domingo, 29 de maio de 2005

LEGIÃO DE HONRA para Manoel de Oliveira

Posted by Hello Manoel de OLiveira Exemplo de invejável juventude
No próximo dia 3 de Junho, o realizador português Manoel de Oliveira vai ser condecorado pelo Presidente da República Francesa, Jacques Chirac, no palácio do Eliseu, com a Legião de Honra. Será mais uma distinção a juntar a tantas outras que tem recebido, ao longo da sua carreira de cineasta. Manoel de Oliveira, o mais idoso dos realizadores no activo do mundo, com os seus 96 anos, continua, com uma serenidade impressionante, a trabalhar e a mostrar que, parando, pode ser o fim. Falar, hoje e aqui, do nível da sua extraordinária obra cinematográfica, não está nos meus horizontes, que isso fica para os críticos de cinema. Apetece-me, no entanto, apontar o seu exemplo de tenacidade e de vida a todos quantos, aposentados, se remetem a um não fazer nada, a ficar pelos cafés, calados ou a discutir banalidades futebolísticas e pouco mais, enfim, morrendo aos poucos e desligados do mundo. Manoel de Oliveira não pára, apesar da sua provecta idade, exibindo uma capacidade de trabalho invulgar e uma lucidez de espantar. Ouvi-lo na Rádio ou na TV e lendo as entrevistas que dá é um prazer para toda a gente sensível. E não podemos, mesmo, ficar indiferentes à sua cultura multifacetada e aos seus conceitos de arte, sobretudo da área que domina com mais profundidade e que é o cinema. O autor de “Aniki Bobó”, “Vale Abraão”, “Non ou a Vã Glória de Mandar”, “Douro, Faina Fluvial”, “A Carta” e de “Le Soulier de Satin”, entre tantos outros filmes, vai, como sempre disse, continuar a filmar, dando-nos um exemplo de invejável juventude.
F.M.

Reportagem de Jesus Zing, no JN

Reitora da Universidade de Aveiro critica Ministério
A reitora da Universidade de Aveiro (UA), Helena Nazaré, lamentou, na cerimónia de entrega de diplomas que assinalou o "Dia da Universidade", que o financiamento do ensino superior só seja "capaz de premiar a quantidade".
(Para ler o texto na íntegra, clique JN)

Um artigo de Diogo Pires Aurélio, no DN

: Mexer ou não mexer no Estado
Chegaram, finalmente, as tão faladas e, ao mesmo tempo, receadas medidas do Governo para reduzir o défice. Apoiado, na generalidade, pelos economistas, contestado por vários dos sectores atingidos, o receituário anunciado pelo primeiro-ministro é, no entanto, apesar da sua dureza e da coragem política que denota, encarado por muita gente como um soporífero que talvez não chegue sequer para o objectivo imediato de cumprir em tempo útil as obrigações decorrentes do PEC.
Tal como acontecera com Durão Barroso e a política protagonizada por Manuela Ferreira Leite, o anúncio das medidas de combate ao défice, em particular a subida de impostos, que num como noutro caso vieram ao arrepio dos objectivos repetidos em campanha eleitoral, fez-se acompanhar por uma alegação de ignorância quanto à verdadeira dimensão do défice existente.
(Para ler o artigo na íntegra, clique DN)

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Gaivotas descansam em cima do marégrafo, na Praia da Barra

sábado, 28 de maio de 2005

CORAGEM PODE EVITAR ESTAGNAÇÃO

Posted by Hello José Sócrates
Duarte Lima: “Há que ter a frontalidade de o dizer, sem subterfúgios ou meias palavras: as duras decisões anunciadas esta semana no Parlamento pelo primeiro-ministro, José Sócrates, revelam uma invulgar coragem política para os nossos costumes.” Mário Bettencourt Resendes: “ [Sócrates] faltou à palavra dada na campanha eleitoral, mas com isso é provável que tenha poupado aos portugueses mais alguns anos de estagnação económica e social.”

Para grandes males, grandes remédios

Penso que Portugal estava mesmo a precisar, há muito, de alguém que não brincasse com coisas sérias e que não adiasse por mais tempo a construção de estruturas políticas, económicas e sociais, que servissem de base a um país moderno, justo e solidário.
Moderno, para acompanhar, de forma dinâmica e responsável, os seus parceiros da UE, sabendo-se que Portugal se encontra na cauda da carruagem do progresso; Justo, acabando de uma vez por todas com portugueses-filhos (os trabalhadores do sector públicos) e portugueses-enteados (os trabalhadores do sector privado); Solidário, fazendo com que os ricos paguem mais, para que os mais pobres paguem menos. É certo que a perda de regalias é normalmente mal aceite, mas também é verdade que, num país em crise, se torna impossível equiparar os dois sectores de um dia para o outro, olhando só para os que estão na mó de baixo. A coragem de Sócrates vai ter muitos inimigos e até creio que alguns dos que votaram no PS já estarão arrependidos. Porém, se se pensar um bocadinho, temos de convir que, para grandes males, grandes remédios. E se estes remédios, agora anunciados, resultarem, todos ficaremos a ganhar. Fernando Martins

"O MUNDO DE SOFIA"

Um Livro para todas as idades


No “Mil Folhas” desta semana (Suplemento literário do "PÚBLICO"), Carlos Ademar Fonseca, autor de “O caso da rua Direita”, editado pela “Oficina do Livro”, diz no “Inquérito”, em resposta a uma pergunta sobre o último livro que ofereceu, que “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, está nas suas preferências. Isto porque, como sublinhou, “é um verdadeiro manual de Filosofia, que devia ser obrigatório por decreto. É magnífica a metáfora do insecto que passa a vida a cirandar sobre a pele do coelho e que um dia resolve subir por um pêlo acima e, à medida que subia, alargava os seus horizontes, e quando chegou ao cimo do pêlo maravilhou-se com a paisagem”. 
Li esta obra, editada pela “Presença”, em 1995, ano em que saíram quatro edições, em Portugal. Encantei-me, então, com a aventura em que embarquei através da história da Filosofia, na companhia de Sofia e de uma personagem misteriosa. Era e é um livro fundamentalmente para jovens, que os adultos também podem e devem ler. Carlos Ademar Fonseca recomenda-o a pessoas no fim da adolescência ou a jovens adultos. Eu li-o já cinquentão e não me arrependi nada. 

F. M.

CHOQUE

Posted by Hello
Há gente avisada que nunca é ouvida Esta semana, os portugueses sofreram um choque com o anúncio da subida de impostos para se tentar diminuir o défice das finanças públicas, que pode atingir os 6,83 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), até ao fim deste ano, se nada se fizer para o reduzir, segundo revelou uma comissão presida pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. No fundo, esse anúncio não foi uma surpresa, porque toda a gente já sabia que Portugal está numa situação difícil, mas a verdade é que ninguém gosta de acreditar no pior, mesmo quando a realidade está à vista de todos. Este problema do défice público não é de agora, muito menos dos últimos Governos. Já vem detrás, mesmo dos Governos de Cavaco Silva, sobretudo quando o Estado começou a aumentar, desmedidamente, os encargos com a administração pública e com outras despesas correntes. E também quando iniciou uma política de regalias sociais aos seus servidores, aos políticos e ex-políticos, quando fez obras incompatíveis com a nossa dimensão e capacidades, quando, enfim, começou a gastar, no dia-a-dia, mais do que recebia dos impostos dos portugueses. Há muito que os mais avisados têm vindo a chamar a atenção para a necessidade de se reduzirem as despesas correntes, como única forma de equilibrar as finanças públicas, já que os rendimentos são curtos e os hábitos de muitos portugueses estão marcados pelo princípio de que é correcto enganar o Estado, fugindo ao fisco. É sabido, por exemplo, que a grande maioria das empresas portuguesas apresenta prejuízos no fim do ano, boa forma de não pagar impostos. E no entanto, essas empresas continuam a laborar, como se tudo estivesse bem, sem que haja, por parte dos Governos, quem vá saber o que se passa. O pior, porém, veio agora, com o primeiro-ministro a dizer que tem mesmo de subir os impostos, para tentar debelar a crise. Ninguém gostou, claro, porque se vai mexer no bolso de cada um, sobretudo dos trabalhadores que nunca puderam escapar às malhas do fisco. Os mais frágeis, afinal. No entanto, há analistas que alertam para outras soluções, sem que aparentemente ninguém os ouça. Medina Carreira é um deles. Diz ele, por exemplo: Para quê tantos deputados? Metade não bastaria para discutir as nossas leis? E para quê tantos Ministérios? Doze não seriam capazes de coordenar as políticas governamentais? E porquê um sem-número de assessores dos ministros e de autarcas, a todos níveis? E para quê o TGV e um novo aeroporto, quando há cidades, vilas e aldeias sem acessos mínimos? E para quê tantos estádios de futebol para o Euro 2004, se alguns estão sempre às moscas? E para quê os submarinos, se os nossos militares estão mais vocacionados para colaborar na manutenção da paz? E porquê o escândalo de alguns políticos ficarem com subvenções vitalícias, ao fim de 12 anos de trabalho? E porquê as reformas milionárias, num país pobre? Responda quem souber. Fernando Martins