segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Falta legislação para o voluntariado nas IPSS

Diz o presidente da CNIS no Dia Internacional dos Voluntários
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Pe. Francisco Crespo, alerta para a “urgência de uma iniciativa legislativa que vise a valorização do trabalho voluntário dos dirigentes das IPSS”.
O apelo é feito numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, para assinalar o Dia Internacional dos Voluntários, que hoje se comemora.
Nesta mensagem o presidente das CNIS começa por destacar o papel das IPSS “ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades” referindo a “especial relevância da mobilização do voluntariado social que estimula os mecanismos de proximidade e de participação responsável, garantindo a flexibilidade e a constante adaptabilidade da respectiva intervenção socioeducativa”.
Para além de salientar a necessidade de regulamentar o Estatuto do Voluntariado o Pe. Francisco Crespo enaltece e agradece ainda a contribuição que considera “única e fundamental” dos voluntários “para o reconhecimento do relevante papel das instituições particulares de solidariedade social no desenvolvimento sustentado do país”, escreve.

CONFLITO … OU ENCONTRO DE CIVILIZAÇÕES?

NO CUFC, quarta-feira,
dia 7, pelas 21 horas
Na próxima quarta-feira, dia 7 de Dezembro, pelas 21 horas, o dr. Rui Marques, Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), junto à Universidade de Aveiro, para falar sobre “Conflito… ou Encontro de Civilizações?” A moderação é de Ângelo Ferreira. Esta iniciativa insere-se no projecto “Fórum::Universal”, que aposta, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, em encontrar respostas que dêem sentido à vida, face aos problemas emergentes numa sociedade em mudança. Trata-se de um conjunto de acções abertas aos universitários e a todas as pessoas interessadas na discussão de temas oportunos. O dr. Rui Marques não deixará de olhar para os conflitos recentemente verificados em França e ainda não sanados, passando depois a abordar questões relacionadas com o Portugal inclusivo e multicultural, por que anseiam todas as pessoas de bem.
No final da exposição do Alto-Comissário haverá espaço para o diálogo. F.M.
:: CUFC

Júlio Dinis - O desarmar do Presépio




O desarmar do presépio 

Em criança arrasavam-se-me de água os olhos quando assistia ao desfazer do presépio que, em honra do Menino-Deus, se armava em minha casa pelo Natal. Cerrava-se-me o coração de melancolia, ao ver guardar outra vez na arca — e por um ano!— o Menino, Nossa Senhora, S. José, os grupos dos pastores, a vaca, o jumento, os três Reis, os anjos e todos os mais acessórios do pitoresco santuário, diante do qual, nesses quinze dias, se rezava a coroa em família, e se cantavam as loas da ocasião!
Amargo dia de Reis, último desta abençoada quinzena, já te não via assomar sem que se me enevoassem aquelas puras alegrias infantis. Que não encontrásseis mais estorvos pelo caminho, venerandos Magos! Que aquela milagrosa estrela que vos trouxe a Belém, vos não fizesse errar mais tempo antes de lá chegardes! Fatal 6 de Janeiro! 
Com o seu anoitecer, anoitecia-me o coração: voltava a vida normal, voltavam os bancos das aulas, a aritmética, a caligrafia, oh! a caligrafia sobretudo tão associada à férula do mestre-escola! e — o que era pior que o mais — acabava aquela santa comunidade, em que durante quinze dias vira a família; o lar doméstico já não ofereceria o alegre tumulto e desordem, em que velhos e crianças tomavam parte, esse ruído e confusão que tão fundo calava no coração de todos. 
A solenidade que nos reunira sob o mesmo tecto, que nos fizera viver a mesma vida, ia acabar. Nós, as crianças, chorávamos às claras na despedida; mas suspeitávamos que as nossas lágrimas tinham companheiras envergonhadas. 
Quantas vezes surpreendíamos segredos de comoção, que nos redobrava o choro! Suspeitava-o eu então, mas acredito-o agora que, apesar de na idade em que a lei me autoriza a não me considerar criança, ainda não sou superior a cenas daquelas.

Júlio Dinis

In “Serões da Província”

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

LAICISMO
A polémica sobre os crucifixos nas escolas tem passado ao lado do essencial a liberdade de ensino. Sendo o Estado agnóstico, deveria apoiar a educação dos filhos de quem não pode pagar colégios, incluindo os que preferem uma educação orientada por valores religiosos. Mas adiante.
A Igreja portuguesa, como aliás a francesa, vive hoje confortável no regime de separação do Estado, que tanta indignação provocou há um século. É certo que parece ainda existir um ou outro nostálgico do tempo em que o catolicismo era a religião oficial do Estado, sendo então as outras confissões proibidas no espaço público. Mas a polémica dos crucifixos evidenciou, sobretudo, a vontade de alguns de reduzirem a religião à esfera estritamente privada. Este laicismo - que se distingue de uma saudável laicidade do Estado - está errado por duas razões.
Primeiro, porque os símbolos católicos têm em Portugal uma dimensão histórica, sociológica e cultural inegável. Faria sentido, então, acabar com o feriado do Natal? Ou tapar as fachadas das igrejas, para não serem vistas? Não, claro, como seria absurdo eliminar em Israel feriados da religião judaica. Aliás, ainda não vi reclamar a eliminação de símbolos maçónicos em estátuas e monumentos nas nossas ruas, por ofenderem os que não partilham tais convicções. E os crucifixos, ofendem alguém? Haja bom senso.
Depois, é antidemocrático o laicismo que não tolera qualquer sinal religioso no espaço público. Cito o filósofo agnóstico Habermas "A neutralidade ideológica do poder do Estado, que garante idênticas liberdades éticas a todos os cidadãos, é incompatível com a generalização política de uma mundividência laica". Ou seja, sob a capa da neutralidade não se pode impor a todos, na prática, uma determinada concepção da vida e dos valores.

domingo, 4 de dezembro de 2005

Um poema de Teixeira de Pascoaes

Posted by Picasa Que saudades eu sinto Que saudades eu sinto desta flor, Que vai murchar! E desta gota de água e de esplendor, Um pequenino mundo que é só mar. E desta imagem que por mim passou Misteriosamente. E desta folha pálida e tremente Que tombou... Da voz do vento que me deixa mudo, E deste meu espanto de criança. Que saudades de tudo eu sinto, porque tudo É feito de lembrança... In Versos Pobres

VOLUNTARIADO: Cada vez há mais portugueses no voluntariado

Posted by Picasa Em Portugal, há cada vez mais pessoas a oferecerem-se para fazer voluntariado, estimando-se que um em cada seis portugueses pratique trabalho voluntário
Os dados decorrem de um estudo do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV), um órgão interno ministerial, alojado na Segurança Social, que conta com representantes dos vários Ministérios e com representantes de associações com uma actuação mais directamente relacionada com o exercício do voluntariado. Segundo uma técnica daquele organismo, apesar de não se saber exactamente quantos voluntários existem no país, o CNPV tem um estudo feito no âmbito do Ano Internacional do Voluntariado, que se assinalou em 2001, e que aponta para uma estimativa de 1,6 milhões. Contudo, o estudo em causa, denominado "Caracterização do voluntariado em Portugal", baseou-se num outro - "Estudo Europeu dos Valores" - para chegar a estes números. Para Fernando Nobre, presidente da AMI (Assistência Médica internacional), o voluntariado é um movimento que está a crescer em Portugal, visível pelo número de pessoas que trabalham nesta organização e a crescente oferta de trabalho voluntário que surge em alturas especiais como o Natal ou o peditório de rua.
(Para saber mais, clique RÁDIO RENASCENÇA)

Um artigo de Bagão Félix, no DN

Posted by Picasa Crucifixo: haja coerência 1 Há crucifixos (ou simples cruzes) em algumas escolas públicas!
Há que limpar as escolas dos perturbadores crucifixos, clama uma obscura associação e, por reflexo, emite uma circular o Ministério da Educação!O país acorda, estremunhado, com tal anúncio revelador de "atraso" e de "antimodernidade", em pleno século XXI! Perante este dito problema, que importa tudo o resto neste Portugal feliz e encantado! Ora aí está o mais decisivo problema da escola em Portugal a cruz! O resto é adjectivo.
A reforma educativa prossegue. Outros símbolos e outras manifestações da dita modernidade até podem ser subsidiados. E os pais vão dormir descansados: vai deixar de haver crucifixos em algumas escolas...
2. É recorrente nestas alturas falar-se da separação compulsiva entre o Estado e a Igreja
A receita para tal intervenção é a habitual o Estado é constitucionalmente laico. No sentido cru e árido da interpretação jurídica até pode ser que possam esgrimir com esta razão estritamente formal e legalista. Porém, a esta nova investida de raiz jacobina subjazem várias falácias.
A primeira é a de que a neutralidade religiosa torna obrigatório um Estado que transforma a laicidade pura e dura numa nova forma de religião. Como há poucos anos a Conferência Episcopal Portuguesa reafirmou em Carta Pastoral, a louvável e imperativa neutralidade religiosa do Estado não pode, porém, transformar este num Estado anti-religião, um Estado confessional de sinal contrário. Um Estado laico, não confessional não é necessariamente um Estado ateu que faz da laicidade uma espécie de nova religião do Estado.
A segunda é a confusão propositada e enviesada entre Estado e sociedade, no sentido de que a laicidade do Estado tem que implicar a laicidade da sociedade. A separabilidade entre Estado e religião (curiosamente uma ideia que só se concretizou com o cristianismo) não tem que significar necessariamente neutralidade obsessiva, seja por hostilidade activa, omissão, indiferença, abstenção, ignorância, desrespeito ou desconhecimento dos fenómenos religiosos.
A liberdade religiosa não se limita ao plano do direito individual na esfera privada intimista, introspectiva. Exprime-se também como direito social, colectivo, comunitário. É uma liberdade de consciência individual, em primeiro lugar, sem deixar também de corporizar uma liberdade colectiva de expressão, de comunicação, de associação, de reunião. Uma liberdade, porém, que nada impõe aos que não professam a mesma fé.
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue