cuidados aos filhos e à sua educação. Mas é preciso não esquecer que há neste país leis que destroem a família e a sua capacidade educadora, direitos que lhe são negados em relação à legítima escolha da escola e do projecto educativo para os seus filhos, uma lamentável penalização fiscal das famílias que o são e o querem ser de verdade, silêncio inconcebível do Estado em relação a clamores legítimos de muitos pais, vestes a rasgarem-se escandalizadas com falhas normais de instituições sérias, esquecendo suas benemerências, múltiplas e inegáveis, ao longo de muitos anos de uma dedicação que pede meças a teóricos da educação e a técnicos e burocratas de serviços oficiais. A sociedade, aqui e na Europa dos novos modelos de vida, está gravemente doente e não assume a sua doença. Não há educação sem valores, normas e autoridade, acção em rede a jogar no mesmo sentido. A crise não está nos jovens. Há que assumi-lo.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Ajuda humanitária para Demnate

Campanha de ajuda humanitária para Demnate, Marrocos
O Secretariado Diocesano de Acção e Animação Missionária de Aveiro (SDAM), na sua vertente de cooperação (ORBIS), está a promover, até dia 6 de Abril, uma campanha de ajuda humanitária com destino a Demnate, Marrocos. Esta comunidade necessita de roupa, brinquedos, material escolar e didáctico, livros, enciclopédias e dicionários em francês. Solicita-se a ajuda dos membros da Academia, principalmente para a angariação do material escolar e didáctico, pois é o mais difícil de reunir. Além dos bens pedidos, seria igualmente útil a doação de quadros de ardósia ou brancos.
O material deverá ser depositado no Centro Universitário de Fé e Cultura (em frente ao CIFOP), até 6 de Abril. No dia seguinte, ao final da tarde, parte para Marrocos e chegará a Demnate através de uma expedição Todo Terreno organizada pelo SDAM – ORBIS, em parceria com a empresa de organização de eventos desportivos Adventure School, contando também com o apoio da Universidade de Aveiro.
Se for necessário fazer deslocações para recolha de material, é favor enviar mail para um dos seguintes endereços electrónicos: sdam@netvisao.pt ou hvasconcelos@dlc.ua.pt O SDAM agradece desde já a colaboração da comunidade académica neste projecto de solidariedade.

Câmara de Aveiro edita revista cultural

"Pontes & Vírgulas"
vem ocupar
um espaço vago
Está em distribuição gratuita o primeiro número da “Pontes & Vírgulas”, a nova Revista Municipal de Cultura, de Aveiro, que, de acordo com o seu coordenador editorial, Virgílio Nogueira, irá ocupar um espaço vago, em termos editoriais, entre a Agenda Cultural, que ressurgirá brevemente, e o Boletim Cultural.
Como a Agenda Cultural é, como o próprio nome indica, uma agenda de eventos culturais, e o Boletim Municipal é uma publicação com um contexto de divulgação de trabalhos mais desenvolvidos de índole cultural e histórica, entre essas duas publicações havia um espaço por preencher, que é agora ocupado pela “Pontes & Vírgulas”, uma revista que trata os temas de cultura com um acentuado cunho jornalístico.
O presidente do executivo municipal, Élio Maia, afirmou, na apresentação pública da nova revista, que ela será auto-sustentável financeiramente, já que tem agregado um conjunto de mecenas, e ainda um vasto leque de colaboradores.“Pontes & Vírgulas” surge, no dizer do autarca aveirense, “com o intuito de contribuir para o desenvolvimento sustentado da cultura aveirense, no sentido de estabelecer um contacto privilegiado entre a procura e a oferta culturais aveirenses”.
Por isso, a revista pretende “ter uma forte ligação à actualidade, pelo que recorrerá aos géneros jornalísticos, como a notícia, a entrevista, a reportagem, o artigo de opinião, e deseja também ser um perene espaço de crítica, reflexão, recensão e criatividade”.
A periodicidade será trimestral, saindo no primeiro dia de cada estação do ano, motivo pelo que o número um foi distribuído no dia 21, no início da Primavera. O primeiro número tem uma tiragem de dez mil exemplares e teve um custo da ordem dos cinco mil euros.
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Fonte: Correio do Vouga

Canhão descoberto na margem do Canal Central

Achado datado entre os séculos XVI e XIX
Um canhão, provavelmente datado entre os entre os séculos XVI a XIX, foi descoberto ontem durante os trabalhos no passeio da margem onde decorre a obra de reparação dos muros do Canal Central, em Aveiro.
Trata-se de uma peça de artilharia, de ferro forjado, um achado único em Aveiro, cuja origem se desconhece, descoberta a cerca de 2,50 m de profundidade, na Rua João Mendonça, junto ao cais. A sua idade será determinada em análises ainda a ser feitas mas, numa primeira verificação, «é demasiado rude para ser recente» disse ao Diário de Aveiro um arqueólogo e historiador do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Sub-aquática (CNANS), que acompanhava o achado arqueológico.
Contactado pelo Diário de Aveiro, Francisco Alves, director do CNANS, disse ontem que «por enquanto é um achado isolado e fora do contexto» e não tem «qualquer ideia do que poderá ser, é prematuro».
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(Para ler mais, clique DA)

AVEIRO: Imagens doutros tempos

Posted by Picasa
AVEIRO: Canal Central,
Largo do Rossio e Feira de Março.
A capela do Rossio é dedicada a São João.
Março de 1900

Um artigo de António Rego

Oração, problema político Fará sentido no mundo de hoje falar de silêncio? Ou da brisa suave na qual, segundo Elias, se encontrava Deus? Não teve Ele predilecção em revelar-se na luminosidade ofuscante do relâmpago ou nos sons cavos do trovão como expressão mais sensível da Sua majestade? Na vida de cada ser humano há lugar para a queda estrondosa da cascata e para o deslizar doce do ribeiro. Por qual dos dois afinal passa melhor a energia da vida plena de que todos somos constantemente carentes? A oração pode exprimir-se em louvores e preces no esplendor dos órgãos de tubos ou na estridência retorcida do barroco triunfante. Como pode fluir na doçura austera duma melodia gregoriana. Mas não é disso que se trata. Os grandes mestres espirituais do Oriente e do Ocidente referem a necessidade dum despojamento total do eu para uma comunhão profunda com Deus. Por isso a oração litúrgica e salmódica vai muito para além duma conversa impressionista que, parecendo ser com Deus, é apenas connosco e acerca de nós. O individualismo traz ao primeiro plano as últimas emoções experimentadas que encaixam numa temática tecida de interesses secretos que nunca nos deixam sair do mesmo lugar. E assim vamos vivendo “parcialmente, juntando cuidadosamente os fragmentos”, no dizer de Eliot. Por isso a oração é sempre um tema inacabado. Comunitária mas não unívoca, plural mas com a entrega total de cada um dos seus membros. Do hinduísmo ou budismo podem chegar-nos algumas achegas técnicas para o aprofundamento do nosso ser no oceano de Deus. Mas na realidade não se trata da criação dum vácuo onde somos substituídos pelo nada e Deus por uma ideia. Trata-se dum tempo habitado pelo Espírito, onde o coração não dorme mas se eleva e entrega nos actos e palavras de Jesus. Nenhum objecto se estaca repentinamente quando vai a alta velocidade. É necessário um tempo entre o correr e o parar a fim de que o choque não desfaça o percurso do encontro com Deus. Possivelmente, ao querermos estas transições rápidas do bulício para o silêncio, da acção para a oração interior, da ansiedade para a quietude, viciamos os nossos passos de aproximação serena de Deus. E também nos perdemos na procura do lugar do Espírito quando estamos apenas em silêncio, simplesmente sem palavras. Tudo se aprende. Orar é edificar a vida sobre o próprio Deus. Isso supõe que não O procuremos reduzindo-O à nossa medida ou fazendo d’Ele “um ombro confortável onde possamos chorar à vontade”. Toda a iniciativa vem de Deus: o nosso tudo é mergulhar na Sua transcendência absoluta e na total intimidade do seu Espírito no meio de nós. Aceitando o peso do próprio mundo. O que faz com que a oração seja uma atitude política.

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