sexta-feira, 11 de novembro de 2005

RACISMO E XENOFOBIA

"O árabe ou o negro é um meteco, que [em França] não se vê na televisão e na política e nunca chega a lugares de influência ou poder. E, logicamente, um dia o meteco começa a queimar carros" Vasco Pulido Valente, PÚBLICO, 11-10-2005"
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Esta citação de Vasco Pulido Valente deve levar-nos a pensar se em Portugal não acontece o mesmo. Cá para mim, acontece, apesar de continuarmos com a ideia de que somos diferentes, para melhor.
Onde estão os portugueses de cor nos mais altos cargos do Poder Autárquico, na Assembleia da República e em tantos outros lugares de destaque do Estado? Onde estão eles na chefia das grandes empresas e em outras posições, ao mais alto nível, do sector privado?
Ou será que eu estou a ver mal?
Não seria bom começarmos a olhar para a França, para, a tempo e horas, evitarmos o desastre em que resultou a má integração que os franceses fizeram aos seus imigrantes?
F.M.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

HÁ CANDIDATOS QUE QUASE SÓ FALAM PELA NEGATIVA
Como é público, estamos em pré-campanha para as eleições presidenciais. O Presidente da República, qualquer que venha a ser, tem de ser o Presidente de todos os portugueses. Mas para isso, a meu ver, tem de se comportar como pessoa impoluta e com capacidade, elevada ao máximo, para saber respeitar toda a gente. E se o não demonstrar nesta fase, é bem possível que, uma vez sentado na cadeira presidencial, não consiga receber o respeito de todos os seus e nossos compatriotas.
Eu sei que as campanhas eleitorais são, por norma, muito aguerridas e às vezes até ofensivas, mas logo tudo se esquece. Não devia ser assim, até porque já vivemos em democracia há tempo bastante para aprendermos a ser correctos em todas as circunstâncias da vida. E como a acção política é uma acção nobre, mais razões há para os políticos se comportarem com dignidade, antes e depois de assumirem o poder.
Isto vem a propósito de alguns candidatos ao mais alto cargo da Nação se comportarem como crianças mal-educadas. Passam a vida a dizer mal dos outros cadidatos, esquecendo-se que os eleitores só querem conhecer os seus projectos e as suas propostas de actuação.
Por que motivo não falam só de si e das suas ideias para o País? Por que razão perdem tempo com a maledicência e com acusações ridículas, não apostando, antes, numa campannha pela positiva?
Fernando Martins

CUFC: SEMANA DA ARTE, DE 14 A 18 DE NOVEMBRO

Posted by Picasa Adelino Laranjeira UMA SEMANA PARA NOS ENRIQUECER A TODOS
O Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC) organiza, mais uma vez, a SEMANA DA ARTE, de 14 a 18 de Novembro, em jeito de abertura da SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA UA, que decorre de 21 a 27 deste mês.
A SEMANA DA ARTE é mais uma iniciativa recheada de motivos de interesse e marcada pela presença e intervenção de conferencistas de renome no País, que vêm oferecer uma mais-valia a todos quantos, os mais atentos, quiserem aproveitar estas oportunidades não muito frequentes entre nós. No dia 14, pelas 21 horas, Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Conselho Nacional de Cultura e do Tribunal de Contas, vai ajudar na reflexão, que se impõe, sobre “Compreender Portugal, educar e preparar o futuro”. E no dia seguinte, à mesma hora, José Ferreira Mendes, presidente do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, e Fernando Nobre, presidente da AMI – Assistência Médica Internacional, vão desenvolver, respectivamente, os temas “Einstein, traços de uma vida para além da Física” e “Quando a Solidariedade Global é a urgência”. No dia 16, também às 21 horas, Júlio Pedrosa, antigo reitor da UA e actual presidente do Conselho Nacional da Educação, falará, em ambiente de Conversa com…, sobre “A Cultura Geral e o Espírito crítico na Comunidade”. E no dia 17, ainda à mesma hora, Manuel Augusto Oliveira, da Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro, abordará o tema “Origens e histórias do Barco Moliceiro e da Ria de Aveiro”. Nos dias 16 e 17, os serões serão enriquecidos com momentos musicais, a cargo do Duo de Guitarras, DeCA-UA e da Confraria Gastronómica de São Gonçalo. Durante a SEMANA DA ARTE, os artesãos e artistas Adelino Laranjeira, Adelaide Lérias, António Nogueira e José Augusto mostrarão a todos, no átrio do CUFC, como se trabalha e como é possível tornar o nosso mundo mais belo.
A Oficina de Arte e a Oficina da Escrita, de que já dei notícia neste espaço, serão orientadas por António Nogueira e por Rosa Maria Oliveira, respectivamente, estando o lançamento programado para a tarde de 16 de Novembro. As sessões vão decorrer todas as quartas-feiras, até meados de Dezembro.
F.M.

Comentário aos Evangelhos de 2006

Este livro será lançado hoje, dia 10, e tem a chancela das Edições Firmamento
Hoje, dia 10 de Novembro, pelas 19 horas, será lançado no Palácio das Galveias, ao Campo Pequeno, o livro “Evangelhos 2006 Comentados”, com a chancela da Edições Firmamento.
Correspondendo ao ano litúrgico designado por Ano B, esta edição dá continuidade ao primeiro volume intitulado “Evangelhos 2005 Comentados”, publicado pela mesma editora há um ano, correspondente aos Evangelhos do Ano A, e será completado em 2007, com a publicação dos Evangelhos do ano C.
O princípio que orientou este projecto consistiu em fazer acompanhar cada um dos evangelhos dominicais dos anos A, B e C de um comentário redigido por pessoas de confissões religiosas diferentes – católicos, protestantes, ortodoxos judeus, muçulmanos, budistas, hindus, agnósticos, entre outros – estimulando o diálogo inter-religioso.
Em 2006 alargou-se o âmbito da intervenção do livro ao espaço dos países de língua portuguesa, convidando personalidades espiritualmente relevantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Índia Macau, Moçambique S. Tomé, Timor e, naturalmente, Portugal, para comentarem os evangelhos dominicais.
Cada livro reúne cerca de 60 indivíduos, dos quais, no volume de 2006, destaca-se: D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, Pe. Vítor Melícias Sheik David Munir, Rabi Boaz Pash, Agustina Beça Luís e Alda Santos, Embaixadora de S. Tomé e Príncipe.

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

Posted by Picasa Integração Perguntam-me porque não escrevi ainda sobre a intifada em França. A razão é simples tirando algumas ideias de sociologia barata (efeitos do desemprego, imigrantes a viverem em guetos, desenraizamento da segunda geração, etc.), pouco de construtivo tenho a dizer. Todos dão por enterrado o modelo francês de assimilação. O Estado promete ali aos imigrantes igualdade perante a lei. Mas tal não impediu a exclusão social e racial.
Só que os outros modelos de integração não parecem melhores. Como escreveu o director do DN, "o drama desta Europa envelhecida é que precisa da imigração, mas não a sabe, ou não a quer, integrar". O modelo britânico permite ampla liberdade cultural às comunidades imigrantes - nada de proibir véus islâmicos, por exemplo. Mas recordem-se os atentados terroristas em Londres, realizados por gente relativamente integrada e bem sucedida na sociedade britânica. Ou a famosa tolerância da Holanda, que virou ódio ao estrangeiro. Ou, ainda, as limitações do melting pot americano, evidenciadas pelo furacão Katrina.
No caso francês não ajudou um Presidente com queda para a demagogia. Nem a desunião no interior do Governo, com o primeiro- -ministro Villepin e o ministro do Interior Sarkozy rivalizando para sucederem a Chirac. Como também não ajudou o paternalismo francês que vê nos desordeiros meras vítimas do sistema e não cidadãos responsáveis. Os imigrantes têm de aceitar as leis e os valores básicos do país que os acolhe. Mais importante, o individualismo egoísta predominante dificulta que se encarem os problemas da sociedade e tende a tornar invisíveis as pessoas que com eles sofrem. Isto sem falar da desumana exploração de que são alvo muitos imigrantes, sobretudo os ilegais, em Portugal nomeadamente. A culpa não é só dos políticos.

SEMANA DOS SEMINÁRIOS: Mensagem do Bispo de Aveiro

Posted by Picasa O Seminário é nosso e os padres estão ao serviço de todos nós Estamos em plena Semana dos Seminários. Dias apropria-dos para reforçar a nossa relação de amor e de fé com a instituição fundamental e a mais indispensável na Igreja Diocesana.
O Seminário mostra a preocupação permanente do Bispo da Diocese e dos seus colaboradores, para que não faltem à Igreja Diocesana os padres necessários para o seu serviço. Uma preocupação traduzida na promoção, constante e alargada, de novas vocações, no acolhimento e estímulo aos pré-seminaristas e seminaristas, no apoio das comunidades cristãs e dos seus membros, em relação aos encargos e despesas decorrentes da formação dos futuros padres.
O aumento do número de seminaristas e a perseverança dos mesmos na caminhada de discernimento e amadurecimento vocacional não são actos alheios ao conjunto dos membros da Igreja Diocesana. Todos os cristãos precisam do padre, todos se devem empenhar em que tenhamos padres generosos, dedicados e fiéis ao dom gratuito que receberam de Deus, não para seu proveito próprio, mas para servir, em permanência, o Povo de Deus.
Temos cerca de trinta jovens em caminhada vocacional. Nove deles em estudos teológicos e os restantes em estudos do terceiro ciclo e do curso secundário. Poderão e deverão ser mais, se a preocupação e o esforço de todos nós, bispo, padres, diáconos, pais, educadores da fé, catequistas, professores de Educação Moral e Religiosa, animadores de movimentos e grupos juvenis, dirigentes do CNE, se tornarem mais efectivos.
O edifício do nosso Seminário, renovado e acautelado na sua arte, tem lugar para muitos mais seminaristas, mesmo estando ele ao serviço, permanente ou ocasional, da formação de leigos. Ainda não está paga a dívida das obras feitas recentemente, mas não nos falta esperança de que a saldaremos dentro em breve, porque nunca os cristãos da Diocese, padres e leigos, regatearam ajuda ao Seminário. Isto mesmo ficou bem claro, por motivo e ocasião do meu jubileu sacerdotal, em Junho deste ano.
Nesta “Semana dos Seminários” peço, aos cristãos da Diocese, oração, generosidade no ofertório habitual, estima pelos nossos seminaristas e interesse em promover as vocações sacerdotais. O que peço é um dever de todos, mas nem por isso deixo de o agradecer.
António Marcelino,
Bispo de Aveiro

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

DECÁLOGO CATÓLICO SOBRE ÉTICA E MEIO AMBIENTE

Posted by Picasa Serra do Caramulo A QUESTÃO AMBIENTAL É UMA MANEIRA MODERNA DE PROPOR A QUESTÃO SOCIAL
No congresso sobre “Ética e meio ambiente”, que teve lugar na segunda-feira passada na Universidade Europeia de Roma, apresentou-se um decálogo que expressa o ensinamento da doutrina social da Igreja Católica sobre o meio ambiente. No encontro interveio o cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz”, dizendo que “a questão ambiental é uma maneira moderna de propor a questão social”. O bispo Giampaolo Crepaldi, secretário desse mesmo Conselho do Vaticano, resumiu num decálogo interpretativo os ensinamentos contidos no décimo capítulo do Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Oferecemos a seguir uma síntese do mesmo.

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DECÁLOGO SOBRE ÉTICA E MEIO AMBIENTE

1) A Bíblia tem de ditar os princípios morais fundamentais do desígnio de Deus sobre a relação entre o homem e a criação. 2) É necessário desenvolver uma consciência ecológica de responsabilidade pela criação e pela humanidade. 3) A questão do meio ambiente envolve todo o planeta, pois é um bem colectivo. 4) É necessário confirmar a primazia da ética e dos direitos do homem sobre a técnica. 5) A natureza não deve ser considerada uma realidade em si mesma divina, portanto, não fica subtraída à acção humana. 6) Os bens da terra foram criados por Deus para o bem de todos. É necessário sublinhar o destino universal dos bens. 7) Requer-se colaborar no desenvolvimento ordenado das regiões mais pobres. 8) A colaboração internacional, o direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio e à paz devem ser considerados nas diferentes legislações. 9) É necessário adoptar novos estilos de vida mais sóbrios. 10) Deve-se oferecer uma resposta espiritual, que não é a da adoração da natureza. Fonte: Agência Zenit