terça-feira, 31 de maio de 2005

Um artigo de António Martins da Cruz

. Portugal e a desordem europeia
Os franceses enganaram- -se na pergunta do referendo e a Europa entrou em crise. O voto da França compromete o futuro da Europa, para além de debilitar o próprio papel francês nos novos rumos europeus. As razões franco-francesas foram uma espécie de caldeirão do João Ratão onde os políticos de direita e de esquerda caíram. O paradoxo é que a França é não apenas o primeiro país fundador da União Europeia que vota não, como o próprio Tratado Constitucional Europeu é uma invenção francesa, imposta aos constituintes por Giscard d'Estaing. Que o diga Ernâni Lopes. Será interessante recordar que De Gaulle se demitiu de presidente em 1969 por uma questão referendária menos importante. E Chirac? A Europa foi vítima da França. Ou, como dizia o secretário-geral do PS francês na noite do referendo, a Europa foi vítima da desordem interior francesa. Para além do divórcio entre a França e a Europa e a dimensão interior do próprio referendo, apetecia-me dizer que o problema é da França. Infelizmente não é. Começa a ser útil, ou talvez necessário, olhar as coisas como elas são e não como nós gostaríamos que fossem.
(Para ler o texto na íntegra, clique DN)

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