quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Efemérides aveirenses



Inquérito às aparições em Fátima


O aveirense D. João Evangelista de Lima Vidal, então arcebispo de Mitilene e governador do Patriarcado de Lisboa (Mais tarde, bispo da restaurada Diocese de Aveiro, em 1938), ordenou que se procedesse a um inquérito sobre os acontecimentos extraordinários de Fátima, iniciando assim o processo canónico das aparições da Virgem Maria às três crianças. 

Ordem da Torre e Espada

1919 – Nos Paços do Concelho, foram entregues à cidade de Aveiro as insígnias do grau de oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito que o Governo da República lhe havia conferido em 15 de Março passado. 

Exposição dos Artistas de Aveiro

1963 – Foi inaugurada a I Exposição dos Artistas de Aveiro, que se prolongou até 10 de Novembro, cuja iniciativa pertenceu ao Círculo de Artes Plásticas do Clube dos Galitos. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Ainda a pobreza entre nós

SOCIEDADES EGOISTAS E INCAPAZES DE OLHAR PARA OS SEUS POBRES
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas lançaram na segunda-feira um apelo para que o País coloque a pobreza e as desigualdades sociais e económicas no centro do debate público. O problema é grave e há muito tempo que está identificado e estudado, não se vislumbrando indícios de se avançar na luta contra a pobreza extrema que atinge mais de um milhão de portugueses. No manifesto tornado público, as organizações que se inquietam com esta problemática denunciam que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza e que mais de 12 por cento da população activa ganha apenas o salário mínimo nacional. Por outro lado, as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17 por cento do Produto Interno Bruto, sendo certo que o nosso País tem a pior distribuição de riqueza no seio da União Europeia, com os 20 por cento mais ricos a controlarem quase 46 por cento do rendimento nacional. Por isso, as organizações apelam ao poder político e económico para que reconheça o fenómeno da pobreza como um terrível problema social e para que, com a sociedade civil, encontre soluções adequadas para a sua progressiva erradicação. Em pleno século XXI, em que os sinais exteriores de riqueza de alguns são bem visíveis por todos, é incrível como a nossa sociedade, com economistas, políticos, empresários e instituições, não consegue organizar-se para acabar, de uma vez por todas, com a pobreza que nos devia envergonhar a todos. Um dia questionaram Madre Teresa de Calcutá sobre a forma como podíamos acabar com a fome no mundo. Muito simplesmente, disse Madre Teresa: Se cada um de nós distribuir algo do que tem com o pobre que encontrar na rua, não haverá mais fome nas nossas sociedades.
O problema está, então, em cada um de nós, os que construímos sociedades egoístas e incapazes, por isso, de olhar para os seus pobres.
Fernando Martins

Um artigo de Sarsfield Cabral, no DN

Posted by Picasa RIGIDEZ
A redução do défice prevista no Orçamento para 2006 exige um esforço brutal, mas indispensável, pois daí depende a reconquista da confiança dos agentes económicos. Um esforço dificultado pelo fraco crescimento da economia, finalmente previsto com realismo.
Excepto o PCP e o BE, todos concordam que o ataque ao persistente défice orçamental português tem de ser feito sobretudo reduzindo a despesa. Os impostos já subiram de mais. Mas é muito rígida a despesa corrente, aquela não destinada a investimento. Apenas se pode mexer em cerca de 10 a 15% dessa despesa quando se elabora o Orçamento.
A chave do problema está, então, em diminuir o grau de rigidez da despesa antes do Orçamento. O mérito deste Governo foi ter avançado nessa via, pela primeira vez entre nós. Pena é a insistência nas auto-estradas sem portagem e nos grandes investimentos, cuja justificação em termos de custos/benefícios continua escandalosamente por aparecer.
As alterações nos regimes de segurança social e saúde de vários corpos do Estado e a redução das comparticipações nos medicamentos são exemplos desse ataque estrutural ao desequilíbrio das contas públicas. Mas este é apenas o princípio. Para baixar a sério o elevado custo salarial da função pública portuguesa não basta congelar progressões automáticas nas carreiras, limitar a entrada de novos funcionários (necessariamente com contratos individuais de trabalho) ou não deixar subir os vencimentos na função pública acima da inflação.
O despedimento dos actuais funcionários não é legalmente viável - e não se podem fazer leis retroactivas. A solução será utilizar em escala significativa o mecanismo do quadro de supranumerários, encerrando serviços inúteis após as prometidas auditorias aos ministérios. Veremos até onde chega a coragem do Governo.

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

Cinema de Aventuras – O Regresso
Dentro dos diversos géneros que povoaram o cinema desde os primeiros tempos o filme de aventuras inclui-se entre os mais populares. Logo no início, em pleno cinema mudo, sucediam-se as correrias, os assaltos aos comboios, as perseguições e lutas corpo a corpo que, sem o apoio do sonoro, obrigavam a uma expressão muito viva.Com o passar dos anos foi o western que veio a ocupar a parte de leão, primeiro no cinema americano, estendendo-se depois à Europa pelas produções alemãs dos anos 60, pelo “Western Spaghetti”, italiano e, a reboque deste, pelas co-produções e produções espanholas. Até a Jugoslávia invadiu a área dos índios e cowboys com relativo sucesso.
A partir dos anos 70 o western entrou num progressivo declínio, sendo hoje um género anacrónico que só reaparece em produções de grande envergadura, vencendo assim a falta de continuidade na sua produção.
Mas o cinema de aventuras vivia também de heróis populares, vindos ou não da banda desenhada. E, entre estes, contava-se Zorro, com sucessivos filmes desde 1920, caindo também a sua presença na 7ª Arte a partir de meados dos anos 70.Em 1998 o lendário herói foi retomado pela Columbia Pictures, recorrendo aos actores bem cotados Antonio Banderas e Catherine Zeta-Jones, produzindo «A Máscara de Zorro» com meios mais abundantes dos que eram tradicionais e com o apoio das técnicas mais recentes, obtendo o êxito que se procurava.
Uma sequela foi inevitável e, no ano corrente, com os mesmos actores, podemos ver «A Lenda de Zorro», que nos transporta de novo ao reino da fantasia, com uma dose maciça de ingenuidade, maniqueísmo e inverosimilhança, despertando o gosto pelo desenvolvimento da imaginação e suportando-se numa moral infalível, mesmo que discutível quando aprofundada em todo o seu contexto.
Mas, em qualquer caso, regressa assim o filme de aventuras tradicional.

Um artigo de António Rego

Posted by Picasa Luta de vida e morte
Continua, invencido, o mais antigo combate do mundo. A vida e a morte debatem-se ferozmente nas formas mais subtis e nas fases mais surpreendentes de todos os seres vivos. Com a temporalidade no horizonte, com a hora marcada de chegada e partida. Sempre no duelo pela sobrevivência se foi operan-do o evoluir da terra, na convicção planetária, ainda hoje não desmentida, de que apenas na Terra existe vida.
Contam-nos as mais antigas histórias e fábulas que a espada da morte sempre vigiou todas as portas de emergência da vida e, no duro combate, sobreviveu o mais forte, oportuno e sagaz. A história de todas as vidas é uma vitória única sobre milhões de hipóteses de morte.
Até que a inteligência humana sobrepassou todas as etapas do instinto e, na compreensão de si mesma e do cosmos, começou a organizar os seus campos de combate contra todos os inimigos sérios e irracionais. A medicina, instintiva primeiro, racionalizada depois, começou a compreender os elementos de vida e morte que compõem o universo. Assim, a vida humana, ápice de todas as vidas, ganhou estatuto senhorial sobre todas as outras. A esperança de vida foi e vai crescendo à medida que os povos e civilizações compreendem e enquadram o todo da saúde como um bem primário das comunidades.
Mas nem assim a morte fica afastada. Apenas adiada mais alguns meses ou anos. E acabamos por compreender, como nos diz a Bíblia, que a vida é um breve sopro. De vez em quando surgem fenómenos que tornam isso mais evidente: catástrofes que dizimam milhões de vidas, guerras que absurdamente ceifam o melhor da juventude de tantos povos, epidemias que varrem milhões de seres no grande combate do microcosmos que rodeia e habita todos os seres humanos. Quantos vírus terão de ser vencidos para que a vida humana triunfe da morte. E mesmo assim, descobertas vacinas e antídotos, nunca a vida cantará total vitória pois uma inteligência subversiva de sobrevivência continua a vigiá-la e, esgotados os recursos, vencê-la. Exames, rastreios, diagnósticos, imunizações, ressonâncias, bioquímicas, cirurgias e transplantes, têm sempre inimigos à espreita, prontos para atacar qualquer inadvertência. E com toda a nova tecnologia de prevenção e cura, novas doenças, aparentemente invencíveis, vão surgindo.
O que se passa com as epidemias periódicas, feitas pandemias, encaixa-se nesta lógica de luta entre a vida e a morte. Sabendo que uma não sobrevive sem a outra.Até ao momento em que, definitivamente, a morte será vencida. Aqui entramos no campo da Fé que nos coloca num patamar de visão do mundo muito para além das análises, fármacos, mesmo nas tecnologias deslumbrantes que hoje conseguem verdadeiros milagres de “ressurreição”.
Estamos perante milagres passageiros. A Ressurreição e a Vida ultrapassam de longe todos os cálculos do homem.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

POBREZA EM PORTUGAL

Posted by Picasa Governo promete mais dinheiro para combater pobreza
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social garantiu hoje que o Orçamento de Estado para 2006 vai incluir "recursos mais significativos" para o combate à pobreza, que em Portugal atinge uma em cada cinco pessoas. Numa cerimónia para assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, Vieira da Silva manifestou-se "chocado" com os níveis de pobreza em Portugal, que incide sobretudo sobre as crianças, os idosos e as mulheres.
No dia em que está prevista a entrega do Orçamento de Estado para 2006, o ministro disse que, apesar dos "momentos difíceis" que o país atravessa, vão ser destinados "recursos mais significativos para os instrumentos de combate à pobreza" que terão, no entanto, de ser "geridos com muito rigor".
Para tal, o Governo aposta no reforço dos mecanismos já existentes, como o Rendimento Social de Inserção (antigo rendimento mínimo), e no complemento de reforma para os idosos mais pobres – uma medida anunciada no programa de Governo e que começará a ser aplicada em 2006.
O Executivo pretende que, até ao final da legislatura, nenhum reformado receba menos de 300 euros por mês, estando previsto que os idosos com mais de 80 anos sejam os primeiros a beneficiar desta medida.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

PAPA DÁ VOZ AO "GRITO DOS POBRES"

Posted by Picasa
É PRECISO INTENSIFICAR A LUTA CONTRA A MISÉRIA Bento XVI deu ontem voz ao “grito dos pobres”, pedindo que a comunidade internacional os ajude “a minorar este flagelo global”, intensificando a “luta contra a miséria”. “A pobreza é um flagelo contra o qual a humanidade tem de lutar sem parar”, referiu o Papa, que recordou que cada pessoa “é chamada a uma solidariedade cada vez maior para que ninguém seja excluído da sociedade”.
O apelo surgiu na véspera do Dia Mundial de Luta contra a Pobreza, criada em 1987 pelo padre Joseph Wrensinski, e assumida em 1992 pelas Nações Unidas. “Somos chamados a uma solidariedade cada vez maior, para que ninguém fique excluído da sociedade”, sublinhou o Papa, perante milhares de peregrinos reunidos na praça de São Pedro.
Bento XVI assegurou a sua oração “aos pobres que lutam com coragem por viver com dignidade, com a preocupação da sua família e as necessidades dos seus irmãos”, saudando “todos os que se colocam ao serviço da pessoa necessitada”.
Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade entre ricos e pobres, uma situação que é característica dos estados em vias de desenvolvimento, segundo dados revelados ontem pela associação Oikos.
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas lançam hoje um apelo para que o País coloque a pobreza e a desigualdade no debate público, deixando de se concentrar apenas na discussão sobre crescimento económico e redução do défice do Estado.
Fonte: ECCLESIA