terça-feira, 31 de maio de 2005

Um artigo de António Rego

. Do alto de Subiaco
Poucas pessoas terão notado que o actual Papa, cerca de vinte dias antes de ser eleito, se havia deslocado ao Mosteiro Beneditino de Subiaco, para proferir uma conferência sobre a “Europa na crise das culturas”. Recebeu, nessa altura e nesse local, o prémio “S.Bento pela promoção da vida da família na Europa”. Poucas pessoas se terão apercebido, na hora do Habemus Papam, a razão íntima por que Ratzinger escolheu o nome de Bento XVI. Não foi uma inspiração circunstancial. Há muito que S. Bento e a Europa têm uma grande proximidade na percepção histórica e na sensibilidade do actual Papa.
O chumbo do Tratado Europeu, em França, não sendo uma catástrofe para a União Europeia, constitui um bom momento para relançar algumas questões sobre o nosso Continente, que alguma sofreguidão política e económica terá levado a diversos “saneamentos” históricos. O laicismo mórbido que se concretizou na negação da matriz cristã europeia, mina, sem o notar, a cultura da liberdade e da democracia, ao abjurar as suas raízes ou considerando-as, por mero oportunismo, apodrecidas. E, por essa via, definindo quem deve ou não pertencer à Europa.
“A Europa – disse Ratzinger em Subiaco - foi um continente cristão, mas também um ponto de partida para uma nova racionalidade científica... Foi na Europa que o cristianismo recebeu o seu impulso cultural e intelectual mais eficaz... mas foi, também, na Europa que se desenvolveu uma cultura que constitui a contradição mais radical não só do cristianismo mas também das tradições religiosas e morais da humanidade. Por isso a Europa está a atravessar uma autêntica prova de fogo... Daqui emerge a responsabilidade que nós, Europeus, temos de assumir neste momento histórico: no debate sobre a definição da Europa, não está em jogo uma batalha nostálgica de retaguarda da história, mas uma grande responsabilidade para a humanidade de hoje.”
Na crise da Europa não estará, visivelmente, o problema religioso. Mas quem risca do seu bilhete de identidade o nome de seus pais, parece não estar interessado em ser reconhecido como filho de boa gente.

Um artigo de António Martins da Cruz

. Portugal e a desordem europeia
Os franceses enganaram- -se na pergunta do referendo e a Europa entrou em crise. O voto da França compromete o futuro da Europa, para além de debilitar o próprio papel francês nos novos rumos europeus. As razões franco-francesas foram uma espécie de caldeirão do João Ratão onde os políticos de direita e de esquerda caíram. O paradoxo é que a França é não apenas o primeiro país fundador da União Europeia que vota não, como o próprio Tratado Constitucional Europeu é uma invenção francesa, imposta aos constituintes por Giscard d'Estaing. Que o diga Ernâni Lopes. Será interessante recordar que De Gaulle se demitiu de presidente em 1969 por uma questão referendária menos importante. E Chirac? A Europa foi vítima da França. Ou, como dizia o secretário-geral do PS francês na noite do referendo, a Europa foi vítima da desordem interior francesa. Para além do divórcio entre a França e a Europa e a dimensão interior do próprio referendo, apetecia-me dizer que o problema é da França. Infelizmente não é. Começa a ser útil, ou talvez necessário, olhar as coisas como elas são e não como nós gostaríamos que fossem.
(Para ler o texto na íntegra, clique DN)

Jorge Sampaio lança apelo ao "espírito patriótico" dos sindicatos e do patronato

Posted by Hello
O Presidente da República, Jorge Sampaio, lançou ontem um apelo ao "espírito patriótico" das associações sindicais e patronais, para que convirjam na busca de uma solução para a "grave situação" das contas públicas, depois de se ter divulgado que o défice poderá atingir os 6,83 por cento este ano. Em carta enviada ao Conselho Permanente de Concertação Social, que hoje se reúne com o Governo, Jorge Sampaio defende que a busca de uma solução para combater o défice "deve motivar" também "o conjunto dos agentes económicos e sociais" representados naquele órgão. Nesse sentido, o chefe de Estado deixa “um apelo ao espírito patriótico e ao sentido de responsabilidade das associações sindicais e patronais e, por seu intermédio, aos trabalhadores e aos empresários portugueses". Jorge Sampaio sustenta que as "condições de resposta à crise orçamental e às suas causas mais profundas" serão "tanto melhores quanto mais forte for a capacidade de concertação entre o Governo e os associações representativas dos interesses económicos e sociais". O Presidente da República chama a atenção para a "situação complexa" que o país vive e para os "esforços adicionais" que será necessário fazer, "no sentido de responder à necessidade de realizar um programa completo de consolidação orçamental e de responder às causas políticas, económicas e sociais do défice orçamental acumulado durante um período longo". "Essa grave situação constitui um problema nacional, cuja resolução deve motivar todos os portugueses, e, designadamente, o conjunto dos agentes económicos e sociais, que estão representados no Conselho Permanente de Concertação Social", escreve ainda Jorge Sampaio.

De Santo Agostinho, para reflectir

. Aquele Pão que vedes no Altar Aquele pão que vedes no Altar, consagrado pela Palavra de Deus, é o Corpo de Cristo. Aquele cálice, melhor, o que está dentro daquele cálice consagrado pela Palavra de Deus, é o Sangue de Cristo. Por eles nos quis o Senhor Jesus Cristo entregar o Seu Corpo e o Seu Sangue, que por nós derramou, para remissão dos nossos pecados. Se os recebestes com as devidas disposições, vós sois o que vós recebestes. Realmente o Apóstolo diz: "Embora sejamos muitos, somos contudo um só pão e um só corpo." Assim ele explica o Sacramento da Mesa do Senhor: "Somos muitos, mas somos um só pão e um só corpo." Com este pão se vos mostra quanto deveis prezar e amar a unidade. Porventura aquele pão foi feito de um só grão? Não eram muitos os grãos de trigo? Mas antes de chegarem a pão, estavam separados (...). Ora convosco passou-se coisa parecida. (...). Vejo o Baptismo e como que fostes amassados com água para chegardes a esta forma de pão.

segunda-feira, 30 de maio de 2005

AVEIRO: Visitas ao Património Cultural

Posted by Hello Canal central
O Pelouro de Preservação do Património Cultural da Câmara Municipal de Aveiro e o Instituto de Emprego e de Formação Profissional de Aveiro iniciaram, no passado dia 25 de Maio, nas instalações do Centro de Emprego de Aveiro, um Curso de Formação de Aperfeiçoamento de Visitas Guiadas ao Património Cultural de Aveiro. As exigências dos turistas, no sentido de conhecerem mais sobre os locais que visitam, têm-se traduzido numa crescente procura de visitas guiadas junto dos serviços culturais da Câmara Municipal de Aveiro. Tal facto é encarado como o reflexo de uma maior consciencialização do valor do património cultural, como factor identitário e de um interesse por Aveiro, que ultrapassa a tradicional busca de um turismo de sol e praia. De acordo com dados da Divisão de Museus e Património Histórico, entre os grupos que mais têm demonstrado interesse encontram-se as comunidades escolares que representam mais de 60 por cento das solicitações de visitas nos últimos dois anos. O papel relevante que a Escola desempenha nas questões patrimoniais, ao proporcionar o desenvolvimento da sensibilidade pelo assunto e enquanto detentora do saber histórico e artístico, justifica, em boa parte, os números, e estimula o sentimento de pertença e de identidade ao meio. Não obstante a primazia escolar, a procura dos serviços da Câmara Municipal de Aveiro tem-se estendido a outros grupos que, imbuídos de motivações diversas, expressam um interesse em ir para além do que é facultado pelas publicações de cariz turístico e vêem na fruição do património uma forma de lazer e de aprendizagem privilegiada. É tentando dar resposta a toda essa busca, aliada a um entendimento de que a comunidade local deve ter um papel interventivo nas iniciativas culturais, sob a forma de experimentação, que se propôs ao Instituto de Emprego e de Formação Profissional de Aveiro a realização desta formação de guias de visitas ao património de Aveiro. Em simultâneo, está-se a fornecer um possível instrumento de trabalho e a contribuir para o alargamento do âmbito profissional a um grupo, cujo perfil se considera uma mais-valia na tarefa primeira de todos os cidadãos, de preservar e valorizar o património cultura, segundo princípios de voluntariado e da prossecução do bem comum. Fonte: “site” da CMA

Tratado Constitucional da UE

Posted by Hello
Um desafio aos cidadãos No próximo dia 18 de Junho, pelas 9.30 horas, no CUFC, junto à Universidade de Aveiro, vai realizar-se uma jornada de reflexão sobre o Tratado Constitucional da União Europeia, que é, sem dúvida, um desafio para todos nós. Será conferencista o professor doutor Luís Lobo-Fernandes, director da secção de Ciência Política da Universidade do Minho. Intervém, ainda, o professor doutor Carlos Borrego, da Universidade de Aveiro e presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz. A moderação é do eng. Vasco Lagarto, membro da Fundação Sal da Terra e Luz do Mundo e director da Rádio Terra Nova.

Um artigo de Sarsfield Cabral, no DN

REACCIONÁRIOS
Uma boa parte dos franceses que votaram "não" ao tratado constitucional europeu quis rejeitar o chamado ultraliberalismo. Ou seja, o capitalismo de tipo anglo-saxónico, por sinal eficaz no crescimento económico e na redução do desemprego, mas com menos protecções para os que estão empregados. Para defender o "sim", Chirac chegou mesmo a dizer que o liberalismo é pior do que o comunismo. E mostrou-se contra princípios básicos do mercado livre e da própria integração europeia, como a concorrência nos serviços por parte dos novos Estados membros da União.
Na Alemanha o populismo antimercado está também em alta. A globalização e as deslocalizações de empresas para a Europa de Leste puseram em causa a "economia social de mercado", com a co-gestão, salários generosos e um alto grau de protecção social. O "capitalismo renano" está ali a ceder terreno ao modelo anglo-saxónico, mais assente na bolsa. O problema é que, tanto em França como na Alemanha, o tão apregoado modelo social europeu não consegue taxas de desemprego abaixo dos 10% da força de trabalho.
As reacções anticapitalistas de franceses e alemães são defensivas. São ditadas pelo medo e pela incapacidade de adaptação às novas realidades da globalização e até de uma integração europeia alargada a novos Estados membros. O populismo antimercado da França e da Alemanha não aponta para reformas com futuro, mas para regressar artificialmente a um passado que não voltará. É uma atitude reaccionária, que nada tem a ver com o combate aos reais defeitos do capitalismo liberal nem com o desejo de outros modelos possíveis (como o escandinavo, que funciona). Algo semelhante, e dramático, aconteceu nos anos 30, com a escalada proteccionista. A integração europeia surgiu, também, para que tal jamais se repetisse.

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